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Rio: Mocidade, Paraíso do Tuiuti, Grande Rio e Portela fecham desfiles

Campeãs se apresentam novamente no Sambódromo no sábado

Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil*
Pub­li­ca­do em 04/03/2025 — 14:32
 — Atu­al­iza­do em 04/03/2025 — 14:30
Rio de Janeiro
Sambódromo. Foto: Alexandre Macieira/ Riotur
Repro­dução: © Alexan­dre Macieira/ Rio­tur

Esta terça-feira (4) de car­naval é tam­bém o últi­mo dia de des­file das esco­las de sam­ba do Grupo Espe­cial do Sam­bó­dro­mo da Mar­quês de Sapu­caí, no Rio de Janeiro. Moci­dade Inde­pen­dente de Padre Miguel, Paraí­so do Tuiu­ti, Acadêmi­cos do Grande Rio e Grêmio Recre­ati­vo Esco­la de Sam­ba Portela ocu­parão a aveni­da a par­tir das 22h.

A primeira esco­la a des­fi­lar será a Moci­dade Inde­pen­dente de Padre Miguel, às 22h.

Neste ano, a esco­la de sam­ba da zona oeste do Rio traz uma reflexão sobre o futuro da humanidade para o car­naval deste ano. Com o enre­do Voltan­do para o Futuro – Não Há Lim­ites pra Son­har, a agremi­ação será uma das pou­cas a abor­dar temas sem relação com a negri­tude ou a africanidade. Em 2025, a maior parte das esco­las levará para a aveni­da enre­dos lig­a­dos a ess­es temas.

Rio de Janeiro (RJ) 18/02/2025 - Cantor e compositor Zé Paulo Sierra, em seu segundo ano como intérprete da Mocidade Independente de Padre Miguel. Foto: Mike Bleak/Twelve Marketing/Divulgação
Repro­dução: Rio de Janeiro (RJ) 18/02/2025 — Can­tor e com­pos­i­tor Zé Paulo Sier­ra, em seu segun­do ano como intér­prete da Moci­dade Inde­pen­dente de Padre Miguel — Mike Bleak/Twelve Marketing/Divulgação

“Este ano, opta­mos por uma coisa mais ten­sa, com con­teú­do de aler­ta”, afir­mou à Agên­cia Brasil o intér­prete da agremi­ação, José Paulo Fer­reira Sier­ra. A men­sagem do sam­ba, de acor­do com ele, é dire­ta.

“É de con­tar um pouco a história de onde viemos e do quan­to a tec­nolo­gia pode ser impor­tante, mas tam­bém do quan­to pode prej­u­dicar. Acho que é um sam­ba com uma grande men­sagem. A esco­la enten­deu bem isso e con­segue trans­portar isso em for­ma de can­to”.

A segun­da esco­la será Paraí­so do Tuiu­ti, que des­fi­la em torno das 23h30.

São Paulo (SP), 24/02/2024 - Detalhes de alegorias e fantasias da escola de samba Paraíso do Tuiuti. Foto: Paraíso do Tuiuti/Divulgação
Repro­dução: Arqui­vo — Paraí­so do Tuiuti/Divulgação

Com o enre­do Quem Tem Medo de Xica Man­i­con­go?, a esco­la con­tará a vida de Xica, con­sid­er­a­da a primeira trav­es­ti do Brasil, e seus per­calços. Escrav­iza­da no Con­go foi lev­a­da para Sal­vador, na Bahia, onde foi obri­ga­da a se vestir com roupas iden­ti­fi­cadas como mas­culi­nas, foi persegui­da por suas man­i­fes­tações reli­giosas e não podia demon­strar o seu pen­sa­men­to. Mais do que con­tar a história, a intenção do car­navale­sco Jack Vas­con­ce­los é mostrar o ser humano por trás da per­son­agem.

“Essa per­son­agem está trazen­do uma opor­tu­nidade de falar da tran­sces­tral­i­dade, da importân­cia. Fala-se muito da ances­tral­i­dade hoje em dia, dos fun­da­men­tos ances­trais de várias questões, inclu­sive raci­ais, mas esta­mos falan­do de uma figu­ra que traz essa importân­cia, inclu­sive reli­giosa, da figu­ra LBGBT e das pes­soas trans na história do mun­do”, expli­cou, Vas­con­ce­los em entre­vista para divul­gação do enre­do da Tuiu­ti.

A Grande Rio será a ter­ceira a per­cor­rer o Sam­bó­dro­mo, com des­file por vol­ta da 0h50.

Brasília (DF) 24/02/2025 - Detalhe do carro alegórico, escola Grande Rio. Foto: Rafael Arantes/Divulgação
Repro­dução: Detal­he do car­ro alegóri­co, esco­la Grande Rio  — Rafael Arantes/Divulgação

O sam­ba-enre­do Poro­ro­cas Parawaras: as Águas dos Meus Encan­tos nas Con­tas dos Curim­bós con­ta uma história que foi trans­mi­ti­da de ger­ação a ger­ação nos ter­reiros de tam­bor de Mina da Amazô­nia paraense. Tudo começa com a chega­da de três prince­sas tur­cas à Amazô­nia, em bus­ca de cura. A escol­ha do enre­do ocorre jus­ta­mente no ano da real­iza­ção da Con­fer­ên­cia das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáti­cas, a COP 30, no Pará.

“É impor­tante para a gente pen­sar nas questões plan­etárias, isso pas­sa pela val­oriza­ção das comu­nidades tradi­cionais, dos saberes de matriz oral e, no caso especí­fi­co do nos­so tra­bal­ho, meu e do Gabriel, é uma con­tin­u­a­da. A gente feliz­mente vem con­seguin­do dar con­tinuidade a um pen­sa­men­to maior, a uma lin­ha de raciocínio que vem se des­do­bran­do nos enre­dos que sem­pre olham para difer­entes ter­ritórios”, disse à Agên­cia Brasil o car­navale­sco Leonar­do Bora.

Portela irá encer­rar o ter­ceiro e últi­mo dia de des­file do Grupo Espe­cial. O des­file ocorre por vol­ta das 2h10.

Brasília (DF) 25/02/2025 - Cantor Milton Nascimento na escola Portela. Foto: Magaiver Fernandes/Divulgação.
Repro­dução: Can­tor Mil­ton Nasci­men­to na esco­la Portela — Mag­a­iv­er Fernandes/Divulgação.

O enre­do é Can­tar Será Bus­car o Cam­in­ho que Vai Dar no Sol, uma hom­e­nagem a Mil­ton Nasci­men­to. E o que se espera é mui­ta emoção no Sam­bó­dro­mo da Sapu­caí. O enre­do foi desen­volvi­do pelos car­navale­scos Antônio Gon­za­ga e André Rodrigues, que des­de o ano pas­sa­do estão à frente da azul e bran­co. A intenção não é mostrar a vida do can­tor e com­pos­i­tor, mas a relação do tra­bal­ho dele com a vida do seu públi­co e fãs.

“O que a Portela vai mostrar tam­bém são essas relações pes­soais, essas relações que envolvem a músi­ca do Míl­ton Nasci­men­to como tril­ha. Por isso que no des­file a cada ala que entrar será como se um grupo de pes­soas estivesse can­tan­do essas músi­cas. As nos­sas ale­go­rias, por sua vez, serão os andores desse des­file, como se nós, fãs de Mil­ton Nasci­men­to, tivésse­mos pro­duzi­do andores para poder levar em Três Pon­tas para poder hom­e­nageá-lo”, diz Rodrigues.

Desfiles e resultados

Neste ano, pela primeira vez, as apre­sen­tações das 12 agremi­ações da elite são divi­di­das em três dias (domin­go, segun­da e terça-feira). Des­de a inau­gu­ração do Sam­bó­dro­mo, em 1984, os des­files eram feitos em duas noites (domin­go e segun­da-feira).

Cada esco­la tem de 70 a 80 min­u­tos para con­cluir o des­file e será avali­a­da em nove que­si­tos: bate­ria; sam­ba-enre­do; har­mo­nia; evolução; enre­do; ale­go­rias e adereços; fan­tasias; comis­são de frente; e mestre-sala e por­ta-ban­deira.

Serão qua­tro jul­gadores para cada que­si­to, que ficarão espal­ha­dos em qua­tro cab­ines de jul­ga­men­to, ao lon­go da Mar­quês de Sapu­caí. Eles poderão con­ced­er notas de 9 a 10, sendo per­mi­ti­das notas com fra­cos dec­i­mais (como 9,7 ou 9,4, por exem­p­lo). A menor entre as qua­tro notas é descar­ta­da da nota final.

A aber­tu­ra dos envelopes com as notas con­ce­di­das por cada jul­gador será fei­ta na tarde de quar­ta-feira (5). A campeã e as out­ras seis mais bem colo­cadas se apre­sen­tam nova­mente no Sam­bó­dro­mo, no des­file das campeãs, na noite de sába­do (8). A últi­ma colo­ca­da é rebaix­a­da para o grupo de aces­so (Série Ouro), em 2026.

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