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Rio Grande do Sul confirma 20ª morte por leptospirose após enchentes

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Estado tem 3,8 mil notificações de casos em investigação


Publicado em 19/06/2024 — 17:48 Por Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A Sec­re­taria Estad­ual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul con­fir­mou, na segun­da-feira (17), mais uma morte por lep­tospirose, ele­van­do para 20 o número total de óbitos. Todas as víti­mas são do sexo mas­culi­no.

O gov­er­no gaú­cho reafir­ma que as chu­vas que estão ocor­ren­do no esta­do aumen­tam o risco de a pop­u­lação expos­ta às enchentes con­trair lep­tospirose, doença que é trans­mi­ti­da na água suja con­t­a­m­i­na­da pela uri­na de ratos. A bac­téria pre­sente na água pen­e­tra o cor­po humano pela pele ou mucosas. Sem trata­men­to, pode levar à morte.

De acor­do com informe epi­demi­ológi­co do Cen­tro Estad­ual de Vig­ilân­cia San­itária (CEVS), da Sec­re­taria Estad­ual da Saúde, mais sete mortes estão em inves­ti­gação.

Depois das enchentes que atin­gi­ram o Rio Grande do Sul no mês pas­sa­do, foram noti­fi­ca­dos 5.439 casos da doença em todo o esta­do, dos quais 353 deles (6,5%) foram con­fir­ma­dos; 1.255, descar­ta­dos, e o restante (3.831) está em inves­ti­gação. A cap­i­tal, Por­to Ale­gre, lid­era o número de noti­fi­cações com 1.597 casos.

A Força Nacional do Sis­tema Úni­co de Saúde infor­mou, na últi­ma quin­ta-feira (13), que entre os atendi­men­tos presta­dos no Rio Grande do Sul, no rank­ing de hipóte­ses de diag­nós­ti­co, a lep­tospirose cor­re­sponde a 3,4% do total.

Sintomas

Os sin­tomas ini­ci­ais da lep­tospirose são dores de cabeça e mus­cu­lar, em espe­cial, na pan­tur­ril­ha e região lom­bar, calafrios, febre, náuse­as e fal­ta de apetite.

Tam­bém são sin­tomas a hemor­ra­gia con­jun­ti­val, car­ac­ter­i­za­da por pequenos acú­mu­los de sangue sob a con­jun­ti­va (mem­brana que reveste a frente do olho) e sen­si­bil­i­dade exces­si­va à luz (foto­fo­bia). A fase tar­dia da doença é mar­ca­da por icterí­cia inten­sa com tonal­i­dade alaran­ja­da, insu­fi­ciên­cia renal agu­da e hemor­ra­gia, inclu­sive pul­monar.

A ori­en­tação da Sec­re­taria Estad­ual da Saúde para os cidadãos que apre­sen­tem sin­tomas é para procu­rar a unidade de saúde mais próx­i­ma, logo nas primeiras man­i­fes­tações.

Prevenção e cuidados

Com a vol­ta das chu­vas volu­mosas, o cidadão deve evi­tar andar, nadar ou tomar ban­ho com água de enchentes.

Caso seja inevitáv­el o con­ta­to com a água, lama das cheias e esgo­to, que podem estar con­t­a­m­i­na­dos, a pes­soa deve usar luvas, botas de bor­racha ou sap­atos imper­me­áveis. Se não hou­ver disponi­bil­i­dade dess­es itens, deve usar sacos plás­ti­cos dup­los sobre os calça­dos e as mãos.

Ninguém deve ingerir água ou ali­men­tos que pos­sam ter sido infec­ta­dos pelas águas das cheias.

Se hou­ver cortes ou arran­hões na pele, as pes­soas devem evi­tar o con­ta­to com a água con­t­a­m­i­na­da e usar ban­da­gens nos fer­i­men­tos.

Orientações

Caso a pes­soa já ten­ha tido con­ta­to com a água das cheias ou lama e apre­sente sin­tomas, deve procu­rar a unidade de saúde mais próx­i­ma.

Os sus­peitos com sin­tomas com­patíveis com lep­tospirose e que vier­am de áreas de alaga­men­to, no perío­do de até 30 dias ante­ri­ores, devem ini­ciar ime­di­ata­mente o trata­men­to com o uso de antibióti­cos. Para os casos leves, o atendi­men­to é ambu­la­to­r­i­al, mas, nos mais graves, a hos­pi­tal­iza­ção deve ser ime­di­a­ta, visan­do evi­tar com­pli­cações e diminuir a letal­i­dade.

A amostra de sangue cole­ta­da a par­tir do 7º dia do iní­cio dos sin­tomas deve ser encam­in­ha­da exclu­si­va­mente ao Lab­o­ratório Cen­tral do Esta­do.

A lep­tospirose é uma doença de noti­fi­cação com­pul­sória. Todos os casos sus­peitos devem ser noti­fi­ca­dos pelos profis­sion­ais de saúde em até 24 horas à Sec­re­taria Munic­i­pal de Saúde.

Edição: Nádia Fran­co

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