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Quase 200 mil pessoas vivem em domicílios improvisados, mostra Censo

Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil

Número representa 0,1% da população brasileira


Publicado em 06/09/2024 — 10:03 Por Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O Cen­so 2022 mostrou que 196,2 mil brasileiros vivi­am em domicílios impro­visa­dos ou em abri­gos no país, naque­le ano. Isso rep­re­sen­ta cer­ca de 0,1% do total da pop­u­lação total brasileira (203,1 mil­hões), segun­do o lev­an­ta­men­to cen­sitário.

Os dados do Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE) foram divul­ga­dos nes­ta sex­ta-feira (6).

De acor­do com o lev­an­ta­men­to, 160.485 pes­soas vivi­am em domicílios impro­visa­dos, isto é, domicílios local­iza­dos em edi­fi­cações que não têm dependên­cias des­ti­nadas exclu­si­va­mente à mora­dia; em estru­turas com­er­ci­ais ou indus­tri­ais (em fun­ciona­men­to, degradadas ou inacabadas); em calçadas, praças ou viadu­tos; e em abri­gos nat­u­rais, assim como estru­turas móveis (veícu­los ou bar­ra­cas).


Nesse dado, não estão soma­dos os imóveis de fave­las, aque­las local­izadas nos fun­dos ou em cima de esta­b­elec­i­men­tos com­er­ci­ais e nem domicílios em ter­renos par­tic­u­lares con­struí­dos em taipa ou madeira.

“Não é todo domicílio precário que é clas­si­fi­ca­do pelo IBGE como impro­visa­do, ape­nas aque­les que não são enten­di­dos como per­ma­nentes. É esper­a­do que ele [o morador] não se man­ten­ha naque­le local. Isso tem uma impli­cação opera­cional para o IBGE, mas tam­bém é uma cat­e­go­ria útil para políti­cas públi­cas”, expli­ca o pesquisador do IBGE Bruno Perez.

Grande parte recor­ria a ten­das, bar­ra­cas de lona, plás­ti­co ou teci­do (56,6 mil ou 35,3% das pes­soas viven­do em domicílios impro­visa­dos). Out­ras for­mas comuns de domicílio impro­visa­do são a habitação den­tro de esta­b­elec­i­men­to em fun­ciona­men­to (43.368), em estru­turas não res­i­den­ci­ais per­ma­nentes degradadas ou inacabadas (17.268), em estru­turas impro­visadas em logradouros públi­cos exce­to com o uso de ten­das ou bar­ra­cas (14.598) e em veícu­los (1.875). Além dis­so, havia 26.776 em out­ros tipos de domicílios impro­visa­dos.

“Na divisão por sexo, pre­dom­i­nam os home­ns nos domicílios impro­visa­dos, var­ian­do de 54,3% nas estru­turas impro­visadas em logradouros públi­cos até 61,7% em veícu­los”, desta­ca Perez.

São Paulo (SP), 10/04/2023 - Barracas de pessoas em situação de vulnerabilidade social na rua Amaral Gurgel, embaixo do Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Repro­dução: Bar­ra­cas de pes­soas em situ­ação de vul­ner­a­bil­i­dade social na rua Ama­r­al Gurgel, embaixo do Ele­va­do Pres­i­dente João Goulart, con­heci­do como Min­hocão em São Paulo — Rove­na Rosa/Agência Brasil

O esta­do de São Paulo lid­er­ou todas as cat­e­go­rias de domicílios impro­visa­dos, com exceção dos veícu­los (que incluem bar­cos), cuja lid­er­ança ficou com o esta­do do Ama­zonas. De acor­do com a pesquisa, no ter­ritório paulista havia 7 mil pes­soas viven­do em estru­turas impro­visadas em logradouros públi­cos e out­ros 7 mil moran­do em estru­turas não res­i­den­ci­ais degradadas ou inacabadas.

O Cen­tro-Oeste desta­cou-se na cat­e­go­ria “ten­da ou bar­ra­ca de lona, plás­ti­co ou teci­do, respon­den­do por 18,1% do total das pes­soas viven­do nes­sa condição no país, ape­sar de reunir ape­nas 8% da pop­u­lação brasileira.

Abrigos

Além das pes­soas viven­do em domicílios impro­visa­dos, o IBGE divul­gou que havia, em 2022, 35.405 pes­soas viven­do em abri­gos, seja porque estavam em situ­ação de rua antes de serem abri­gos seja porque per­ten­ci­am a algu­ma pop­u­lação em vul­ner­a­bil­i­dade (como imi­grantes, mul­heres víti­mas de vio­lên­cia domés­ti­ca etc).

Desse total, 24.110 vivi­am em abri­gos, casas de pas­sagem ou repúbli­ca assis­ten­cial para gru­pos vul­neráveis e 11.295 em abri­gos, alber­gues ou casas de pas­sagem para pop­u­lação em situ­ação de rua.

Edição: Denise Griesinger

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