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Reforço com Pfizer aumenta proteção em quem recebeu doses da CoronaVac

Repro­du­ção: © Myke Sena/MS

Estudo foi divulgado hoje pela Fiocruz


Publi­ca­do em 05/04/2022 — 16:34 Por Viní­cius Lis­boa — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

Rece­ber uma dose de refor­ço da vaci­na da Pfi­zer após duas doses de Coro­na­Vac pro­duz uma pro­te­ção mais efe­ti­va con­tra a vari­an­te Ômi­cron do que uma ter­cei­ra apli­ca­ção da Coro­na­Vac, indi­ca um estu­do divul­ga­do hoje (5) pela Fun­da­ção Oswal­do Cruz (Fio­cruz).

O tra­ba­lho ava­li­ou dados do e‑SUS, do Sis­te­ma de Infor­ma­ção de Vigi­lân­cia Epi­de­mi­o­ló­gi­ca da Gri­pe (Sivep-Gri­pe) e do Pro­gra­ma Naci­o­nal de Imu­ni­za­ções (PNI). Os dados abran­gem de 6 de setem­bro de 2021 a 10 de mar­ço de 2022, e foram divi­di­dos em dois perío­dos, de 6 de setem­bro de 2021 a 14 de dezem­bro de 2021, quan­do a vari­an­te Del­ta era a domi­nan­te no Bra­sil; e de 25 de dezem­bro de 2021 a 10 de mar­ço de 2022, quan­do havia mai­or cir­cu­la­ção da vari­an­te Ômi­cron.

Para ava­li­ar a efe­ti­vi­da­de da dose de refor­ço em pes­so­as vaci­na­das com duas doses de Coro­na­Vac foram dese­nha­dos três cená­ri­os. No pri­mei­ro, foram ana­li­sa­das pes­so­as que rece­be­ram as duas doses da vaci­na pro­du­zi­da no Ins­ti­tu­to Butan­tan e não refor­ça­ram a imu­ni­za­ção nos seis meses seguin­tes. Os pes­qui­sa­do­res cal­cu­la­ram que a efe­ti­vi­da­de de ape­nas doses con­tra infec­ções sin­to­má­ti­cas duran­te o perío­do de mai­or cir­cu­la­ção da vari­an­te Ômi­cron foi de 8,1%, enquan­to a pro­te­ção con­tra des­fe­chos gra­ves da doen­ça che­gou a 57%.

No segun­do cená­rio, foram ava­li­a­dos casos em que as pes­so­as rece­be­ram uma dose de refor­ço tam­bém de Coro­na­Vac, o que pro­du­ziu uma pro­te­ção adi­ci­o­nal con­si­de­ra­da limi­ta­da pelos pes­qui­sa­do­res. A efe­ti­vi­da­de con­tra infec­ções sin­to­má­ti­cas foi de 15%, e con­tra casos gra­ves, de 71,3%.

O ter­cei­ro cená­rio, em que a dose de refor­ço foi com a vaci­na da Pfi­zer, apre­sen­tou os mai­o­res per­cen­tu­ais de efe­ti­vi­da­de: de 56,8% con­tra infec­ções sin­to­má­ti­cas e de 85,5% con­tra casos gra­ves. Além dis­so, o estu­do mos­trou que, 90 dias após a dose de refor­ço, a pro­te­ção con­tra casos gra­ves não caiu, o que foi obser­va­do na vaci­na­ção com três doses da Coro­na­Vac.

Os pes­qui­sa­do­res afir­mam que as con­clu­sões refor­çam a ori­en­ta­ção do Minis­té­rio da Saú­de de que a dose de refor­ço deve ser pri­o­ri­ta­ri­a­men­te com vaci­nas com a tec­no­lo­gia de RNA men­sa­gei­ro. A reco­men­da­ção foi publi­ca­da em nota téc­ni­ca de novem­bro de 2021. No Bra­sil, o imu­ni­zan­te da Pfi­zer é o úni­co com essa pla­ta­for­ma tec­no­ló­gi­ca.

As vaci­nas con­tra a covid-19 usa­das no Bra­sil são de três pla­ta­for­mas tec­no­ló­gi­cas dife­ren­tes. Além da vaci­na de RNA men­sa­gei­ro (Pfi­zer), que con­têm RNA sin­té­ti­co do SARS-CoV‑2, há ain­da as vaci­nas de vetor viral (Astra­Ze­ne­ca e Jans­sen), em que outro vírus é usa­do como vetor para trans­por­tar infor­ma­ções gené­ti­cas do coro­na­ví­rus, e a de vírus ina­ti­va­do (Coro­na­Vac), que con­tém o vírus “mor­to”, inca­paz de se repli­car.

Edi­ção: Fer­nan­do Fra­ga

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