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Queda de idosos pode ter consequências graves, alertam especialistas

Maioria dos acidentes ocorre no quarto ou no banheiro

Tâmara Freire — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 24/06/2025 — 16:02
Rio de Janeiro
Porto Alegre (RS), 22/05/2024 – CHUVAS/ RS - ABRIGO PARA IDOSOS - Entidades da sociedade civil, criam abrigo somente para Idosos em situação de vulnerabilidade, que foram atingidos pelas enchentes em Porto Alegre em Porto Alegre. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Cer­ca de 62 mil inter­nações de idosos foram reg­istradas nos primeiros qua­tro meses deste ano no Brasil, após episó­dios de que­da. Além dis­so, os atendi­men­tos ambu­la­to­ri­ais — sem neces­si­dade de inter­nação — pas­saram de 67 mil.

Ao lon­go de todo o ano de 2024, hou­ve mais de 344 mil atendi­men­tos ou hos­pi­tal­iza­ções. Ao mes­mo tem­po, 13.385 idosos não resi­s­ti­ram aos fer­i­men­tos cau­sa­dos por quedas.

Os dados do Min­istério da Saúde mostram a dimen­são do prob­le­ma e reforçam o aler­ta deste dia 24 de jun­ho, escol­hi­do como Dia Mundi­al de Pre­venção de Quedas pela Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde — OMS.

“As quedas rep­re­sen­tam um risco muito mais grave para pes­soas idosas porque, além da maior frag­ili­dade óssea, com maior propen­são a frat­uras, como as de quadril, o tem­po de recu­per­ação é mais lon­go e, muitas vezes, pode com­pro­m­e­ter de for­ma defin­i­ti­va a mobil­i­dade, a inde­pendên­cia e a qual­i­dade de vida”, expli­ca a espe­cial­ista em geron­tolo­gia Nubia Queiroz. 

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Fratura do quadril

Uma das con­se­quên­cias fre­quentes mais pre­ocu­pantes das quedas é a fratu­ra no quadril, pois, além da lesão óssea, pode levar a com­pli­cações como infecções, trom­bose e pneu­mo­nia, ele­van­do o risco de mor­tal­i­dade, aler­ta o pres­i­dente da Sociedade Brasileira de Trau­ma Ortopédi­co (SBTO), Robin­son Esteves.

Além dos efeitos físi­cos, muitos idosos ficam com medo de cair nova­mente após um episó­dio e, por isso, pas­sam a reduzir suas ativi­dades físi­cas e soci­ais, acres­cen­ta Núbia. Segun­do essa espe­cial­ista, os exer­cí­cios físi­cos são grandes ali­a­dos da pre­venção às quedas por favore­cer o equi­líbrio, a força mus­cu­lar e a flex­i­bil­i­dade.

Núbia tam­bém ressalta a importân­cia de adap­tar o ambi­ente domés­ti­co con­forme a idade vai aumen­tan­do: “reti­rar tapetes soltos, insta­lar bar­ras de apoio em ban­heiros, mel­ho­rar a ilu­mi­nação e elim­i­nar obstácu­los nos cam­in­hos”.

Tam­bém é essen­cial man­ter acom­pan­hamen­to médi­co e ter cuida­do redo­bra­do com medica­men­tos que podem causar ton­turas ou out­ros efeitos semel­hantes.

Muitas famílias tam­bém têm recor­ri­do a serviços de tele­as­sistên­cia, como os sis­temas de botão de emergên­cia que o idoso pode acionar caso ten­ha algu­ma emergên­cia.

Pedidos de ajuda

A médi­ca coor­de­na a Cen­tral de Atendi­men­to 24 horas da empre­sa Tele­Help e diz que — de janeiro a maio deste ano — as quedas se tornaram a prin­ci­pal ocor­rên­cia reg­istra­da entre os pacientes. Os pedi­dos de aju­da subi­ram de 16% para 23%. Os dados da empre­sa mostram ain­da que a maior parte dos aci­dentes ocorre no quar­to ou no ban­heiro.

Ela acres­cen­ta que essas fer­ra­men­tas são uma opção para que os idosos não pre­cisem mudar suas roti­nas por causa do risco de quedas. “A autono­mia e a inde­pendên­cia são fun­da­men­tais para o envel­hec­i­men­to saudáv­el, pois influ­en­ci­am dire­ta­mente o bem-estar emo­cional, a autoes­ti­ma e a qual­i­dade de vida”, com­ple­men­ta a espe­cial­ista em geron­tolo­gia.

O pres­i­dente da Sociedade Brasileira de Trau­ma Ortopédi­co, Robin­son Esteves, aler­ta que nen­hum episó­dio de que­da entre idosos pode ser min­i­miza­do.

 “As quedas em idosos rep­re­sen­tam um dos maiores desafios para a saúde públi­ca atual­mente, em razão das graves con­se­quên­cias para a qual­i­dade de vida dessa pop­u­lação. Mes­mo quan­do a que­da parece sim­ples, os riscos de com­pli­cações são altos, prin­ci­pal­mente entre os mais vel­hos. Por isso, todo cuida­do é pouco, tan­to na pre­venção quan­to no atendi­men­to ime­di­a­to”, salien­ta.

Esteves recomen­da que mes­mo os casos aparente­mente leves devem ser mon­i­tora­dos e o idoso deve ser lev­a­do ao serviço de saúde caso apre­sente hematomas, difi­cul­dade de movi­men­tação ou dores. Episó­dios com per­da de con­sciên­cia ou sus­pei­ta de fratu­ra exigem socor­ro médi­co ime­di­a­to.

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