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Quase 99% dos ultraprocessados têm ingredientes nocivos

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

Conclusão está em estudo da Uerj, feito em parceria com a USP


Pub­li­ca­do em 03/09/2023 — 15:20 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil* — Rio de Janeiro

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Quase 99% dos ali­men­tos ultra­proces­sa­dos com­er­cial­iza­dos no Brasil têm alto teor de sódio, gor­duras, açú­cares ou adi­tivos para realçar cor e sabor, apon­ta um estu­do da Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro (Uerj), em parce­ria com o Núcleo de Pesquisas Epi­demi­ológ­i­cas em Nutrição e Saúde da Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP).

Ess­es ingre­di­entes estão pre­sentes na quase total­i­dade de bis­coitos, mar­gari­nas, bolos e tor­tas, achoco­lata­dos, bebidas lácteas e sorvetes, além de frios e embu­ti­dos e bebidas gaseifi­cadas como os refrig­er­antes. Tam­bém são encon­tra­dos em refeições prontas, piz­za, lasan­ha, paste­lar­ia e out­ras bebidas açu­caradas. A pesquisa avaliou quase 10 mil ali­men­tos e bebidas das prin­ci­pais redes de super­me­r­ca­dos de São Paulo e Sal­vador.

A pro­fes­so­ra asso­ci­a­da do Depar­ta­men­to de Nutrição Apli­ca­da e do Pro­gra­ma de Pós-Grad­u­ação em Ali­men­tação, Nutrição e Saúde do Insti­tu­to de Nutrição da Uerj, Daniela Canel­la, uma das autoras do estu­do, aler­ta para a relação do con­sumo dess­es ali­men­tos com o desen­volvi­men­to de doenças crôni­cas.

“Eles estão asso­ci­a­dos a uma série de doenças crôni­cas e à obesi­dade, como dia­betes, hiperten­são, doenças car­dio­vas­cu­lares, alguns tipos de câncer. Esse resul­ta­do de com­posição dos ultra­proces­sa­dos reforça ess­es acha­dos de relação de con­sumo dess­es ali­men­tos e doenças crôni­cas. Por isso, os resul­ta­dos são alar­mantes”, disse a pesquisado­ra.

Daniela Canel­la defende que, além da indi­cação obri­gatória para ali­men­tos com alto teor de sódio, açú­car e gor­duras, seria impor­tante infor­mar o indica­ti­vo de adi­tivos, que são os corantes, arom­a­ti­zantes, emul­si­f­i­cantes, que alter­am a cor, tex­tu­ra e aro­ma dos ali­men­tos. Dessa for­ma, os con­sum­i­dores pode­ri­am iden­ti­ficar com mais facil­i­dade os ultra­proces­sa­dos e tomar a decisão sobre com­prá-los ou não.

“Além da infor­mação no rótu­lo, que a par­tir de out­ubro deste ano, pas­sa a ser obri­gatória para ‘alto em açú­car, gor­du­ra e sódio’, se os rótu­los tam­bém tivessem a infor­mação de que con­têm adi­tivos com car­ac­terís­ti­cas cos­méti­cas, facil­i­taria para que os con­sum­i­dores pudessem iden­ti­ficar com mais facil­i­dade o que são ultra­proces­sa­dos”, afir­mou a pro­fes­so­ra.

A pesquisado­ra desta­cou que os resul­ta­dos da pesquisa são impor­tantes para aux­il­iar as políti­cas públi­cas, como a proibição de ali­men­tos ultra­proces­sa­dos em can­ti­nas esco­lares e out­ras agen­das reg­u­latórias, como a pub­li­ci­dade de ali­men­tos.

*Colaborou Fabi­ana Sam­paio, repórter da Rádio Nacional

Edição: Juliana Andrade

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