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Projeto de Restauro Cristo 90 Anos destaca a conservação preventiva

O Cristo Redentor volta a receber visitantes a partir deste sábado com novas regras sanitárias
© Tânia Rêgo/Agência Bra­sil (Repro­du­ção)

Arquiteta salienta que a ação maior é prevenir para não ter problemas


Publi­ca­do em 08/01/2021 — 21:27 Por Ala­na Gan­dra — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

A fes­ta come­mo­ra­ti­va dos 90 anos do monu­men­to do Cris­to Reden­tor será em 12 de outu­bro des­te ano, mas o Pro­je­to de Res­tau­ro Cris­to 90 Anos está a ple­no vapor. A ação come­çou no dia 27 de outu­bro do ano pas­sa­do e con­ta com ações pre­ven­ti­vas.

A arqui­te­ta da obra, Cris­ti­na Ven­tu­ra, infor­mou à Agên­cia Bra­sil que, no momen­to, o pro­je­to dá segui­men­to à fase de levan­ta­men­to. Foram fei­tos o esca­ne­a­men­to inter­no em 3D da está­tua e os tes­tes labo­ra­to­ri­ais para pedra sabão na Uni­ver­si­da­de Fede­ral de Ouro Pre­to (UFOP). Estão sen­do fei­tos tam­bém tes­tes labo­ra­to­ri­ais do con­cre­to arma­do e da arga­mas­sa arma­da. “Essa é a fase de diag­nós­ti­co. O res­tau­ro do Cris­to Reden­tor é um tra­ba­lho que se ini­cia com um levan­ta­men­to do tra­ta­men­to de con­ser­va­ção pre­ven­ti­va do monu­men­to”, apon­tou a arqui­te­ta. Já estão em pro­ces­so de aná­li­se tam­bém os tes­tes de cor­ro­são.

Segun­do Cris­ti­na, o tra­ba­lho vai além da res­tau­ra­ção de obras emer­gen­ci­ais de algum repa­ro iden­ti­fi­ca­do como neces­sá­rio. “É uma lei­tu­ra de como a mate­ri­a­li­da­de está se com­por­tan­do 90 anos depois, quais são os agen­tes que colo­cam em ris­co o Cris­to Reden­tor e como a gen­te pode anu­lar esse ris­co”. Cris­ti­na Ven­tu­ra afir­mou que o tra­ba­lho de con­ser­va­ção pre­ven­ti­va pas­sa a ser fei­to como uma roti­na para o monu­men­to.

A arqui­te­ta res­sal­ta que se o Museu Naci­o­nal tives­se uma con­ser­va­ção pre­ven­ti­va, pro­va­vel­men­te o pré­dio esta­ria de pé até hoje. Situ­a­do na Quin­ta da Boa Vis­ta, em São Cris­tó­vão, bair­ro da região cen­tral do Rio de Janei­ro, o Museu Naci­o­nal foi atin­gi­do por um incên­dio de gran­des pro­por­ções na noi­te de 2 de setem­bro de 2018, que des­truiu a qua­se tota­li­da­de do acer­vo his­tó­ri­co e cien­tí­fi­co cons­truí­do ao lon­go de duzen­tos anos e que abran­gia cer­ca de vin­te milhões de itens cata­lo­ga­dos.

Ações

Cris­ti­na infor­mou que os res­tau­ros que tive­rem de ser fei­tos na está­tua do Cris­to Reden­tor é por­que apre­sen­tam per­das por con­ta da oxi­da­ção, da ação dos rai­os. “A ideia é que se con­si­ga fazer as ações cura­ti­vas e ações pre­ven­ti­vas”. Rei­te­rou que para fazer ações pre­ven­ti­vas, é pre­ci­so com­pre­en­der como a estru­tu­ra do monu­men­to se com­por­ta hoje e quais são os agen­tes que mais tra­zem ris­co. A arqui­te­ta lem­brou que a pedra sabão usa­da na cons­tru­ção do Cris­to Reden­tor tem 90 anos, o mes­mo ocor­ren­do com a arga­mas­sa, o cimen­to, a fer­ra­gem. “Esse gran­de levan­ta­men­to está sen­do fei­to. Esse é o gran­de tra­ba­lho para iden­ti­fi­car como a estru­tu­ra de con­cre­to arma­do está se com­por­tan­do hoje”. A arqui­te­ta sali­en­tou que a ação mai­or “é pre­ve­nir”, para não ter pro­ble­mas adi­an­te.

A equi­pe mul­ti­dis­ci­pli­nar que toca o pro­je­to con­ta com cer­ca de 40 pro­fis­si­o­nais, entre os quais enge­nhei­ros estru­tu­rais, enge­nhei­ros elé­tri­cos e de segu­ran­ça, geó­lo­gos, arqui­te­tos, téc­ni­cos em esca­ne­a­men­to 3D, alpi­nis­tas, escul­to­res, pedrei­ros. Cris­ti­na Ven­tu­ra dis­se que eles estão se reu­nin­do para mon­tar o cro­no­gra­ma para 2021. Ela acre­di­ta que na sema­na que vem já terão algu­ma defi­ni­ção. As obras de res­tau­ro serão efe­tu­a­das na par­te exter­na do monu­men­to. A pers­pec­ti­va é entre­gar o monu­men­to res­tau­ra­do antes da data do ani­ver­sá­rio. “Essa fase 1, que já pega bas­tan­tes ele­men­tos, ter­mi­na antes de outu­bro, com o Cris­to res­tau­ra­do”. Isso inclui o Sis­te­ma de Pro­te­ção con­tra Des­car­gas Atmos­fé­ri­cas (rai­os).

Demandas futuras

Cris­ti­na sali­en­tou, por outro lado, que o pró­prio levan­ta­men­to vai cri­ar deman­das de tra­ba­lho que fica­rão para fases seguin­tes, em 2022. O levan­ta­men­to vai apon­tar “o que está mui­to bom, o que está médio e como a gen­te vai dar mais lon­ge­vi­da­de ao Cris­to Reden­tor, seja com rela­ção à umi­da­de, à sali­ni­da­de”. Lem­brou que o Mon­te Cor­co­va­do, onde o monu­men­to está situ­a­do, é um ambi­en­te agres­si­vo, por­que está a 710 metros de altu­ra e apre­sen­ta mudan­ças brus­cas de tem­pe­ra­tu­ra que afe­tam os mate­ri­ais usa­dos na cons­tru­ção do Cris­to Reden­tor. A ação do meio ambi­en­te sobre a está­tua “deman­da pes­qui­sa que tem de ser fei­ta sem­pre”, indi­cou a arqui­te­ta. Ela dei­xou cla­ro que enquan­to a pes­qui­sa esti­ver sen­do fei­ta, “esta­mos garan­tin­do que o Cris­to está sen­do cui­da­do”

Rio de Janeiro, Cristo Redentor
Rio de Janei­ro, Cris­to Reden­tor — Luci­o­la Vilella/ MTUR (Repro­du­ção)

O levan­ta­men­to cadas­tral uti­li­za a tec­no­lo­gia da foto­gra­me­tria aérea e ter­res­tre, fei­ta com auxí­lio de dro­nes equi­pa­dos com câme­ras de alta reso­lu­ção. Além da Uni­ver­si­da­de Fede­ral de Ouro Pre­to, par­ti­ci­pam do pro­je­to as uni­ver­si­da­des fede­rais do Rio de Janei­ro (UFRJ) e de Juiz de Fora (UFJF).

Apoiadores

O pro­je­to segue exi­gên­ci­as do Ins­ti­tu­to do Patrimô­nio His­tó­ri­co e Artís­ti­co Naci­o­nal (Iphan) e da Asso­ci­a­ção Bra­si­lei­ra de Nor­mas Téc­ni­cas (NBR). Entre as novi­da­des pre­vis­tas está a tro­ca, pela Qua­li­corp, admi­nis­tra­do­ra de pla­nos de saú­de cole­ti­vos e uma das empre­sas apoi­a­do­ras do pro­je­to, de toda a ilu­mi­na­ção que, a par­tir de ago­ra, será eco-ami­gá­vel, com ener­gia sus­ten­tá­vel e de bai­xo con­su­mo, além de ofe­re­cer ener­gia lim­pa para recar­ga de celu­la­res. São apoi­a­do­res tam­bém a mine­ra­do­ra Vale e a Refit.

O pro­je­to pre­vê ain­da a implan­ta­ção de uma pla­ta­for­ma de aces­si­bi­li­da­de e a refor­ma da Cape­la do San­tuá­rio. O pro­je­to foi desen­vol­vi­do com base em estu­dos, levan­ta­men­tos e pes­qui­sas rea­li­za­dos pela empre­sa Cone Sul des­de 2016.

Calendário

Falan­do à Agên­cia Bra­sil, o rei­tor do San­tuá­rio Cris­to Reden­tor, padre Omar Rapo­so, acen­tu­ou que o monu­men­to, por­ta de entra­da do turis­mo naci­o­nal, tem esta­be­le­ci­do uma rela­ção de afe­to sim­bó­li­ca que per­mi­te enxer­gar a bele­za do povo do Bra­sil e esta­be­le­cer uma nova rea­li­da­de, mar­ca­da pela soli­da­ri­e­da­de e pelo desen­vol­vi­men­to sus­ten­tá­vel. “Assim que a pan­de­mia ces­sar, assim que tiver­mos o povo vaci­na­do, ire­mos ala­van­car um gran­de calen­dá­rio, com inú­me­ras ati­vi­da­des soci­ais, cul­tu­rais, de meio ambi­en­te, fazen­do de fato com que todo o Bra­sil pos­sa cele­brar o seu gran­de monu­men­to”.

A ideia do padre Omar é, ao cele­brar os 90 anos do Cris­to Reden­tor, esta­be­le­cer uma nova rela­ção, mar­ca­da pela soli­da­ri­e­da­de comum e na cer­te­za de que dias melho­res virão. “O Cris­to Reden­tor, que encan­ta turis­tas, pere­gri­nos, visi­tan­tes das mais diver­sas par­tes do Bra­sil e do mun­do, é que nos aju­da a enten­der que a fé é um dom mai­or e, ao mes­mo tem­po, um tra­ba­lho de todos nós para aju­dar a con­so­li­dar dias melho­res em nos­so país”.

Edi­ção: Ali­ne Leal

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