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Retrospectiva 2021: paralímpicos superam pandemia para fazer história

Repro­dução: © Arte — Agên­cia Brasil

Ano é marcado por campanha vitoriosa no Japão e otimismo para o futuro


Pub­li­ca­do em 30/12/2021 — 07:00 Por Lin­coln Chaves — Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional — São Paulo

A insta­bil­i­dade da pan­demia do novo coro­n­avírus (covid-19), espe­cial­mente no primeiro semes­tre, com­pro­m­e­teu sig­ni­fica­ti­va­mente a preparação brasileira à Par­alimpía­da de Tóquio (Japão). Atle­tas de difer­entes modal­i­dades encon­traram restrições para via­jar e read­quirir rit­mo de com­petição, já que muitos estavam sem dis­putar even­tos des­de o iní­cio do ano pas­sa­do. Em out­ros casos, o últi­mo even­to foi em 2019. Hou­ve, ain­da, situ­ações em que se decid­iu preser­var aque­les já clas­si­fi­ca­dos aos Jogos (ou per­to de se garan­ti­rem) de idas ao exte­ri­or, sob risco de con­t­a­m­i­nação, com a real­iza­ção de sele­ti­vas inter­nas.

No fim, os brasileiros super­aram as adver­si­dades e alcançaram o mel­hor desem­pen­ho da história em uma Par­alimpía­da. A maior del­e­gação par­alímpi­ca do Brasil em um even­to inter­na­cional, com 259 atle­tas, voltou de Tóquio com as mes­mas 72 medal­has dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, onde o país teve mais esportis­tas (286) e par­ticipou das 22 modal­i­dades. No Japão, rug­by e bas­quete em cadeira de rodas foram exceções. Ao todo, 22 ouros (um recorde) e séti­mo lugar no quadro ger­al.

O atletismo, man­ten­do a tradição, foi o esporte que mais ren­deu medal­has ao Brasil. Foi nele que o país obteve a cen­tési­ma láurea doura­da, com Yeltsin Jacques nos 1.500 met­ros da classe T11 (cegos). Par­alímpi­co mais rápi­do do mun­do, Petrú­cio Fer­reira con­quis­tou o bi dos cem met­ros da classe T47 (amputação nos mem­bros supe­ri­ores). A modal­i­dade, porém, teve o resul­ta­do mais polêmi­co de um brasileiro em Tóquio, depois que Thi­a­go Pauli­no foi do ouro ao bronze no arremes­so de peso da classe F57 (atle­tas com defi­ciên­cia nos mem­bros infe­ri­ores, com­petem sen­ta­dos), após recur­so da Chi­na, ale­gan­do infração do atle­ta.

A par­tic­i­pação do Brasil em Tóquio foi mar­ca­da, tam­bém, por sen­ti­men­tos extremos. Por um lado, a des­pe­di­da do nome mais vito­rioso do parade­sporto brasileiro. Aos 33 anos, Daniel Dias se des­pediu das pisci­nas com três bronzes e 27 medal­has par­alímpi­cas na car­reira. Por out­ro, o surg­i­men­to de novos tal­en­tos, boa parte jus­ta­mente na natação, que alcançou o mel­hor desem­pen­ho do país na história, com 23 medal­has (oito douradas). Dos atle­tas que foram ao topo do pódio, somente Talis­son Glock esteve na Rio 2016. Os demais — Gabriel Ban­deira, Gabriel Ger­al­do, Wen­dell Belarmi­no e Car­ol San­ti­a­go — eram debu­tantes no even­to.

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Ain­da sobre ineditismo, valem mais alguns reg­istros. No goal­ball, a seleção mas­culi­na, con­sid­er­a­da há anos como a mel­hor do mun­do, con­quis­tou o son­hado ouro, lid­er­a­da pela dupla Leomon e Paraz­in­ho. Este últi­mo — ao lado de Alex Labrador, tam­bém campeão em Tóquio — foi campeão mundi­al de clubes pelo Sesi-SP, no iní­cio de dezem­bro, superan­do o Sport­ing (Por­tu­gal), jus­ta­mente o time de Leomon.

Inédi­tas, tam­bém, foram as medal­has douradas de Alana Mal­don­a­do (a primeira de uma mul­her no judô par­alímpi­co), Mar­i­ana D’An­drea (que fez o hino brasileiro soar no hal­tero­fil­is­mo pela primeira vez) e Fer­nan­do Rufi­no (o Cow­boy de Aço — que virou de ouro — da para­canoagem). Ao todo, o Brasil foi ao pódio em 14 modal­i­dades, ou seja, 70% daque­las em que teve rep­re­sen­tantes no Japão.

Por fim, vale o reg­istro da par­tic­i­pação vito­riosa do Brasil na estreia do parataek­won­do nos Jogos, com três medal­has (uma de cada cor), que colo­caram o país no topo da modal­i­dade. Em dezem­bro, o trio Nathan Torqua­to (ouro), Déb­o­ra Menezes (pra­ta) e Sil­vana Fer­nan­des (bronze) bril­hou nova­mente, ago­ra no Mundi­al de Istam­bul (Turquia), onde Sil­vana foi campeã — Nathan e Déb­o­ra ficaram na ter­ceira posição. Além deles, mais qua­tro atle­tas foram ao pódio no even­to, mostran­do poten­cial para a edição de 2024, em Paris (França).

Antes dos Jogos na cap­i­tal france­sa, porém, as atenções do parade­sporto brasileiro estarão voltadas à Par­alimpía­da de Inver­no, entre 4 e 13 de março, em Pequim (Chi­na). Ao lon­go de 2021, o Brasil asse­gurou seis vagas no even­to, três a mais que na edição ante­ri­or, em Pyeongchang (Cor­eia do Sul). O estre­ante André Bar­bi­eri defend­erá o país no snow­board. Já o esqui cross-coun­try será a modal­i­dade com mais rep­re­sen­tantes: cin­co. Três são novatos (Wes­ley Viní­cius dos San­tos, Robel­son Lula e Guil­herme Rocha) e dois expe­ri­entes (Cris­t­ian Rib­era e Aline Rocha), que estiver­am em 2018.

A dupla “vet­er­ana”, aliás, vai a Pequim son­han­do com algo além de par­tic­i­pação. Espe­cial­mente Cris­t­ian, que man­teve o rit­mo com­pet­i­ti­vo de 2020 e subiu para o ter­ceiro lugar no rank­ing mundi­al do esqui cross-coun­try. Aline, por sua vez, foi medal­hista de bronze na Copa do Mun­do da modal­i­dade, em março, na Eslovê­nia, além de tam­bém ir ao pódio na Mara­tona de Berlim (Ale­man­ha), em setem­bro.

Edição: Fábio Lis­boa

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