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Presidente da Petrobras diz que sofre para informar alta de preços

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

“O petróleo tem seu preço determinado pelo mercado global”, disse Luna


Pub­li­ca­do em 29/10/2021 — 18:11 Por Léo Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

O pres­i­dente da Petro­bras, Joaquim Sil­va e Luna, disse hoje (29) que ele e sua equipe sofrem quan­do pre­cisam infor­mar alta de preços de deriva­dos do petróleo. Segun­do ele, a estatal bus­ca atu­ar den­tro das leis que a ori­en­tam e os ajustes são impacta­dos pela pan­demia de covid-19 em todo o mun­do e, no Brasil, há tam­bém influên­cia da crise hídri­ca. 

“Sofre­mos quan­do temos que infor­mar a situ­ação de ter que aumen­tar o preço de um com­bustív­el ou out­ro. E só faze­mos isso no lim­ite da neces­si­dade para evi­tar desabastec­i­men­tos”, afir­mou. De janeiro a setem­bro deste ano, os preços de reven­da dos com­bustíveis no país reg­is­traram aumen­tos de 28% no diesel, 32% na gasoli­na e 27% no GLP (gás de coz­in­ha), segun­do o Insti­tu­to de Estu­dos Estratégi­cos de Petróleo, Gás Nat­ur­al e Bio­com­bustíveis (Ineep).

“O petróleo tem seu preço deter­mi­na­do pelo mer­ca­do glob­al. A Petro­bras não con­tro­la esse preço”, disse Luna. Segun­do o pres­i­dente da estatal, existe grande descon­hec­i­men­to da sociedade sobre o que a Petro­bras pode e não pode faz­er. “Lógi­co que somos sen­síveis a tudo, par­tic­u­lar­mente com relação às famílias mais car­entes. Recen­te­mente, como exem­p­lo, cri­amos um pro­gra­ma no val­or de R$300 mil­hões para doação de boti­jão de gás para aten­der famílias em condição de vul­ner­a­bil­i­dade social, o que demon­stra que não esta­mos insen­síveis”.

As vari­ações nos preços dos com­bustíveis afe­tam val­ores de pro­du­tos e serviços em ger­al. O Índice Nacional de Preços ao Con­sum­i­dor Amp­lo 15 (IPCA-15) fechou o mês de out­ubro com alta de 1,2%, pux­a­do prin­ci­pal­mente pelo cus­to da ener­gia elétri­ca e dos com­bustíveis. No acu­mu­la­do do ano, a inflação reg­is­tra alta 8,30% e deve chegar a dois dígi­tos até dezem­bro.

As declar­ações de Luna ocor­rem um dia após o pres­i­dente da Repúbli­ca, Jair Bol­sonaro, criticar a políti­ca de preços ado­ta­da. “Eu não aumen­to. A Petro­bras é obri­ga­da a aumen­tar o preço, porque ela tem que seguir a leg­is­lação. E nós esta­mos ten­tan­do aqui bus­car maneiras de mudar a lei nesse sen­ti­do. Porque não é jus­to você viv­er num país que paga tudo em real, é um país prati­ca­mente autossu­fi­ciente em petróleo e tem o preço do seu com­bustív­el aqui atre­la­do ao dólar”, afir­mou Bol­sonaro durante sua live sem­anal real­iza­da ontem (28).

Des­de 2016, a Petro­bras ado­ta a chama­da Políti­ca de Preços de Pari­dade de Impor­tação (PPI), que vin­cu­la o preço do petróleo ao mer­ca­do inter­na­cional ten­do como refer­ên­cia o preço do bar­ril tipo brent, que é cal­cu­la­do em dólar. O dire­tor de com­er­cial­iza­ção e logís­ti­ca da estatal, Cláu­dio Mas­tel­la, afir­ma ser pre­ciso acom­pan­har o pata­mar dos preços inter­na­cionais para não ger­ar risco de afe­tar o fornec­i­men­to de pro­du­tos no mer­ca­do. Ain­da assim, ele rev­el­ou que o rit­mo dos ajustes é mod­u­la­do pela estatal.

“Nós escol­he­mos diminuir a pas­sagem dessa volatil­i­dade de preços para o mer­ca­do inter­no, ten­tan­do pas­sar o mín­i­mo pos­sív­el de flu­tu­ações que enten­demos serem dev­i­das a fatores con­jun­tu­rais e não estru­tu­rais. Cheg­amos a ficar 56 dias sem ajus­tar gasoli­na, 85 dias em ajus­tar diesel e 93 dias sem ajus­tar o GLP. Não repas­samos flu­tu­ações que estavam acon­te­cen­do e que acon­te­cem min­u­to a min­u­to no mer­ca­do inter­na­cional”.

Lucro

As declar­ações de Luna e Mas­tel­la se der­am durante cole­ti­va de impren­sa sobre os resul­ta­dos finan­ceiros da estatal ref­er­ente ao ter­ceiro trimestre de 2021.O bal­anço apon­tou lucro líqui­do de R$ 31,1 bil­hões O pata­mar das cifras tam­bém ger­ou críti­cas de Bol­sonaro. “Tem que ser uma empre­sa que não dê um lucro muito alto, como tem dado. Porque, além de lucro alto para acionistas, a Petro­bras está pagan­do dívi­das bil­ionárias de assaltos que acon­te­ce­r­am há pouco tem­po”.

O dire­tor finan­ceiro e de rela­ciona­men­to com investi­dores, Rodri­go Araújo Alves, tam­bém par­ticipou da cole­ti­va e jus­ti­fi­cou o lucro da empre­sa. “Em um cenário de preços mais altos, nos­sos ativos tem ger­a­do um resul­ta­do finan­ceiro e opera­cional bas­tante impor­tante. Mas a Petro­bras não gera resul­ta­do para faz­er retenção dess­es resul­ta­dos. Pelo con­trário. Esta­mos dis­tribuin­do e dis­tribuire­mos cada vez os nos­sos resul­ta­dos na for­ma de div­i­den­dos. Temos uma políti­ca de div­i­den­dos que pre­vê o paga­men­to de 60% do fluxo de caixa livre”, disse. Ele afir­mou ain­da que a estatal é uma das uma das maiores con­tribuintes em trib­u­tos do país.

Para o pres­i­dente da Petro­bras, as maiores con­tribuições que a estatal pode dar à sociedade são por meio de paga­men­to de trib­u­tos e de div­i­den­dos. “Isso tem sido feito. Devolve­mos o lucro da empre­sa à sociedade por meio de div­i­den­dos. O acionista majoritário [a União] recebe a sua parte e decide como bem empre­gar esse recur­so em proveito de políti­cas públi­cas”, disse Luna.

Edição: Clau­dia Fel­czak

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