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Primeira seleção feminina de futebol do Brasil é tema de documentário

Filme “As Primeiras” está em cartaz esta semana nos cinemas

Joana Côrtes — Repórter da Rádio Nacional
Pub­li­ca­do em 16/04/2025 — 08:48
Brasília
fotografia da primeira seleção brasileira feminina de futebol Imagens cedidas pela Olé Produções
Repro­dução: © Ima­gens cedi­das pela Olé Pro­duções

Está em car­taz nes­ta sem­ana nos cin­e­mas o filme “As Primeiras”, que traz um tema pouco con­heci­do pelo públi­co brasileiro. O doc­u­men­tário, dirigi­do por Adri­ana Yañez, con­ta histórias das mul­heres que for­maram a base da primeira Seleção Fem­i­ni­na de Fute­bol do Brasil, nos anos 1980. O filme inclui depoi­men­tos de seis ex-jogado­ras.

Quan­do Elane dos San­tos, Leda Maria, Maria Lucia da Sil­va, Mar­ilza Mar­tins, Marisa Pires, Roseli de Belo e Rosi­lane Camar­go começaram a jog­ar, o esporte era proibido para mul­heres. O fute­bol fem­i­ni­no foi reg­u­la­men­ta­do no Brasil ape­nas em 1983, após mais de 40 anos de proibição. Em 1941, um decre­to do Esta­do Novo impediu que mul­heres prat­i­cas­sem esportes.

Aira Bon­fim, respon­sáv­el pela pesquisa do filme, apon­ta uma semel­hança comum entre as ger­ações das jogado­ras que vier­am antes das que jog­a­ram depois da proibição:

“Esse grupo de pio­neiras que a gente escol­heu, elas habitam os mes­mos bair­ros sub­ur­banos car­i­o­cas em que essas equipes apare­ce­r­am na déca­da de 40. Então, é quase que uma retoma­da, elas rea­pare­cem ness­es mes­mos ter­renos. O filme faz essa relação desse ambi­ente, dessa per­ife­ria car­i­o­ca”.

Ago­ra, o doc­u­men­tário traz os depoi­men­tos dessas mul­heres pio­neiras que vivem nos sub­úr­bios do Rio de Janeiro, estão per­to dos 60 anos e guardam um pas­sa­do comum: são a base da primeira Seleção Fem­i­ni­na de Fute­bol do Brasil.

fotografia da primeira seleção brasileira feminina de futebol Imagens cedidas pela Olé Produções
Repro­dução: Primeira seleção brasileira fem­i­ni­na de fute­bol é mostra­da em doc­u­men­tário — Imagem cedi­da pela Olé Pro­duções

Leda Maria Abreu, de 59 anos,  morado­ra de Itab­o­raí, na região met­ro­pol­i­tana do Rio, esteve em cam­po profis­sion­al­mente por 26 anos. Ela con­ta que tin­ha 17 anos quan­do foi cabeça de área na primeira seleção fem­i­ni­na.

“Traz­er uma vis­i­bil­i­dade pra gente, porque tive­mos o apaga­men­to de uma ger­ação inteira, e mostrar o quan­to luta­mos, o quan­to a gente sofreu para estar den­tro dos cam­pos, con­tra tudo e con­tra todos. Con­seguimos, por meio do filme, traz­er essa amizade que nos unia, atrav­es­san­do as bar­reiras todas desse perío­do em que jog­amos fute­bol”.

Nes­sa época, o retorno finan­ceiro foi baixo, e elas tiver­am de bus­car novos cam­in­hos e novos sen­ti­dos para a roti­na, depois que a vida den­tro do cam­po foi inter­romp­i­da.

Para a dire­to­ra do filme, Adri­ana Iañez, o doc­u­men­tário faz um res­gate históri­co sobre a amizade fem­i­ni­na, a memória do fute­bol das brasileiras e a capaci­dade dessas mul­heres de recon­stru­ir suas vidas, ape­sar das injustiças que sofr­eram.

“Quase qua­tro décadas depois, elas con­tin­u­am nas mes­mas comu­nidades, viven­do de tra­bal­hos infor­mais, mas, mes­mo assim, têm uma força, uma esper­ança e, ao mes­mo tem­po, orgul­ho e ale­gria pela história que tiver­am, de ter tido a opor­tu­nidade de jog­ar fute­bol e se con­hecer. É muito boni­to ver a força da amizade fem­i­ni­na e a resil­iên­cia dessas mul­heres”.

De tem­pos em tem­pos, as ex-atle­tas se reen­con­tram para jog­ar uma boa par­ti­da e botar o papo em dia.

O filme está em car­taz em salas de cin­e­mas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A par­tir do dia 17 de abril, “As Primeiras” ficará disponív­el no serviço de stream­ing.

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