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Produção local pode melhorar alimentação em centros urbanos

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Estudo é de especialistas da Faculdade de Saúde Pública da USP


Publicado em 26/04/2024 — 07:48 Por Agência Brasil — São Paulo

Oito em cada dez adul­tos (78,6%) que vivem em cap­i­tais brasileiras man­tinham, em 2023, uma ali­men­tação sem a quan­ti­dade mín­i­ma de fru­tas, legumes e ver­duras recomen­da­da, índice que pode­ria mel­ho­rar com o fomen­to à pro­dução na zona urbana. Esse é um dos aler­tas feitos por espe­cial­is­tas do Insti­tu­to Escol­has e da Cát­e­dra Josué de Cas­tro de Sis­temas Ali­menta­res Saudáveis e Sus­ten­táveis, da Fac­ul­dade de Saúde Públi­ca da Uni­ver­si­dade de São Paulo.

Em pub­li­cação nes­sa quin­ta-feira (26), os pesquisadores lem­bram que a porção diária recomen­da­da pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) é de 400 gra­mas dessa classe de ali­men­tos, essen­ci­ais para man­ter a saúde em dia. Segun­do o estu­do, menos de um quin­to (19%) dos pro­du­tos ali­men­tí­cios adquiri­dos pelos domicílios (pessoa/ano/kg) foi de fru­tas, legumes e ver­duras em 2018. Foram uti­liza­dos dados da Vig­i­tel Brasil 2023 — Vig­ilân­cia de Fatores de Risco e Pro­teção para Doenças Crôni­cas por Inquéri­to Tele­fôni­co, do Min­istério da Saúde, para dimen­sion­ar o con­tex­to atu­al.

Ali­men­tos mais saudáveis têm sido sub­sti­tuí­dos por ultra­proces­sa­dos, que con­têm adi­tivos quími­cos e rep­re­sen­tam risco à saúde, se con­sum­i­dos com fre­quên­cia. A ingestão desse tipo de pro­du­to pre­ocu­pa órgãos como o Con­sel­ho Nacional de Saúde (CNS), que divul­gou informe desta­can­do que é a favor do aumen­to da car­ga de trib­u­tos sobre a cat­e­go­ria, como for­ma de deses­tim­u­lar a com­pra por parte dos con­sum­i­dores.

Na nota, o CNS ressalta que, “de 2006 a 2022, os preços dos ali­men­tos subi­ram 1,7 vezes mais que a inflação ger­al (IPCA) e que os ali­men­tos saudáveis tiver­am ele­vação quase três vezes maior, com­para­dos aos ultra­proces­sa­dos”. Os pesquisadores que assi­nam o estu­do obser­vam que a má ali­men­tação é um fator rela­ciona­do ao sobrepe­so cor­po­ral, à obesi­dade e ao desen­volvi­men­to de doenças crôni­cas não trans­mis­síveis, como o câncer, dia­betes e as doenças car­dio­vas­cu­lares e res­pi­ratórias.

Uma das saí­das apon­tadas pelos autores da pesquisa é estim­u­lar a rede de pro­dução de ali­men­tos saudáveis local­mente. “Quan­do o ali­men­to é pro­duzi­do per­to dos con­sum­i­dores, há poten­cial redução dos cus­tos de trans­porte e com­er­cial­iza­ção, que se reflete no preço final. Cir­cuitos cur­tos de com­er­cial­iza­ção estim­u­lam a ven­da dire­ta dos ali­men­tos pro­duzi­dos pelos agricul­tores locais aos con­sum­i­dores das cidades, sem a neces­si­dade de muitos inter­mediários ou deslo­ca­men­tos”, afir­mam.

Esti­ma­ti­vas do Insti­tu­to Escol­has, men­cionadas no estu­do, indicam que a região met­ro­pol­i­tana de São Paulo, por exem­p­lo, teria poten­cial para abaste­cer 20 mil­hões de pes­soas com legumes e ver­duras todos os anos, caso ini­cia­ti­vas dessa natureza fos­sem incen­ti­vadas. No caso de Belém, Curiti­ba, do Rio de Janeiro e Recife, o con­tin­gente chegaria a 1,7 mil­hão, 551.910, 372.376 e 252.424 pes­soas por ano, respec­ti­va­mente.

Edição: Graça Adju­to

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