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Programa de aceleração de economia criativa apoia projetos em MT

Repro­dução: © Cole­ti­vo de mul­heres ren­deiras Tece Arte/Divulgação

Iniciativa gera oportunidades de inclusão, emprego e renda


Pub­li­ca­do em 26/02/2024 — 09:44 Por Daniel­la Almei­da — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Uma pro­du­to­ra inde­pen­dente de even­tos, sedi­a­da em Cuiabá (MT) tem capac­i­ta­do e ger­a­do opor­tu­nidades de tra­bal­ho e ren­da a pes­soas trans no esta­do. A Cidadão Odd­ly ofer­ece seis cur­sos volta­dos ao entreten­i­men­to do públi­co LGBTQIAPN+ e ao audio­vi­su­al (social media, fotografia, disc jock­eyvideo mak­er, pro­dução cul­tur­al e bar­tender — profis­sion­ais que preparam bebidas.

As pes­soas trans, habil­i­tadas pela orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal (ONG), têm atu­a­do no mer­ca­do local, como em uma fes­ta de réveil­lon para 1.500 con­vi­da­dos e, mais recen­te­mente, no Car­naval de Blo­cos e Esco­las de Sam­ba, para 15 mil pes­soas, na cap­i­tal mato-grossense. O cocri­ador da pro­du­to­ra, Vic­tor Hugo Rocha, diz que ger­ar opor­tu­nidades no mer­ca­do de tra­bal­ho trans­for­ma a vidas de pes­soas trans que antes, muitas vezes, se ded­i­cavam à pros­ti­tu­ição para sobre­viv­er. “Pouco a pouco, ess­es cur­sos vêm mudan­do a vida das pes­soas, dão dig­nidade a essas vidas, crian­do opor­tu­nidades de tra­bal­ho. E esse sim­ples fato já faz grande difer­ença.”

Economia Criativa

A real­iza­ção dos cur­sos para pes­soas trans foi pos­sív­el após a pro­du­to­ra pas­sar por um pro­gra­ma de acel­er­ação para econo­mia cria­ti­va que apoia ini­cia­ti­vas, pro­je­tos ou negó­cios de impacto social, com ou sem fins lucra­tivos, sedi­a­dos ou que atuem em Mato Grosso. O MOVE_MT é pro­movi­do pela Sec­re­taria de Cul­tura, Esporte e Laz­er de Mato Grosso, em parce­ria com Insti­tu­to Ekloos e o Insti­tu­to Oi Futuro, que atua para estim­u­lar o inter­câm­bio de con­hec­i­men­to com mais diver­si­dade e inclusão.

Foi assim que a Cidadão Odd­ly e out­ras 19 ini­cia­ti­vas do esta­do pas­saram por cur­sos e men­to­rias, em um ciclo de acel­er­ação com 1.700 horas de for­mação nas áreas de gestão, ino­vação, impacto social, comu­ni­cação, gestão finan­ceira e cap­tação de recur­sos.

Após esse perío­do, a Cidadão Odd­ly se tornou uma ONG foca­da em empre­ga­bil­i­dade trans. No iní­cio deste ano, a Cidadão Odd­ly e mais qua­tro ini­cia­ti­vas foram pre­mi­adas na segun­da edição do pro­gra­ma, o MOVE_MT 2. Jun­tas, a Cidadão Odd­ly, Hip Hop Atem­po­ral, Pé de Fol­clore – Cáceres, Rios e Lendas, Pro­du­to­ra Audio­vi­su­al Quar­iterê e Tece Arte divi­dem a pre­mi­ação de R$ 356,43 para inve­stir e estim­u­lar os negó­cios.

Mato Grosso. 25/02/2024 O MOVE_MT 2 acaba de anunciar as cinco iniciativas premiadas. ( ONG Cidadão Oddly / Mato Grosso (produtora dedicada à empregabilidade de pessoas trans) Foto ONG cidadão.
Repro­dução: Cuiabá — ONG Cidadão Odd­ly ofer­ece cur­sos volta­dos ao entreten­i­men­to do públi­co LGBTQIAPN+ e o audio­vi­su­al — Foto ONG cidadão

Futuro

Com esse aporte, a Cidadão Odd­ly quer crescer. Para 2024, a ONG plane­ja exe­cu­tar três cic­los de capac­i­tação, com duração de três meses. Cada um deles deve preparar para o seg­men­to de pro­dução cul­tur­al 60 ben­efi­ciários, total­izan­do 180 pes­soas trans e não binárias capac­i­tadas e inseri­das no mer­ca­do de tra­bal­ho até dezem­bro.

À frente da ONG, Vic­tor Hugo quer causar impacto social ain­da maior. Para o ano que vem, tem a meta de abrir os cur­sos para toda a comu­nidade LGBTQIPN+ [Lés­bi­cas, Gays, Bi, Trans, Queer, Inter­sexo, Assex­u­ais, Pan/Pôli, Não binárias e mais]. “Porque a gente entende a neces­si­dade de dar opor­tu­nidade a esse públi­co que está vul­neráv­el den­tro da comu­nidade. Então, a gente quer con­seguir ofer­tar mais cur­sos para mais pes­soas e tra­bal­har com todas as siglas da comu­nidade LGBTQI e PN+. Esse é o nos­so plano de cresci­men­to”.

Tradição e futuro

Out­ro pro­je­to desta­ca­do pelo MOVE_MT 2 é o Tece Arte, da Asso­ci­ação das Redeiras de Limpo Grande, Várzea Grande, na região met­ro­pol­i­tana da cap­i­tal mato-grossense. A enti­dade é for­ma­da por 55 mul­heres, que tecem redes em tear­es her­da­dos de indí­ge­nas guanás, da etnia Chané-Guaná, em tradição ances­tral pas­sa­da de mães para fil­has.

Mato Grosso. 25/02/2024 O MOVE_MT 2 acaba de anunciar as cinco iniciativas premiadas. ( Coletivo de mulheres redeiras Tece Arte - Mato Grosso). Crédito: Divulgação/Produtora Audiovisual Quariterê - Mato Grosso.
Repro­dução: Várzea Grande (Mato Grosso) — Arte­sana­to do cole­ti­vo de mul­heres redeiras _ Foto Divul­gação Tece Arte

Nesse caso, o pro­gra­ma de acel­er­ação da econo­mia cria­ti­va bus­cou aliar os con­hec­i­men­tos tradi­cionais à val­oriza­ção dos pro­du­tos, agre­gan­do val­or e, assim, pro­mover o desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el na comu­nidade. A pres­i­dente da Tece Arte, Jilaine Maria da Sil­va Brito, expli­ca como par­tic­i­par do pro­gra­ma que desen­volve de for­ma obje­ti­va e acel­er­a­da os empreende­dores con­tribuiu para for­t­ale­cer os negó­cios da asso­ci­ação. “Foi muito impor­tante para nos­sa gestão. Evoluí­mos, nos fez enten­der a nos­sa importân­cia no mer­ca­do e, faz­er parte dos 8,5 mil­hões de artesãos no Brasil. Somos da econo­mia cria­ti­va e nos­sos pro­du­tos são de impacto pos­i­ti­vo.”

Com a parte do prêmio MOVE_MT2, pro­movi­do pela insti­tu­ição, Jilaine Maria pre­tende ini­ciar pro­je­to pilo­to de uma primeira tur­ma de cur­so para a comu­nidade sobre o modo de faz­er a rede e divul­gar essa arte. “Isso mudou a vida das 50 mul­heres que fazem parte de nos­so cole­ti­vo e vai ger­ar ren­da. Assim, tam­bém vamos dar con­tinuidade à per­pet­u­ação da tradição”, afir­ma.

Diversidade nas telas

Out­ra ini­cia­ti­va pre­mi­a­da pelo pro­gra­ma MOVE_MT 2 é a pro­du­to­ra Aquilom­ba­men­to Audio­vi­su­al Quar­iterê, tam­bém de Cuiabá.

Des­de 2017, o cole­ti­vo social luta pelo aces­so de profis­sion­ais de difer­entes recortes soci­ais (raça, gênero e sex­u­al­i­dade) a toda a cadeia pro­du­ti­va do seg­men­to audio­vi­su­al. O grupo real­iza mostras, sessões de exibição de filmes, cineclube e pro­duz filmes.

A cineas­ta e mem­bro do Aquilom­ba­men­to Audio­vi­su­al Quar­iterê Juliana Segóvia acred­i­ta que fal­ta­va algo antes de a pro­du­to­ra pas­sar pelas 1.700 horas de capac­i­tação do pro­gra­ma estad­ual. “Ain­da não havia entre nós a estru­tu­ra esta­b­ele­ci­da de negócio/empresa, porém sem­pre exis­tiu, des­de o iní­cio, a garan­tia de que cada um daque­les que per­tencem a essa cole­tivi­dade tem o obje­ti­vo de garan­tir, em suas real­iza­ções e pro­duções indi­vid­u­ais, a pre­sença das pes­soas per­ten­centes aos recortes soci­ais que traze­mos ao debate”

Protagonismo

Mato Grosso. 25/02/2024 O MOVE_MT 2 acaba de anunciar as cinco iniciativas premiadas. Crédito: Divulgação/Produtora Audiovisual Quariterê - Mato Grosso.
Repro­dução: Cuiabá (Mato Grosso) — Pro­du­to­ra audio­vi­su­al da Quar­iterê — Foto divul­gação Quar­iterê

Ago­ra, com o prêmio, a pro­du­to­ra quer ir além de pro­por, debater, influ­en­ciar e mon­i­torar políti­cas públi­cas nos âmbitos munic­i­pal e estad­ual, que con­vergem em ações afir­ma­ti­vas. A ini­cia­ti­va quer que os pro­du­tos audio­vi­suais real­iza­dos pela equipe refli­tam a pop­u­lação do esta­do, por meio de novo olhar para os con­sum­i­dores e o mer­ca­do region­al. “A Quar­iterê terá a opor­tu­nidade de sair do papel como um negó­cio que se esta­b­ele­cerá no mer­ca­do mato-grossense, com o intu­ito de via­bi­lizar o pro­tag­o­nis­mo racial de indí­ge­nas e negros, em suas equipes de tra­bal­ho cinematográfico/audiovisual”

MOVE_MT 2

O pro­gra­ma MOVE_MT 2 surgiu após a Sec­re­taria de Cul­tura, Esporte e Laz­er de Mato Grosso ide­al­izá-lo e bus­car a parce­ria do Insti­tu­to Oi Futuro para desen­volvê-lo, a fim de for­mar empreende­dores da econo­mia cria­ti­va. Des­de 2017, no esta­do do Rio de Janeiro, onde o insti­tu­to está local­iza­do, o Oi Futuro aceler­ou mais de 1.150 empreende­dores de 143 negó­cios e orga­ni­za­ções.

A ger­ente exec­u­ti­va de Pro­gra­mas, Pro­je­tos e Comu­ni­cação do insti­tu­to, Car­la Uller, desta­ca como essa for­mação impacta as comu­nidades locais. “Ess­es empreende­dores têm enorme impacto em seus ter­ritórios, geran­do tra­bal­ho, ren­da, inclusão e trans­for­mação social efe­ti­va. É um esta­do que está tra­bal­han­do para for­t­ale­cer seu próprio ecos­sis­tema, mas tam­bém se conec­tar com a cena de out­ras regiões do país.”

De acor­do com o Oi Futuro, o obje­ti­vo ago­ra é replicar o mod­e­lo de suces­so do MOVE_MT para out­ros esta­dos, com novos par­ceiros.

Edição: Graça Adju­to

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