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Professores dão dicas de como estudar atualidades para o Enem

Repro­dução: © Arte/Agência Brasil

Provas do exame serão aplicadas nos dias 5 e 12 de novembro


Pub­li­ca­do em 19/10/2023 — 07:40 Por Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Bus­car infor­mações em veícu­los de comu­ni­cação con­fiáveis, faz­er mapas men­tais e até mes­mo uti­lizar a inteligên­cia arti­fi­cial são for­mas de aju­dar os can­didatos que estão se preparan­do para o Exame Nacional do Ensi­no Médio (Enem) a estu­dar con­teú­dos da atu­al­i­dade, como a guer­ra no Ori­ente Médio. Segun­do os pro­fes­sores entre­vis­ta­dos pela Agên­cia Brasil, os estu­dantes devem sem­pre con­ferir as fontes de infor­mação, ques­tionar e checar, sobre­tu­do, os con­teú­dos aces­sa­dos por meio de fer­ra­men­tas de inteligên­cia arti­fi­cial.

Além dos livros didáti­cos, sim­u­la­dos e provas do Enem, bus­car con­teú­dos atu­ais pode aju­dar os estu­dantes a estarem mais prepara­dos para o exame. Segun­do a dire­to­ra da Esco­la de Refer­ên­cia em Ensi­no Médio Escritor Paulo Cav­al­can­ti, em Olin­da (PE), e pro­fes­so­ra de geografia da Esco­la Estad­ual São José, em Paulista (PE), Patrí­cia Mesqui­ta, o Enem tem cada vez mais bus­ca­do uma inter­dis­ci­pli­nar­i­dade, ou seja, não há mais questões de con­teú­dos sep­a­ra­dos de história ou geografia, por exem­p­lo. Ess­es con­teú­dos são tra­bal­ha­dos de for­ma con­jun­ta. Temas atu­ais são muitas vezes o fio con­du­tor dessas questões.

“Até uns anos atrás se via que era uma questão de geografia, de história ou de filosofia. Hoje se está con­seguin­do jun­tar tudo numa úni­ca questão. Às vezes, é isso que difi­cul­ta para o estu­dante, porque ele, infe­liz­mente, na edu­cação bási­ca ain­da tem as aulas min­istradas em caix­in­has. Não se tra­bal­ham simul­tane­a­mente as qua­tro dis­ci­plinas de humanas”, diz.

De acor­do com o pro­fes­sor de história do colé­gio Mopi, no Rio de Janeiro, Rafael Duarte ler notí­cias em veícu­los de comu­ni­cação con­fiáveis pode ser uma for­ma de estu­dar. “O ide­al é que eles acessem algum veícu­lo de comu­ni­cação impor­tante uma vez ao dia e, se há veícu­los que pos­suem newslet­ters, que man­dam infor­mações ao lon­go do dia e vários são volta­dos para vestibu­lan­dos.”

Os pro­fes­sores expli­cam que assun­tos que estão ago­ra na mídia não nec­es­sari­a­mente cairão no exame, já que as provas são elab­o­radas no primeiro semes­tre do ano. Mas questões como a guer­ra do Ori­ente Médio são anti­gas e apare­cem com recor­rên­cia nas provas. Infor­mar-se pode aju­dar a enten­der mel­hor o con­tex­to e a resolver questões.  Além dis­so, essas infor­mações podem servir de repertório na hora de escr­ev­er a redação.

Uma dica de Mesqui­ta é que os alunos estu­dem mapas e tam­bém charges, sobre­tu­do sobre guer­ras e con­fli­tos. “É impor­tante enten­der que a dis­pu­ta está naque­le espaço, não ape­nas históri­co, mas geográ­fi­co e econômi­co”, diz. Sobre as charges, acres­cen­ta: “A charge é uti­liza­da em todas as áreas do con­hec­i­men­to, tan­to na parte de humanas quan­to de lin­gua­gens. A charge expres­sa muito daque­le momen­to, do que está acon­te­cen­do.”

Out­ra dica da pro­fes­so­ra é a elab­o­ração de mapas men­tais. De for­ma sim­ples, mapas men­tais são esque­mas ou dia­gra­mas que aju­dam a explicar con­ceitos de for­ma obje­ti­va. O mapa parte de uma ideia prin­ci­pal e, a par­tir daí, vão sendo acres­cen­tadas infor­mações e con­ceitos rela­ciona­dos.

“O ide­al é, após ler questões e tex­tos, con­stru­ir o próprio mapa men­tal, uti­lizan­do todas as cane­tas col­ori­das pos­síveis”, sug­ere.

Mas não vale tra­pacear. Segun­do Mesqui­ta, é impor­tante que o estu­dante faça, ele mes­mo, esse exer­cí­cio. “Hoje, a inteligên­cia arti­fi­cial, se eu solic­i­to, faz um mapa men­tal do con­fli­to árabe. Aparece tudo, mas eu não fiz aqui­lo. Fica boni­to, mas não ten­ho apren­diza­gem. Eu vejo muito isso com meus estu­dantes. Eles me dizem ‘ten­ho um mapa men­tal’, mas quan­do per­gun­to ‘essa seta está aqui por quê?’, não sabem respon­der. Digo: ‘Tá ven­do que não foi você que con­stru­iu? Quem ficou sabi­da foi ela, a inteligên­cia arti­fi­cial, e você?’”, brin­ca.

Duarte con­cor­da que há riscos em se usar fer­ra­men­tas de inteligên­cia arti­fi­cial nos estu­dos, sobre­tu­do quan­do se tra­ta de temas atu­ais ou de con­fli­tos. “Às vezes, [a fer­ra­men­ta] vai assumir uma per­spec­ti­va ou não vai avis­ar que está assu­min­do uma per­spec­ti­va”, diz o pro­fes­sor, que acres­cen­ta: “O estu­dante tem que tomar cuida­do porque essas posições não são ver­dades abso­lu­tas e depen­dem tam­bém do cam­in­ho das per­gun­tas que você faz.”

Um uso dessas fer­ra­men­tas que pode ser bené­fi­co é pedir para que a inteligên­cia arti­fi­cial (IA) jus­ti­fique o gabar­i­to das provas do Enem. Assim, o estu­dante, tem uma expli­cação sobre a res­olução. Todas as provas e os respec­tivos gabar­i­tos estão disponíveis no site do Insti­tu­to Nacional de Estu­dos e Pesquisas Edu­ca­cionais Aní­sio Teix­eira (Inep). Essas fer­ra­men­tas, no entan­to, de acor­do com o pro­fes­sor, devem ser usadas com cuida­do.

“Se você colo­ca as questões do Enem para a IA e pede que explique gabar­i­to, ela cos­tu­ma usar um mecan­is­mo que val­i­da o gabar­i­to. Mas, tem que usar com parcimô­nia porque, como todo tipo de tec­nolo­gia, ela tem prob­le­mas. Se vai usar para, por exem­p­lo, se infor­mar de atu­al­i­dades, não recomen­do. Para estu­dar con­ceitual­mente, recomen­do faz­er uma checagem dupla. Pede para a IA o con­ceito e, depois, con­fere em um site con­fiáv­el. Além dis­so, ela pode ser uma fer­ra­men­ta poderosa para poupar tem­po de resumo”, diz.

Des­de o dia 7, noti­ciários de todo o mun­do colo­cam em destaque os con­fli­tos entre Israel e Hamas. O pon­to de par­ti­da para a retoma­da dessa cober­tu­ra mais exten­sa foi o ataque do grupo islâmi­co Hamas con­tra comu­nidades israe­lens­es próx­i­mas à Faixa de Gaza.

O con­fli­to entre Israel e Hamas tem origem na dis­pu­ta por ter­ritórios que já foram ocu­pa­dos por diver­sos povos, como hebreus e fil­is­teus, dos quais descen­dem israe­lens­es e palesti­nos. Em difer­entes momen­tos, guer­ras e ocu­pações, eles foram expul­sos, retomaram ter­ras, ampli­aram e as perder­am.

Enem 2023

O Enem 2023 será apli­ca­do nos dias 5 e 12 de novem­bro. As notas das provas podem ser usadas para con­cor­rer a vagas no ensi­no supe­ri­or públi­co, pelo Sis­tema de Seleção Unifi­ca­da (Sisu), a bol­sas de estu­do em insti­tu­ições pri­vadas de ensi­no supe­ri­or pelo Pro­gra­ma Uni­ver­si­dade para Todos (ProUni) e a finan­cia­men­tos do Fun­do de Finan­cia­men­to Estu­dan­til (Fies). As notas tam­bém podem ser usadas para preencher vagas em insti­tu­ições estrangeiras que têm con­vênio com o Inep.

Edição: Juliana Andrade

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