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Rio: aumento nos casos de urgência de covid-19 provoca alerta vermelho

Hospital de campanha
© Roge­rio Santana/Governo do Rio de Janei­ro (Repro­du­ção)

Prefeitura amplia medidas de restrição na capital


Publi­ca­do em 11/03/2021 — 13:16 Por Cris­ti­na Indio do Bra­sil – Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Rio de Janei­ro

O aumen­to de 20% nos aten­di­men­tos nas uni­da­des de emer­gên­cia e urgên­cia do muni­cí­pio do Rio acen­deu um aler­ta ver­me­lho, afir­mou o pre­fei­to Edu­ar­do Paes. Do final do ano pas­sa­do até janei­ro, os núme­ros apre­sen­ta­vam ten­dên­cia de redu­ção. Do final de janei­ro a feve­rei­ro foi obser­va­do uma cer­ta esta­bi­li­da­de. No entan­to, segun­do o supe­rin­ten­den­te de Vigi­lân­cia em Saú­de da Secre­ta­ria Muni­ci­pal de Saú­de, Már­cio Gar­cia, nas últi­mas sema­nas, hou­ve uma inver­são na ten­dên­cia com o aumen­to no núme­ro de aten­di­men­tos na rede.

Com o agra­va­men­to da situ­a­ção de aten­di­men­to nos hos­pi­tais, a pre­fei­tu­ra resol­veu ampli­ar, até o dia 22, as medi­das de res­tri­ção na capi­tal, que come­çam a valer a par­tir da meia-noi­te de hoje (11).

“Todas as medi­das anun­ci­a­das na sema­na pas­sa­da, man­ti­das e ampli­a­das hoje, umas com algum grau de fle­xi­bi­li­za­ção, são pre­ven­ti­vas. Nós não vamos ficar espe­ran­do lotar as emer­gên­ci­as, as UTIs e os hos­pi­tais e as pes­so­as come­ça­rem a mor­rer”, dis­se o pre­fei­to Edu­ar­do Paes, duran­te a divul­ga­ção do 10º Bole­tim Epi­de­mi­o­ló­gi­co da covid-19 e anún­cio das novas medi­das res­tri­ti­vas na cida­de.

“Os núme­ros de hoje apon­tam para uma situ­a­ção difí­cil daqui a um tem­pi­nho. É uma sema­na? São dez dias? Tor­ço para que nem venha, mas a gen­te tem que evi­tar. Por isso se toma ati­tu­de. Evi­ta ago­ra para não ter que ficar cho­ran­do a mor­te de nin­guém depois. Para que, da gen­te, não tenha um geno­cí­dio”, des­ta­cou.

De acor­do com o pre­fei­to, o muni­cí­pio pas­sou a con­si­de­rar os dados dos aten­di­men­tos por­que a aná­li­se do perío­do de inter­na­ção dos paci­en­tes e da evo­lu­ção da doen­ça, que vinha ser­vin­do de base para o acom­pa­nha­men­to, é mais demo­ra­da e leva até 25 dias. Segun­do Paes, os dados dos aten­di­men­tos são mais ime­di­a­tos e per­mi­tem uma ação pre­ven­ti­va.

“A gen­te tem uma ampli­a­ção no núme­ro de casos de pes­so­as que pro­cu­ram os aten­di­men­tos de saú­de com sin­to­mas da covid-19. É esse o núme­ro que nos faz tomar medi­das pre­ven­ti­vas. Não vamos espe­rar a cur­va de mor­tes subir para que nós tome­mos qual­quer ati­tu­de. O que esta­mos fazen­do nes­te momen­to é evi­tar que a cur­va de mor­tes suba em qual­quer hipó­te­se”, com­ple­tou Paes.

Aglomerações

Paes afir­mou que a lota­ção nos trans­por­tes públi­cos e a fal­ta de res­pei­to por par­te da popu­la­ção às medi­das res­tri­ti­vas tam­bém con­tri­buí­ram para a deci­são de ampli­ar o pra­zo de vigên­cia e a inclu­são de outras proi­bi­ções. Para ten­tar redu­zir a aglo­me­ra­ção nos trans­por­tes, o decre­to pre­vê esca­lo­na­men­to nos horá­ri­os de fun­ci­o­na­men­to do comér­cio, da admi­nis­tra­ção públi­ca e dos ser­vi­ços essen­ci­ais.

“Esta­mos intro­du­zin­do hoje, pela pri­mei­ra vez, o esca­lo­na­men­to das ati­vi­da­des econô­mi­cas na cida­de do Rio de Janei­ro. Vamos acom­pa­nhar, moni­to­rar, fis­ca­li­zar, mas é uma ten­ta­ti­va de dimi­nuir a pres­são sobre os trans­por­tes públi­cos, um dos dois prin­ci­pais veto­res de con­ta­mi­na­ção jun­to com bares, res­tau­ran­tes, aglo­me­ra­ções e even­tos”, afir­mou.

Segun­do a pre­fei­tu­ra, a fis­ca­li­za­ção vai con­ti­nu­ar inten­sa para evi­tar o des­cum­pri­men­to das medi­das e as aglo­me­ra­ções. Os esta­be­le­ci­men­tos que não segui­rem as medi­das podem per­der a con­ces­são de fun­ci­o­na­men­to, em caso de rein­ci­dên­cia.

Paes admi­tiu que pode­rão ser ado­ta­dos fecha­men­to de áre­as da cida­de, onde são fre­quen­tes os regis­tros de aglo­me­ra­ção, caso os fre­quen­ta­do­res con­ti­nu­em des­res­pei­tan­do as regras da pre­fei­tu­ra.

Tolerância zero

O secre­tá­rio muni­ci­pal de Saú­de, Dani­el Soranz, dis­se que o muni­cí­pio ado­ta­rá o esque­ma de tole­rân­cia zero.

“Não vai ser tole­ra­do nenhum tipo de aglo­me­ra­ção. A úni­ca pres­são que a gen­te segue é a de sal­var vidas. Nenhum outro tipo de pres­são vai ser leva­do em con­si­de­ra­ção. Se des­cum­prir e aglo­me­rar, o bar vai ser fecha­do por 15 dias. Está pre­vis­to no decre­to. A tole­rân­cia vai ser zero com qual­quer tipo de aglo­me­ra­ção”, pon­tu­ou.

Em 2021, segun­do o geren­te de Vigi­lân­cia de Saú­de, 20.317 pes­so­as foram diag­nos­ti­ca­das com covid-19 na capi­tal flu­mi­nen­se. Os casos gra­ves che­ga­ram a 4.051 e foram con­ta­bi­li­za­das 1.414 mor­tes. A taxa de inci­dên­cia por 100 mil habi­tan­tes é de 305, a de leta­li­da­de, 7% e de mor­ta­li­da­de, 21,2 por 100 mil habi­tan­tes.

O secre­tá­rio de Saú­de dis­se que o muni­cí­pio man­tém um nível de ocu­pa­ção de 91% da rede incluin­do lei­tos fede­rais, esta­du­ais e muni­ci­pais. Na últi­ma con­ta­gem, havia 13 pes­so­as na fila de espe­ra por um lei­to, mas o tem­po aguar­dan­do, segun­do o secre­tá­rio, não ultra­pas­sa­va seis horas.

“A gen­te ain­da não tem colap­so no sis­te­ma, a gen­te ain­da tem o sis­te­ma aten­den­do as pes­so­as ade­qua­da­men­te, mas foi para man­ter esse aten­di­men­to que a gen­te aumen­tou as medi­das res­tri­ti­vas para todos os seto­res da soci­e­da­de”, con­cluiu Soranz.

Edi­ção: Líli­an Beral­do

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