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Projeto Albatroz abre centro de educação ambiental em Cabo Frio

Repro­dução: © Albatroz/Divulgação

Inauguração será neste domingo


Pub­li­ca­do em 24/09/2023 — 08:55 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Neste domin­go (24), o Pro­je­to Alba­troz inau­gu­ra o seu primeiro Cen­tro de Vis­i­tação e Edu­cação Ambi­en­tal Mar­in­ha, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do esta­do do Rio de Janeiro, que ficará aber­to gra­tuita­mente de quin­ta-feira a domin­go, das 11h às 18h, para os moradores das comu­nidades do entorno. Para tur­is­tas, será cobra­da taxa de R$ 15.

A fes­ta de inau­gu­ração será de 13h às 18h, aber­ta ao públi­co, em espe­cial as comu­nidades do entorno, infor­mou à Agên­cia Brasil a fun­dado­ra e coor­de­nado­ra ger­al do Pro­je­to Alba­troz, Tatiana Neves. O even­to con­tará com par­tic­i­pação de artis­tas e expos­i­tores locais, ativi­dades de edu­cação ambi­en­tal e con­cer­to da Orques­tra Petro­bras Sin­fôni­ca.

“A ideia é que o cen­tro seja a casa das comu­nidades do entorno e que as pes­soas se sin­tam apro­pri­adas pelo proces­so”, disse Tatiana.

Os moradores serão cadastra­dos para ter aces­so gra­tu­ito ao Cen­tro de Vis­i­tação. O Pro­je­to Alba­troz vai dar aces­so gra­tu­ito para estu­dantes das esco­las públi­cas munic­i­pais, que já recebem o Pro­gra­ma Alba­troz nas Esco­las, em parce­ria com as sec­re­tarias munic­i­pais de Edu­cação. “A gente vai traz­er as cri­anças para den­tro do cen­tro tam­bém. A nos­sa pre­mis­sa bási­ca é dar opor­tu­nidade de con­hec­i­men­to para as cri­anças que, muitas vezes, não têm”, expli­cou.

albatroz de Tristão
Repro­dução: Alba­troz de Tristão — Dimas Gianuca/Projeto Alba­troz

Centro de Visitação

“O cen­tro tem pavil­hões de exposição, áreas ao ar livre, uma tril­ha de mangue, onde tem pla­cas mostran­do as espé­cies de Carangue­jo Uçá, do Gua­ia­mu. É uma sala de aula ao ar livre, onde as pes­soas podem viven­ciar um pouco a natureza”,informou Tatiana.

No final da tril­ha, se vê a Lagoa de Ararua­ma. Em um píer de obser­vação, os vis­i­tantes podem acom­pan­har as aves que se ali­men­tam nos ban­cos de areia, bem próx­i­mos da área. “As pes­soas vão con­seguir avis­tar as aves, sem alter­ar o seu com­por­ta­men­to. São aves migrado­ras de vários locais e res­i­dentes na nos­sa região tam­bém”.

Há tam­bém um cen­tro infor­ma­ti­vo logo no iní­cio do pro­je­to. Na calça­da dos ecos­sis­temas, há painéis que vão mostran­do a sucessão de ecos­sis­temas mar­in­ho e costeiro. O primeiro pavil­hão foi denom­i­na­do Oceano e reúne espé­cies mar­in­has de alto-mar, como os alba­trozes. No local, há uma repro­dução da Ilha Geór­gia do Sul, que é um dos locais mais impor­tantes de repro­dução de alba­trozes, que fica na região sub­an­tár­ti­ca, e a répli­ca de um casal dessas aves em taman­ho real, no nin­ho, em um cenário que repro­duz o local onde eles se repro­duzem. Há tam­bém uma ossa­da com­ple­ta de uma baleia jubarte, mon­ta­da e sus­pen­sa.

Tatiana infor­mou que essa é a segun­da ossa­da de baleia jubarte exis­tente no Rio de Janeiro. A primeira está no AquaRio, na Praça Mauá, região por­tuária da cap­i­tal flu­mi­nense. “É a nos­sa cere­ja do bolo”.

No cen­tro há infor­mações tam­bém de vários out­ros pro­je­tos, como o Meros do Brasil; o Golfin­ho Rota­dor, de Fer­nan­do de Noron­ha; o Coral Vivo; as Tar­taru­gas Mar­in­has. “É um espaço em que a gente fala de todos ess­es ani­mais, ícones do oceano. A gente está na déca­da do oceano, dec­re­ta­da pela Orga­ni­za­ção das Nações Unidas e que vai acon­te­cer entre 2021 e 2030”.

O espaço está inte­gra­do à questão da cul­tura oceâni­ca, com o obje­ti­vo de traz­er essa cul­tura para as comu­nidades que vivem do mar e para o mar, expli­cou Tatiana.

Projeto Albatroz

O últi­mo espaço do Cen­tro de Vis­i­tação tra­ta do Pro­je­to Alba­troz, abor­dan­do sua biolo­gia e car­ac­terís­ti­cas. O Alba­troz é uma ave que começa a se repro­duzir com 10 anos a 11 anos de idade, são monogâmi­cas, e depen­den­do da espé­cie, podem colo­car um úni­co ovo a cada 2 anos, ded­i­can­do-se exclu­si­va­mente aos seus cuida­dos por cer­ca de 1 ano até que o fil­hote este­ja pron­to para viv­er de for­ma inde­pen­dente.

“São o nos­so obje­to de tra­bal­ho, porque eles sofrem algu­mas ameaças impor­tantes, como a cap­tura na pesca de espin­hel, ou pesca de alto-mar, além do descarte de plás­ti­cos nos oceanos. O espin­hel con­siste em um apar­el­ho de pesca que uti­liza iscas para a atração dos peix­es. As iscas mais usadas são a sardinha, cav­al­in­ha e lula.

O Pro­je­to Alba­troz nasceu em 1990, visan­do enten­der como acon­tece a inter­ação entre as aves e os bar­cos de pesca, de modo a reduzir essa cap­tura, que não é pos­i­ti­va nem para os alba­trozes, nem para os pescadores. “Os pescadores querem pescar peixe no alto-mar e acabam cap­turan­do os alba­trozes. É pre­juí­zo para todo mun­do. Por isso, a Petro­bras nos patroci­na des­de 2006, por meio de edi­tal públi­co”, expli­ca Tatiana.

O Cen­tro de Vis­i­tação abri­ga tam­bém um play­ground para cri­anças, lan­chonete e loja. “É um espaço agradáv­el, onde os vis­i­tantes vão poder cur­tir a natureza e apren­der tam­bém”.

O pré­dio volta­do à edu­cação ambi­en­tal não está na rota da vis­i­tação. Tatiana Neves infor­mou que o obje­ti­vo é faz­er cur­sos de edu­cação ambi­en­tal e de capac­i­tação para as comu­nidades do entorno, abrangen­do municí­pios viz­in­hos de Cabo Frio, prin­ci­pal­mente a capac­i­tação de jovens das comu­nidades para tra­bal­harem no cen­tro e desen­volverem habil­i­dades profis­sion­al­izantes.

Tatiana expli­cou que o obje­ti­vo é desen­volver a capaci­dade de enga­ja­men­to dess­es jovens no mer­ca­do de tra­bal­ho, em diver­sas áreas, como a obser­vação e edu­cação ambi­en­tal, e tam­bém na área da cul­tura e no apri­mora­men­to profis­sion­al de maneira ger­al. Para isso, serão iden­ti­fi­cadas as poten­cial­i­dades das comu­nidades para que o pro­je­to pos­sa traz­er resul­ta­dos pos­i­tivos, gere ren­da e out­ros bene­fí­cios rela­ciona­dos com a habil­i­dade da região.

Estrutura

Com área útil de mais de 18 mil met­ros quadra­dos, o Cen­tro de Edu­cação Ambi­en­tal Mar­in­ha, do Pro­je­to Alba­troz, está situ­a­do ao lado do Par­que Ecológi­co Munic­i­pal Dor­mitório das Garças e da Lagoa de Ararua­ma.

A ossa­da da baleia-jubarte (Megaptera novaean­gli­ae) foi doa­da ao Pro­je­to Alba­troz pelo Insti­tu­to Orca, espe­cial­iza­do no res­gate e mane­jo de cetáceos. Todas as eta­pas de limpeza, restau­ração, mon­tagem e final­iza­ção foram feitas pelo biól­o­go espe­cial­ista em osteomon­tagem Antônio Car­los Amân­cio. Par­ceiro de lon­ga data do Pro­je­to Alba­troz, o artista plás­ti­co Alexan­dre Huber foi respon­sáv­el pela cri­ação de painéis espe­ci­ais para as pare­des do cen­tro de vis­i­tação, que desta­cam as car­ac­terís­ti­cas mar­cantes dessas aves e aju­dam a aprox­imá-las do públi­co.

20/09/2023, Inauguração do 1º Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha do Projeto Albatroz. Foto: Projeto Albatroz/Divulgação
Repro­dução: Ossa­da da baleia Jubarte (Megaptera novaean­gli­ae) doa­da ao Pro­je­to Alba­troz pelo Insti­tu­to Orca — Foto: Pro­je­to Albatroz/Divulgação

Projeto

O Pro­je­to Alba­troz nasceu em San­tos (SP) e des­de 1990 tra­bal­ha pela con­ser­vação das espé­cies de alba­trozes e petréis que se ali­men­tam em águas brasileiras. O pro­je­to é patroci­na­do pela Petro­bras por meio do Pro­gra­ma Petro­bras Socioam­bi­en­tal, des­de 2006, e man­tém uma base avança­da de pesquisa na Uni­ver­si­dade Veiga de Almei­da (UVA), no cam­pus de Cabo Frio, des­de 2014, que pos­si­bil­i­tou a ampli­ação das pesquisas no Por­to de Cabo Frio, que é rota de diver­sas embar­cações de pesca de espin­hel com a qual os alba­trozes e petréis inter­agem e pela qual são cap­tura­dos.

O pro­je­to é coor­de­na­do pelo Insti­tu­to Alba­troz, Orga­ni­za­ção da Sociedade Civ­il de Inter­esse Públi­co (Oscip) que tra­bal­ha em parce­ria com o poder públi­co, empre­sas pesqueiras e pescadores.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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