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Presidente do TSE defende sistema eleitoral e rebate Bolsonaro

Repro­dução: © 15.10.2020/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Barroso discursou na abertura da sessão do TSE de hoje


Pub­li­ca­do em 09/09/2021 — 12:33 Por Karine Melo — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Dois dias depois das man­i­fes­tações de 7 de setem­bro, o pres­i­dente do Tri­bunal Supe­ri­or Eleitoral (TSE), Luís Rober­to Bar­roso, reba­teu as sus­peitas lev­an­tadas pelo pres­i­dente Jair Bol­sonaro sobre a con­fi­a­bil­i­dade do sis­tema eleitoral brasileiro. Bar­roso falou sobre o assun­to ao dis­cur­sar na aber­tu­ra da sessão da corte na man­hã des­ta quin­ta-feira (9).

“Todos sabem que não hou­ve fraude e quem é o farsante nes­sa história”, afir­mou Bar­roso. “Quan­do fra­cas­so bate à por­ta, é pre­ciso encon­trar cul­pa­dos.” O min­istro disse que “o pop­ulis­mo vive de arru­mar inimi­gos para jus­ti­ficar o seu fias­co. Pode ser o comu­nis­mo, pode ser a impren­sa, podem ser os tri­bunais”.

Urnas

Ao defend­er as urnas eletrôni­cas, Bar­roso insis­tiu que as eleições brasileiras são seguras, limpas, democráti­cas e auditáveis. Numa refer­ên­cia ao dis­cur­so de Bol­sonaro a apoiadores no 7 de setem­bro, quan­do o pres­i­dente defend­eu a “con­tagem públi­ca de votos”, Bar­roso argu­men­tou que isso seria “como aban­donar o com­puta­dor e regredir, não à máquina de escr­ev­er, mas à cane­ta tin­teiro”. “Seria um retorno ao tem­po da fraude e da manip­u­lação. Se ten­tam invadir o Con­gres­so Nacional e o Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al, imag­ine-se o que não fari­am com as seções eleitorais”, obser­vou o pres­i­dente do TSE.

Luís Rober­to Bar­roso lem­brou ain­da que as urnas não entram em rede e não são acessíveis remo­ta­mente. “Podem ten­tar invadir os com­puta­dores do TSE e obter dados cadas­trais, ataques de negação de serviço aos sis­temas, mas nada dis­so é capaz de com­pro­m­e­ter o resul­ta­do das eleições”, garan­tiu.

Retórica

Ain­da segun­do Bar­roso, começa a ficar cansati­vo no Brasil ter que “repeti­da­mente des­men­tir fal­si­dades, para que não sejamos dom­i­na­dos pela pós-ver­dade, pelos fatos alter­na­tivos, para que a repetição da men­ti­ra não crie a impressão de que ela se tornou ver­dade. É muito triste o pon­to a que cheg­amos”, declar­ou.

Ain­da sobre declar­ações do pres­i­dente con­tra o Judi­ciário nos atos da últi­ma terça-feira, o min­istro clas­si­fi­cou as falas como “retóri­ca vazia, políti­ca de palanque”. “Insul­to não é argu­men­to. Ofen­sa não é cor­agem. A incivil­i­dade é uma der­ro­ta do espíri­to. A fal­ta de com­pos­tu­ra nos enver­gonha per­ante o mun­do”, criti­cou.

Na avali­ação de Bar­roso, a “mar­ca Brasil” sofre neste momen­to uma desval­oriza­ção glob­al. “Não é só o real que está desval­orizan­do. Somos víti­ma de cha­co­ta e de despre­zo mundi­al. Um desprestí­gio maior do que a inflação, do que o desem­prego, do que a que­da de ren­da, do que a alta do dólar, do que a que­da da bol­sa, do que des­mata­men­to da Amazô­nia, do número de mor­tos pela pan­demia, do que a fuga de cére­bros e de inves­ti­men­tos. Mas pior de tudo. A fal­ta de com­pos­tu­ra nos diminui per­ante nós mes­mos. Não podemos per­mi­tir a destru­ição das insti­tu­ições para enco­brir o fra­cas­so econômi­co, social e moral que esta­mos viven­do”, afir­mou.

Luís Rober­to Bar­roso desta­cou ain­da que o mun­do vive um proces­so de “recessão democráti­ca” e que teme que isso afete o Brasil. “É desse clube que nós não quer­e­mos que o Brasil faça parte”, afir­mou.

Bar­roso fez ain­da uma metá­fo­ra com a pas­sagem bíbli­ca João 8:32. “Con­hecereis a ver­dade e ela vos lib­er­tará”. “O slo­gan para o momen­to brasileiro, ao con­trário do propal­a­do, parece ser: “Con­hecerás a men­ti­ra e a men­ti­ra te apri­sion­ará”, ressaltou o min­istro.

Edição: Juliana Andrade

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