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Projeto vai reintroduzir guarás-vermelhos no Rio de Janeiro

Repro­dução: © Petr Kratochvi/Publicdomainpictu

Último avistamento de bandos no estado foi em 1952


Pub­li­ca­do em 27/08/2023 — 08:13 Por Vitor Abdala — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Uma vis­tosa ave de col­oração ver­mel­ha, que chama a atenção por sua beleza e que pos­sivel­mente desa­pare­ceu do Rio de Janeiro, o guará-ver­mel­ho (Eudocimus ruber) voltará a ser vista, em breve, voan­do pelos manguezais do esta­do. Um pro­je­to do Insti­tu­to Estad­ual do Ambi­ente (Inea) pre­vê a rein­tro­dução de ban­dos da espé­cie no esta­do.

A pre­visão é que os ani­mais sejam intro­duzi­dos na Reser­va Biológ­i­ca de Guarat­i­ba, na zona oeste da cap­i­tal flu­mi­nense, no iní­cio do ano que vem. O bair­ro onde fica a reser­va, aliás, deve seu nome à ave que, há anos, não é mais avis­ta­da por ali. Guarat­i­ba, na lín­gua tupi, sig­nifi­ca “ajun­ta­men­to de guarás”.

“Esse pro­je­to deve começar no iní­cio do próx­i­mo ano. Por causa desse esta­do de emergên­cia por con­ta da influen­za viária, a gente poster­gou um pouquin­ho o iní­cio dele. Ela tem uma col­oração ver­mel­ha porque se ali­men­ta de carangue­jos. É uma espé­cie que é caris­máti­ca pela sua beleza e tem uma função ecológ­i­ca tam­bém”, afir­ma o ger­ente de Fau­na do Inea, Marce­lo Cupel­lo.

Na últi­ma lista de fau­na ameaça­da do Rio, pub­li­ca­da em 1998, a ave apare­cia como “criti­ca­mente em peri­go” de extinção. Mas, segun­do Cupel­lo, a ave, que vive em ban­dos, está provavel­mente extin­ta no esta­do.

Segun­do ele, o últi­mo avis­ta­men­to de ban­dos da espé­cie no esta­do do Rio foi feito em 1952, na Baía de Gua­n­abara. Depois dis­so, foram feitos ape­nas reg­istros iso­la­dos em 1985, em Sepeti­ba, e em 1996, em Guarat­i­ba.

“Ess­es ani­mais virão de zoológi­cos e cri­atórios con­ser­va­cionistas, ou seja, prove­nientes de cativeiro, mas tam­bém ter­e­mos alguns vin­dos da natureza. A ideia é soltar em torno de 80 ani­mais. Eles vão ser acom­pan­hados e mon­i­tora­dos ao lon­go do perío­do do pro­je­to”, expli­ca.

As solturas serão feitas em gru­pos, que, antes de serem lib­er­a­dos na reser­va de Guarat­i­ba, pas­sarão por um perío­do de adap­tação. “Será uma soltura bran­da. Eles ficarão acli­matan­do den­tro de um viveiro e vão se adap­tar com o ambi­ente. A ideia é que a colô­nia comece a pros­per­ar, a se repro­duzir e a gente con­seguir ter uma pop­u­lação em Guarat­i­ba. Ess­es ani­mais acabam migran­do, então podem ir para out­ros lugares do Rio tam­bém”.

Nova lista

Cupel­lo afir­mou que a Sec­re­taria Estad­ual do Ambi­ente e o Inea estão preparan­do uma atu­al­iza­ção da lista de espé­cies de ani­mais ameaça­dos de extinção no esta­do. A autor­iza­ção para ini­ciar o lev­an­ta­men­to da fau­na estad­ual e seu sta­tus de con­ser­vação no ter­ritório flu­mi­nense foi rece­bi­da pela Sec­re­taria este mês.

A lista atu­al foi pro­duzi­da há 15 anos, por uma equipe da Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro, e mostrou a existên­cia de 257 espé­cies em risco de desa­pare­cer da natureza no esta­do.

Segun­do Marce­lo Cupel­lo, a ideia é que a nova lista seja con­cluí­da em até dois anos. “Den­tro desse pro­je­to, está sendo pre­vis­to tam­bém fomen­tar treina­men­tos e equipa­men­tos para as unidades de con­ser­vação estad­u­ais e munic­i­pais, para que a gente comece a ger­ar dados e não ten­ha uma per­da de infor­mação. A ideia é que a gente con­si­ga atu­alizar essa lista em um tem­po menor”, expli­cou Cupe­lo.

As lis­tas de ameaça da fau­na servem, entre out­ras coisas, para dire­cionar ações de con­ser­vação para as espé­cies com maior risco. “A gente vai poder se plane­jar e ger­ar políti­cas que pos­sam tra­bal­har na con­ser­vação pri­or­itária dessas espé­cies”, disse.

Edição: Valéria Aguiar

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