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Rio de Janeiro tem o maior número de queimadas desde 2017

Repro­dução: © Cor­po de Bombeiros RJ/Divulgação

Tendência é de focos aumentarem em setembro e outubro


Publicado em 10/09/2024 — 16:52 Por Léo Rodrigues — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Des­de o iní­cio de 2024, o mon­i­tora­men­to por satélite real­iza­do pelo Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe) detec­tou 760 focos de queimadas no esta­do do Rio de Janeiro. É o maior número de ocor­rên­cias já reg­istra­do em um úni­co ano des­de 2017, quan­do hou­ve 959 reg­istros. É uma mar­ca que ain­da pode ser super­a­da, já que setem­bro e out­ubro são meses com uma grande média históri­ca de incên­dios flo­restais.

É o maior número reg­istra­do para o mês des­de 2010, quan­do hou­ve 355 ocor­rên­cias. Em setem­bro, o Inpe já iden­ti­fi­cou até o momen­to 55 incên­dios flo­restais den­tro do esta­do.

Há duas sem­anas, o Cor­po de Bombeiros do Rio de Janeiro já havia aler­ta­do para um cresci­men­to sig­ni­fica­ti­vo das queimadas no esta­do des­de o iní­cio do ano. A cor­po­ração havia infor­ma­do ter aten­di­do até então 6.178 ocor­rên­cias a mais do que no mes­mo perío­do do ano pas­sa­do, aumen­to que cer­ca de 85%. Os municí­pios do Rio de Janeiro (4.513), São Gonça­lo (569) e Duque de Cax­i­as (561) estão no topo do rank­ing dos mais afe­ta­dos, segui­dos por Mar­icá, Nova Iguaçu, Niterói, Ararua­ma, Nova Fribur­go, Cam­pos dos Goy­ta­cazes e Vol­ta Redon­da.

O exces­so de queimadas no Brasil vem resul­tan­do em uma que­da na qual­i­dade do ar em diver­sas regiões, geran­do pre­ocu­pações com a saúde das pop­u­lações. No últi­mos dias, viralizaram nas redes soci­ais ima­gens que mostram pais­agens encober­tas por fumaça em algu­mas cap­i­tais, como Brasília, São Paulo e Belo Hor­i­zonte.

Espe­cial­is­tas têm apon­ta­do que os ecos­sis­temas ficam mais vul­neráveis a incên­dios em momen­tos de seca, como a que o país está enfrentan­do. Esse cenário pode estar sendo influ­en­ci­a­do por difer­entes fatores, como o aque­c­i­men­to glob­al impul­sion­a­do pela ação humana e pelos efeitos do fenô­meno climáti­co El Niño, segui­do da La Niña.

Mas ape­sar do cli­ma seco deixar áreas de mata mais suscetíveis a queimadas, a origem delas muitas vezes é crim­i­nosa. Já há inves­ti­gações aber­tas em diver­sos locais do país que apu­ram indí­cios que reforçam essa pos­si­bil­i­dade. Prisões já foram real­izadas nos últi­mos dias, por exem­p­lo, nos esta­dos de São Paulo e de Goiás.

Qualidade do ar

Em algu­mas cidades do inte­ri­or do esta­do do Rio de Janeiro, pais­agens encober­tas por fumaças tam­bém impres­sion­aram moradores. Isso ocor­reu, por exem­p­lo, na região ser­rana, onde estão municí­pios como Petrópo­lis e Teresópo­lis. Mas o últi­mo bole­tim do Insti­tu­to Estad­ual do Ambi­ente (Inea), divul­ga­do às 17h des­ta segun­da-feira (9), sug­ere uma mel­ho­ra. “A tendên­cia é de dis­per­são dos polu­entes nas próx­i­mas 24 horas”, reg­is­tra o doc­u­men­to.

Con­forme o bole­tim, 28 das 57 estações espal­hadas pelos municí­pios flu­mi­nens­es reg­is­traram qual­i­dade do ar boa. Em out­ras 26, a situ­ação é mod­er­a­da e em três, é ruim. Nen­hu­ma das estações apon­tou um cenário muito ruim ou pés­si­mo.

As piores condições foram reg­istradas na estação Man­guin­hos, na cap­i­tal do esta­do; na estação Casa da Lua, em Resende (RJ); e na estação Engen­heiro Pedreira, em Japeri (RJ). Ness­es locais, a qual­i­dade do ar foi clas­si­fi­ca­da como ruim. Nes­sa situ­ação, toda a pop­u­lação está sujei­ta a apre­sen­tar um con­jun­to de sin­tomas como tosse seca, cansaço e ardor nos olhos, nar­iz e gar­gan­ta.

Cri­anças, idosos e pes­soas com doenças res­pi­ratórias ou car­di­ológ­i­cas podem ser mais afe­tadas.

Em cenários de cli­ma seco e de incidên­cia de fumaça na atmos­fera, as recomen­dações do Min­istério da Saúde são para o aumen­to da ingestão de água e líqui­dos, para um maior tem­po de per­manên­cia em casa se pos­sív­el com ar-condi­ciona­do ou purifi­cadores de ar e para a sus­pen­são das ativi­dades físi­cas ao ar livre sobre­tu­do entre 12h e 16h, quan­do as con­cen­trações de ozônio são mais inten­sas. O uso de más­caras do tipo cirúr­gi­ca, pano, lenços ou ban­danas para diminuir a exposição às partícu­las grossas tam­bém é indi­ca­do, espe­cial­mente para pop­u­lações que resi­dem próx­i­mas às áreas de focos de queimadas.

Edição: Car­oli­na Pimentel

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