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Público diz adeus a Rita Lee no planetário do Ibirapuera em São Paulo

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Filas para se despedir da artista começaram cedo


Pub­li­ca­do em 10/05/2023 — 11:08 Por Flávia Albu­querque — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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O velório da can­to­ra Rita Lee ocorre na man­hã des­ta quar­ta-feira (10) no plan­etário do Par­que Ibi­ra­puera, na cap­i­tal paulista. As filas de fãs e admi­radores para se des­pedir da artista, con­heci­da como a rain­ha do rock, começaram cedo. Por vol­ta das 10h, o públi­co começou a entrar no local onde está o cor­po da can­to­ra. No teto do  plan­etário, está sendo exibido o céu do dia em que Rita Lee nasceu, em 31 de dezem­bro de 1947.

A can­to­ra foi diag­nos­ti­ca­da com câncer de pul­mão em 2021 e des­de então trata­va da doença. A família con­fir­mou a morte nas redes soci­ais dela nes­sa terça-feira (9). Ela mor­reu em sua residên­cia, em São Paulo, no final da noite de segun­da-feira. “Cer­ca­da de todo amor e de sua família, como sem­pre dese­jou”, infor­mou o comu­ni­ca­do da família.

O velório segue até as 17h. Em segui­da, o cor­po será cre­ma­do em uma cer­imô­nia par­tic­u­lar, con­forme dese­jo de Rita.

Homenagens

Lui­gi Milone Leta, 13 anos, veio do Rio de Janeiro com a mãe Mar­i­ana Milone, 43 anos. “Sou muito fã da Rita, há muito pouco tem­po, uns dois anos, mas a min­ha vida mudou des­de que eu a con­heci. Eu não sou a mes­ma pes­soa e ela abriu a min­ha cabeça para um monte de coisa. Eu não esta­va prepara­do pra ver ela assim, mas eu a amo”, declar­ou.

Ele con­ta que a músi­ca Orra Meu é a sua preferi­da, pelo “deboche”. Lui­gi diz se sen­tir inspi­ra­do pelo espíri­to livre da artista. “Pela mod­ernidade dela, numa época tão som­bria, da ditadu­ra mil­i­tar, de 1964, ela desaca­tou autori­dades. Ela pode faz­er o que ela quis­er, para mim isso é uma grande influên­cia, até hoje, parece que o mun­do está mel­hor, a gente ain­da pre­cisa de mui­ta Rita Lee para apren­der.”

A mãe do ado­les­cente, Mar­i­ana, se diz orgul­hosa do fil­ho. “Eu admiro muito o Lui­gi. Des­de pequenin­in­ho, ele gos­ta muito de arte e eu incen­ti­vo muito. E não só gos­ta da Rita Lee, mas do Chico Buar­que, do Cae­tano Veloso, que real­mente são com­pos­i­tores incríveis e que rev­olu­cionaram o mun­do”, afir­mou à Agên­cia Brasil.

Reprodução: Fãs se despedem da cantora e compositora Rita Lee, no Planetário do Parque Ibirapuera - Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: Fãs se des­pe­dem da can­to­ra e com­pos­i­to­ra Rita Lee, no Plan­etário do Par­que Ibi­ra­puera — Rove­na Rosa/Agência Brasil

O escrevente do Judi­ciário, Luiz dos Reis, 57 anos, lem­brou do primeiro dis­co de vinil que com­prou. “Era o álbum Saúde. Com­prei quan­do mora­va em Minas Gerais, em Sebastião do Paraí­so. Era ado­les­cente. Era uma coisa cara e rara, dis­co de vinil era pra poucos. Eu ouvia várias vezes, até o dis­co furar, acom­pan­han­do a letra no encar­te”, lem­bra com saudo­sis­mo. Ele descreve Rita como uma mul­ti­artista que teve grande influên­cia na sua vida. “Ela meteu umas coisas na min­ha cabeça. Para mim, é rev­olu­cionária, con­tes­ta­do­ra, provo­cado­ra, irrev­er­ente, poli­ti­za­da, um sím­bo­lo fem­i­nista.”

O Ibi­ra­puera foi escol­hi­do para a cer­imô­nia de des­pe­di­da por ser um local afe­ti­vo para Rita Lee, chama­do por ela de “flo­res­ta encan­ta­da”.

O fil­ho da can­to­ra João Lee reto­mou a men­sagem posta­da ontem nas redes soci­ais em que descreve os pais como heróis. “São eles que acabam definin­do quem somos. Com certeza, se você per­gun­tar pra uma cri­ança quem é o herói dela, você vai ter uma chance muito grande de saber quem essa cri­ança vai ser ao lon­go da vida”, disse à impren­sa. Ele disse ter sido um priv­ilé­gio a con­vivên­cia com a mãe. “Não sei se con­heci uma pes­soa tão igual na min­ha vida, mas tive o priv­ilé­gio de ter pas­sa­do 43 anos com ela, apren­den­do demais, receben­do os val­ores dela. Pra mim, vai ser eter­na. Acho que pra todo mun­do.”

João lem­brou as muitas real­iza­ções da mãe ao lon­go da car­reira: shows, turnês, dis­cos, cenografia, roupa. “É uma lou­cu­ra a quan­ti­dade de real­iza­ções que ela teve. Mas não é por isso que é min­ha heroí­na, é pela sim­pli­ci­dade, dig­nidade, pela hon­esti­dade, que ela vivia dia a dia, mês a mês. É uma lou­cu­ra a hon­esti­dade dela, de lidar com as pes­soas, enten­der as pes­soas, a for­ma que tin­ha de se comu­nicar com o públi­co, com o mun­do, era uma pes­soa muito úni­ca”, acres­cen­tou.

Edição: Graça Adju­to

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