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Representantes de jornalistas denunciam precarização da categoria

Fenaj e sindicatos cobram melhores salários e direitos trabalhistas

Luiz Clau­dio Fer­reira — repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 07/04/2025 — 06:22
Brasília
Brasília (DF) 20/12//2024 Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante café da manhã com jornalistas Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

A data de 7 de abril, Dia dos Jor­nal­is­tas no país, tornou-se uma opor­tu­nidade de garan­tir vis­i­bil­i­dade às reivin­di­cações de uma cat­e­go­ria que enfrenta o desafio de dis­putar espaço con­tra desin­for­mação. Rep­re­sen­tantes de enti­dades lig­adas aos profis­sion­ais da notí­cia pedem dos sis­temas pri­va­do e públi­co mel­hores condições de tra­bal­ho. 

Isso inclui não somente o pedi­do por “salários dig­nos”, mas tam­bém a garan­tia de dire­itos con­tra pre­cariza­ção, que cresceu entre 2013 e 2023, segun­do as enti­dades con­sul­tadas.

“O setor perdeu cer­ca de 18% dos empre­gos for­mais”, aler­ta a pres­i­dente da Fed­er­ação Nacional dos Jor­nal­is­tas (Fenaj), Sami­ra de Cas­tro.

Em nome do for­t­alec­i­men­to da profis­são, as enti­dades pedem, por exem­p­lo, a vol­ta da obri­ga­to­riedade do diplo­ma para o exer­cí­cio da profis­são, que foi can­ce­la­da por uma decisão do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al em 2009. O STF recon­heceu, na época, um requer­i­men­to do Sindi­ca­to das Empre­sas de Rádio e Tele­visão de São Paulo, que pedia o fim da obri­ga­to­riedade.

Valorização

De acor­do com Sami­ra de Cas­tro, a cat­e­go­ria reit­era a luta por val­oriza­ção profis­sion­al e por um jor­nal­is­mo sus­ten­táv­el. Além do diplo­ma, a Fenaj argu­men­ta que há neces­si­dade de cri­ação de políti­cas públi­cas de fomen­to ao jor­nal­is­mo. “Defend­er o jor­nal­is­mo é defend­er a democ­ra­cia — e isso exige condições dig­nas de tra­bal­ho, liber­dade de impren­sa e com­pro­mis­so com a infor­mação de qual­i­dade”.

O dire­tor de jor­nal­is­mo da Asso­ci­ação Brasileira de Impren­sa (ABI), Moa­cyr Oliveira Fil­ho, infor­mou que a enti­dade divul­gará uma nota nes­ta segun­da para solic­i­tar tam­bém reg­u­la­men­tação das grandes cor­po­rações de tec­nolo­gia ─ con­heci­das como big techs ─, com­bate ao assé­dio judi­cial e às ameaças a jor­nal­is­tas e tam­bém pelo com­bate às fake news. Out­ra reivin­di­cação da ABI é o for­t­alec­i­men­to das mídias region­ais, pop­u­lares e comu­nitárias.

Piso salarial

Em relação às difi­cul­dades das mídias region­ais, o pres­i­dente do Sindi­ca­to dos Jor­nal­is­tas no Esta­do do Pará (Sin­jor-PA), Vito Gemaque, diz que a prin­ci­pal pau­ta dos profis­sion­ais no local é a luta por mel­ho­rias nos salários dos jor­nal­is­tas e nos dire­itos da cat­e­go­ria.

Ele lamen­ta que, mes­mo Belém sendo a sede da Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáti­cas (COP-30), em novem­bro, o que pode traz­er recei­ta de pub­li­ci­dade para as empre­sas de comu­ni­cação, os jor­nal­is­tas no Pará têm um dos menores salários do Brasil. O piso hoje é R$1.985 para jor­nal­is­tas em Belém e, em torno de R$ 1,8 mil para out­ros municí­pios.  O salário mín­i­mo no Brasil é de R$ 1,5 mil.

“É sem­pre uma difi­cul­dade a nego­ci­ação. Nas pub­li­ci­dades, o din­heiro cir­cu­la, inclu­sive do gov­er­no do esta­do e prefeituras. E a gente não vê esse retorno”.

Está mar­ca­da uma data de nego­ci­ação para 1º de maio com as empre­sas, con­ta ele. “Mas, até ago­ra, a gente não teve nen­hum retorno das nos­sas pro­postas”.

Os pedi­dos dos jor­nal­is­tas incluem aumen­to de 10% no salário dos jor­nal­is­tas e um piso salar­i­al de dois salários mín­i­mos.

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