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Rio de Janeiro terá Circuito Histórico do Bondinho Pão de Açúcar

O Bondinho do Pão de Açúcar volta a receber visitantes a partir deste sábado com novas regras sanitárias
Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Projeto deve começar a funcionar até o final deste ano


Pub­li­ca­do em 08/05/2021 — 17:30 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

Um acor­do de coop­er­ação téc­ni­ca assi­na­do pelo Bond­in­ho Pão de Açú­car e o Insti­tu­to do Patrimônio Históri­co e Artís­ti­co Nacional (Iphan) esta­b­ele­ceu a cri­ação do Cir­cuito Históri­co do Bond­in­ho Pão de Açú­car, que está pre­vista para começar a fun­cionar até o final deste ano. O super­in­ten­dente do Iphan no Rio de Janeiro, Olav Schrad­er, disse que o Brasil, e mais especi­fi­ca­mente o Rio de Janeiro, “está sen­ta­do em cima de um tesouro cul­tur­al, históri­co e pais­agís­ti­co riquís­si­mo e que está sub­aproveita­do”.

Schrad­er disse que esse tesouro pode ger­ar tur­is­mo, autoes­ti­ma, con­sciên­cia, e faz­er com que as pes­soas val­orizem. “Na ver­dade, você só con­segue preser­var aqui­lo que con­hece. Às vezes, as pes­soas não con­hecem e não dão val­or. Isso é algo que nós her­damos, seja pela natureza, seja pela nos­sa história. Está ali para a gente usar, para explo­rar de maneira vir­tu­osa”.

O super­in­ten­dente disse que o Iphan, na déca­da de 1930 e 1940 do sécu­lo pas­sa­do, esta­va na van­guar­da e é pre­ciso retomar essa van­guar­da. Para ele, isso se faz por meio de parce­rias e soluções ino­vado­ras. “A gente tem que tirar esse imen­so patrimônio históri­co, artís­ti­co, pais­agís­ti­co do ônus e jog­ar para o bônus”. Segun­do Schrad­er, o Rio de Janeiro tem um acer­vo imen­so que está se dete­ri­o­ran­do e se isso não for abor­da­do com novas pro­postas, reunin­do todas as forças da sociedade, ele vai con­tin­uar, “infe­liz­mente, nesse dete­ri­oro”.

Trajeto

O Cir­cuito Históri­co do Bond­in­ho Pão de Açú­car terá um tra­je­to a ser per­cor­ri­do pelos vis­i­tantes ao lon­go dos mirantes do Bond­in­ho, que serão reba­ti­za­dos e trarão con­teú­dos com tex­tos históri­cos sobre o bem cul­tur­al e o ambi­ente em que está inseri­do, além de destacar a ino­vação tec­nológ­i­ca do primeiro tele­féri­co das Améri­c­as. Para o pres­i­dente-exec­u­ti­vo do Bond­in­ho Pão de Açú­car, San­dro Fer­nan­des, a parce­ria inédi­ta vai tornar ain­da mais rica a exper­iên­cia dos vis­i­tantes.

“A história do Bond­in­ho Pão de Açú­car se mescla com a história da cidade do Rio de Janeiro. O Cir­cuito Históri­co do Bond­in­ho Pão de Açú­car pro­moverá enriquec­i­men­to cul­tur­al e históri­co para todos os vis­i­tantes que pas­sarem pelo par­que. Esta ini­cia­ti­va é mais uma opor­tu­nidade de, através do con­hec­i­men­to, inspi­rar feli­ci­dade em todos que se conec­tam conosco”, disse Fer­nan­des.

Schrad­er expli­cou que o cir­cuito terá um olhar para den­tro e out­ro para fora. No olhar para den­tro, pre­tende-se con­tar a história do mon­u­men­to, porque muitas pes­soas que vão ao Bond­in­ho não sabem que se tra­ta do tele­féri­co mais anti­go do mun­do em oper­ação. “Todo mun­do olha e não sabe o imen­so val­or que tem. Acho incrív­el isso não ser de domínio públi­co e não estar arraiga­do na nos­sa con­sciên­cia de car­i­o­cas e de brasileiros”. Para o super­in­ten­dente do Iphan, tra­ta-se de um mon­u­men­to da engen­haria nacional e mundi­al pelo seu pio­neiris­mo. “Foi um desafio imen­so ele ter sido feito na época”. Até o cimen­to veio de navio da Europa.

Segun­do pon­to turís­ti­co mais vis­i­ta­do na cap­i­tal flu­mi­nense, depois do Cristo Reden­tor, no Mor­ro do Cor­co­v­a­do, o Bond­in­ho Pão de Açú­car acu­mu­la, des­de sua fun­dação, em 1912, mais de 46 mil­hões de vis­i­tantes. Ide­al­iza­do pelo engen­heiro Augus­to Fer­reira Ramos, o Bond­in­ho foi o ter­ceiro tele­féri­co a fun­cionar no mun­do. Na época, só exis­ti­am dois sim­i­lares, um na Espan­ha e out­ro na Suíça. O tele­féri­co car­i­o­ca super­ou os dois em taman­ho e tem seu pon­to mais alto a 396 met­ros aci­ma do nív­el do mar.

Olhar para fora

O super­in­ten­dente do Iphan acres­cen­tou que no olhar para fora do cir­cuito será fei­ta a inter­pre­tação da pais­agem que se vê do Bond­in­ho, incluin­do dados históri­cos, “para que as pes­soas se apaixonem por ela, enten­den­do o que rep­re­sen­tou his­tori­ca­mente”. No tra­je­to com mirantes serão colo­cadas pla­cas explica­ti­vas em por­tuguês, espan­hol e inglês, com leg­en­das bási­cas e um QR Code (códi­go de bar­ras bidi­men­sion­al), por meio do qual o vis­i­tante terá aces­so ao site do Bond­in­ho, com chancela do Iphan, obten­do maiores expli­cações sobre a pais­agem e os acon­tec­i­men­tos históri­cos a ela rela­ciona­dos.

“Você vai ref­er­en­ciar um pouco mais o assun­to através desse QR Code pelo próprio celu­lar, ou de casa, pelo com­puta­dor. É uma sinal­iza­ção físi­ca, como se faz na Europa, em qual­quer lugar que sai­ba val­orizar o que tem”.

Tomba­do pelo Iphan em 8 de agos­to de 1973 por sua importân­cia na com­posição da pais­agem cul­tur­al do Rio de Janeiro, o Com­plexo do Pão de Açú­car tam­bém é recon­heci­do como Patrimônio Mundi­al pela Orga­ni­za­ção das Nações Unidas para a Edu­cação, a Ciên­cia e a Cul­tura des­de 2012. O mon­u­men­to inte­gra o sítio Rio: Pais­agens Car­i­o­cas entre a Mon­tan­ha e o Mar, primeira área no mun­do a ter recon­heci­do o val­or uni­ver­sal da sua pais­agem urbana.

O Bond­in­ho Pão de Açú­car ado­ta um rígi­do pro­to­co­lo de segu­rança san­itária de com­bate à covid-19 para seu fun­ciona­men­to. A más­cara é item obri­gatório, poden­do ser reti­ra­da ape­nas no momen­to das refeições e des­de que o dis­tan­ci­a­men­to social seja man­ti­do. Dis­penseres de álcool em gel são disponi­bi­liza­dos ao lon­go de todo o par­que e a medição de tem­per­atu­ra é fei­ta em todos na entra­da. Além da demar­cação do espaço de dis­tan­ci­a­men­to físi­co nas filas, os bon­des oper­am com capaci­dade reduzi­da e são san­i­ti­za­dos a cada viagem.

Cereja do bolo

Schrad­er rev­el­ou que a “cere­ja do bolo” para o qual o Iphan está tra­bal­han­do é pro­mover a inter­ação da Via Sacra do Cristo Reden­tor com o pro­je­to históri­co pais­agís­ti­co do Bond­in­ho Pão de Açú­car e o cir­cuito históri­co da Flo­res­ta da Tiju­ca, que tem o pro­je­to de reflo­resta­men­to em grande escala mais anti­go do mun­do.

“A gente pen­sou em unir ess­es três e faz­er, em algum momen­to, o cir­cuito históri­co pais­agís­ti­co do Rio de Janeiro, que seria o primeiro do país. Vamos tra­bal­har nes­sa direção”, expli­cou.

Edição: Valéria Aguiar

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