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Primeiro lote do IFA para vacina da Fiocruz chega hoje ao Brasil

Vacinação dos profissionais de saúde, veterinários e agentes funerários com 60 anos ou mais de idade, que estam na ativa, na Clínica da Família Estácio de Sá, na região central da cidade. O município do Rio de Janeiro ampliou hoje (27) o público-alvo da campanha de vacinação contra a covid-19.
© Tânia Rêgo/Agência Bra­sil (Repro­du­ção)

Insumo permitirá produzir 2,8 milhões de doses da vacina contra covid


Publi­ca­do em 06/02/2021 — 08:33 Por Viní­cius Lis­boa — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

O pri­mei­ro lote do ingre­di­en­te far­ma­cêu­ti­co ati­vo (IFA) para a pro­du­ção das vaci­nas Oxford/AstraZeneca na Fun­da­ção Oswal­do Cruz (Fio­cruz) tem che­ga­da pre­vis­ta para as 17h50 des­te sába­do (5) no Aero­por­to Inter­na­ci­o­nal do Rio de Janei­ro. O IFA pos­si­bi­li­ta­rá a pro­du­ção de mais 2,8 milhões de doses da vaci­na con­tra a covid-19, que já come­çou a ser apli­ca­da no país a par­tir de 2 milhões de doses pron­tas impor­ta­das da Índia no mês pas­sa­do.

O insu­mo foi fabri­ca­do no labo­ra­tó­rio Wuxi Bio­lo­gics, na Chi­na, de onde par­tiu às 20h35 da últi­ma quin­ta-fei­ra (horá­rio de Bra­sí­lia). O labo­ra­tó­rio chi­nês foi vis­to­ri­a­do pela Agên­cia Naci­o­nal de Vigi­lân­cia Sani­tá­ria (Anvi­sa) no fim do ano pas­sa­do e é par­cei­ro da far­ma­cêu­ti­ca euro­peia Astra­Ze­ne­ca, que desen­vol­veu a vaci­na com a Uni­ver­si­da­de de Oxford, do Rei­no Uni­do.

Depois do desem­bar­que, o IFA será trans­por­ta­do para o Ins­ti­tu­to de Tec­no­lo­gia em Imu­no­bi­o­ló­gi­cos (Bio-Man­gui­nhos/­Fi­o­cruz), na zona nor­te do Rio de Janei­ro. Lá, após che­ca­gens de con­tro­le de qua­li­da­de, o insu­mo deve ser libe­ra­do na pró­xi­ma quar­ta-fei­ra (10) para des­con­ge­la­men­to, já que pre­ci­sa ser trans­por­ta­do a ‑55 graus Cel­sius. O dege­lo pre­ci­sa ser fei­to len­ta­men­te, e somen­te na sex­ta-fei­ra (12), deve ter iní­cio a for­mu­la­ção do lote de pré-vali­da­ção, neces­sá­rio para garan­tir que o pro­ces­so de pro­du­ção da vaci­na está ade­qua­do.

Na for­mu­la­ção, o IFA é diluí­do em outros com­po­nen­tes da vaci­na, que, entre outras fun­ções, garan­tem que a arma­ze­na­gem pos­sa ser fei­ta em refri­ge­ra­do­res comuns, com 2 a 8 graus Cel­sius. Após a for­mu­la­ção, uma série de outros pro­ce­di­men­tos como o enva­se e a rotu­la­gem pre­pa­ram a vaci­na para dis­tri­bui­ção. Tal pro­ces­so con­ta com rigo­ro­sos tes­tes de qua­li­da­de, e a pre­vi­são é que o pri­mei­ro lote de pré-vali­da­ção da vaci­na seja libe­ra­do para apro­va­ção da Anvi­sa no dia 18 des­te mês.

A Fio­cruz espe­ra­va ini­ci­al­men­te o envio de 14 remes­sas de IFA ao lon­go do pri­mei­ro semes­tre, cada uma com insu­mo sufi­ci­en­te para pro­du­zir 7,5 milhões de doses. As duas pri­mei­ras remes­sas deve­ri­am ter che­ga­do em janei­ro, e o con­tra­to pre­vê que a fun­da­ção rece­ba o sufi­ci­en­te para pro­du­zir 100,4 milhões de doses até julho. Ape­sar dos atra­sos na che­ga­da do insu­mo, a Fio­cruz afir­ma que é pos­sí­vel man­ter o com­pro­mis­so de entre­gar a mes­ma quan­ti­da­de de doses.

Em feve­rei­ro, em vez de dois lotes, cada um para 7,5 milhões de doses de vaci­na, a Fio­cruz rece­be­rá três lotes, que, soma­dos, terão o IFA neces­sá­rio para pro­du­zir as mes­mas 15 milhões de doses pre­vis­tas ini­ci­al­men­te. A che­ga­da dos dois pró­xi­mos lotes de IFA está pro­gra­ma­da para os dias 23 e 28 de feve­rei­ro, e a Fio­cruz pre­vê entre­gar o pri­mei­ro milhão de doses pron­tas entre 15 e 19 de mar­ço, e mais 14 milhões de doses até o fim do mês que vem.

No fim de mar­ço, a esca­la de pro­du­ção da vaci­na em Bio-Man­gui­nhos deve aumen­tar de 700 mil doses por dia para 1,3 milhão de doses por dia, o que per­mi­ti­rá entre­gas mai­o­res: 27 milhões de doses em abril, 28 milhões em maio e 28 milhões em junho. As 2,4 milhões de doses que com­ple­tam o com­pro­mis­so de 100,4 milhões devem ser entre­gues em julho.

Os ter­mos do acor­do entre a Fio­cruz, a Astra­Ze­ne­ca e a Uni­ver­si­da­de de Oxford pre­ve­em que, ini­ci­al­men­te, o Bra­sil vai pro­du­zir a vaci­na com IFA impor­ta­do. Pos­te­ri­or­men­te, Bio-Man­gui­nhos vai naci­o­na­li­zar a pro­du­ção do insu­mo, o que deve ocor­rer no segun­do semes­tre, a par­tir de um pro­ces­so de trans­fe­rên­cia de tec­no­lo­gia.

Após a naci­o­na­li­za­ção do IFA, a Fio­cruz pre­vê pro­du­zir mais 110 milhões de doses até o fim des­te ano, che­gan­do a um total de mais de 210,4 milhões de doses, o que faz da vaci­na Oxford/AstraZeneca a que tem mais doses pro­gra­ma­das para serem apli­ca­das na popu­la­ção bra­si­lei­ra até o momen­to.

Segura e eficaz

A apli­ca­ção dos pri­mei­ros 2 milhões de doses que che­ga­ram da Índia rece­beu auto­ri­za­ção de uso emer­gen­ci­al da Agên­cia Naci­o­nal de Vigi­lân­cia Sani­tá­ria (Anvi­sa), e o pedi­do defi­ni­ti­vo de regis­tro da vaci­na no país está em ava­li­a­ção, depois de ter sido con­cluí­do no mês pas­sa­do.

A vaci­na já foi auto­ri­za­da pela auto­ri­da­de sani­tá­ria do Rei­no Uni­do (MNRA) e tam­bém rece­beu sinal ver­de da agên­cia regu­la­do­ra de medi­ca­men­tos da União Euro­peia (EMA). Além do Bra­sil, outros paí­ses como Rei­no Uni­do e Índia já ini­ci­a­ram a apli­ca­ção das doses.

A vaci­na de Oxford tem efi­cá­cia geral de 76% 22 dias após a apli­ca­ção da pri­mei­ra dose, e de 82% após a segun­da dose, que deve ser apli­ca­da três meses após a pri­mei­ra. Os dados foram publi­ca­dos na revis­ta cien­tí­fi­ca The Lan­cet, uma das mais res­pei­ta­das do mun­do.

Além de pre­ve­nir a doen­ça em mais de 80% dos casos, a vaci­na apre­sen­tou 100% de efi­cá­cia con­tra casos gra­ves e hos­pi­ta­li­za­ções. Isso sig­ni­fi­ca que, duran­te os estu­dos clí­ni­cos, nin­guém que foi vaci­na­do pre­ci­sou ser inter­na­do.

Edi­ção: Nádia Fran­co

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