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Rio: estudantes lidam com ansiedade e calor forte no 2º dia do Enem

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Transporte público é desafio para quem mora longe dos locais de prova


Pub­li­ca­do em 12/11/2023 — 12:17 Por Rafael Car­doso — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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No segun­do dia da edição 2023 do Exame Nacional do Ensi­no Médio (Enem), os estu­dantes que chegaram mais cedo aos locais de pro­va no Rio de Janeiro tiver­am de lidar com um desafio extra: o calor forte, com tem­per­atu­ra aci­ma dos 40 graus. Além do kit bási­co com doc­u­men­tos, cane­tas e cartão de con­fir­mação, o lanche teve de ser reforça­do com água e, em alguns casos, sorvete para aguen­tar o sol.

Até duas horas antes da aber­tu­ra dos portões, que ocor­reu ofi­cial­mente às 12h, dezenas de estu­dantes esper­avam do lado de fora dos locais de pro­va. Na região cen­tral da cidade, a maio­r­ia preferiu ante­ci­par o horário de chega­da por morar longe e ter de enfrentar horas de trans­porte públi­co. Uns estavam mais con­fi­antes, out­ros mais ten­sos, mas prati­ca­mente todos com­par­til­havam da ansiedade com as provas de matemáti­ca e ciên­cias da natureza (biolo­gia, físi­ca e quími­ca).

Maicon San­tos, de 18 anos, veio de Teresópo­lis, na região ser­rana, para faz­er as provas na cap­i­tal. Foram pelo menos três horas de ônibus. Ele quer faz­er fac­ul­dade de biolo­gia. O calor é uma pre­ocu­pação, mas ele está con­fi­ante porque se preparou bem para a pro­va.

“Foquei em ten­tar man­ter a cabeça boa, para lidar com a ansiedade e não deixar isso atra­pal­har na pro­va. Uma parte da matéria eu estou mais con­fi­ante, out­ra aproveit­ei para dar uma revisa­da e não sur­tar na hora. Estudei tudo soz­in­ho, pela inter­net. Acho que estou prepara­do, pelo menos otimista. Con­fes­so que com um pouco de medo de matemáti­ca, mas o restante estou mais tran­qui­lo”, disse Maicon.

Kayene Leite, de 18 anos, mora no bair­ro do Recreio, na zona oeste da cidade, e tam­bém chegou mais cedo com medo de perder a pro­va. Ela quer cur­sar relações inter­na­cionais e, para enfrentar o Enem, recor­reu aos mate­ri­ais que encon­trou na inter­net.

Rio de Janeiro (RJ), 12/11/2023- Candidatos aguardam abertura dos portões para o segundo dia provas do Enem 2023, na Universidade Veiga de Almeida, na Tijuca, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro — Can­didatos aguardam aber­tu­ra dos portões para o segun­do dia provas do Enem 2023 — Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Estudei soz­in­ha pelo Youtube, Tik­Tok, assisti a alguns aulões para revis­ar con­teú­do e pedi aju­da aos pro­fes­sores do ensi­no médio. Eu ain­da tin­ha con­ta­to com eles e pedi algu­mas dicas. Tam­bém me pre­parei para enfrentar esse calor com mui­ta água e uns choco­lates para dar uma ener­gia extra durante a pro­va. Ape­sar da ansiedade, estou mais con­fi­ante nas provas de hoje, das áreas de exatas, do que esta­va na redação e nas provas de humanas”, afir­mou Kayene.

Além de estu­dantes que estão ter­mi­nan­do ou acabaram de con­cluir o ensi­no médio, há aque­les mais vel­hos que querem uma nova car­reira ou realizar um son­ho anti­go. É o caso da Andrea Cos­ta, de 52 anos, que pre­tender cur­sar dire­ito. Para ela, ingres­sar na uni­ver­si­dade seria um novo pas­so em um proces­so difí­cil de mudança de vida.

“Depois da sep­a­ração e de sofr­er vio­lên­cia domés­ti­ca, deci­di que pre­cisa­va faz­er algu­ma coisa para mudar min­ha vida. Voltei a estu­dar, con­cluí o ensi­no médio e deci­di faz­er o Enem. Pedi aju­da de ami­gos e pro­fes­sores, estudei com livros anti­gos em casa. Meus fil­hos me aju­daram tam­bém. Mui­ta gente torceu para eu estar aqui hoje. Estou tran­quila para as provas. Matemáti­ca eu não sou muito boa, mas nas out­ras matérias eu vou dar um jeito”, disse Andrea.

Már­cia Boaven­tu­ra, de 51 anos, son­ha em cur­sar med­i­c­i­na em uma uni­ver­si­dade públi­ca. Ela admite que não estu­dou muito para as provas, mas que mes­mo assim tem esper­ança de que vai se sair bem

“Eu tra­bal­ho, ten­ho uma fil­ha de 8 anos, mas acho que con­segui boa nota no primeiro dia de provas. Hoje, estou um pouco mais ner­vosa, as dis­ci­plinas não são o meu forte. Mas quero muito faz­er med­i­c­i­na, é o meu son­ho, ven­ho de uma família pobre e quero poder aju­dar as pes­soas que pre­cisam”, afir­mou.

Edição: Graça Adju­to

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