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Risco de acidente em rodovias federais sob gestão pública é maior

Repro­dução: © Depar­ta­men­to Nacional de Infraestru­tu­ra de Trans­portes — DNIT

É o que mostra estudo da Fundação Dom Cabral com base em dados da PRF

Publicado em 14/06/2024 — 07:48 Por Elaine Patrícia Cruz — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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Em 2023, o risco de aci­dentes em rodovias fed­erais sob gestão públi­ca no Brasil foi 3,2 vezes maior do que nas con­ce­di­das à ini­cia­ti­va pri­va­da, em relação a 2022. Essa foi a con­clusão de estu­do da Fun­dação Dom Cabral (FDC), fei­ta com base em dados de aci­dentes de trân­si­to reg­istra­dos pela Polí­cia Rodoviária Fed­er­al (PRF) e divul­ga­do nes­ta sex­ta-feira (14).

No ano pas­sa­do, dos 65.176 aci­dentes noti­fi­ca­dos, 34.650 ocor­reram em rodovias sob gestão públi­ca e 30.526 em estradas sob con­cessão.

Ape­sar dis­so, des­de 2018 o número de aci­dentes de trân­si­to vem crescen­do nas estradas con­ce­di­das e dimin­uin­do naque­las sob gestão públi­ca. Em 2018, foram reg­istra­dos 28.845 aci­dentes nas rodovias con­ce­di­das. No ano pas­sa­do, esse número subiu para 30.526, um aumen­to de 5,8%. Na mal­ha sob gestão públi­ca, os aci­dentes caíram de 36.880 para 34.650, o que sig­nifi­cou que­da de 6%.

“Os números estão nos mostran­do que, ape­sar de o número abso­lu­to de aci­dentes ter aumen­ta­do mais na rede sob con­cessão do que naque­la sob gestão públi­ca, as taxas de aci­dentes e de gravi­dade dess­es even­tos con­tin­u­am bem maiores na rede sob gestão públi­ca”, disse Ramon Vic­tor Cesar, pro­fes­sor asso­ci­a­do da Fun­dação Dom Cabral e coor­de­nador da pesquisa.

Em entre­vista à Agên­cia Brasil, o pesquisador expli­cou que o aumen­to de aci­dentes nas rodovias sob con­cessão pode estar rela­ciona­do a dois fatores pri­mor­diais. Um deles é o maior inves­ti­men­to em manutenção e con­ser­vação das estradas sob gestão públi­ca nos últi­mos anos. O out­ro deri­va do fato de que muitas dessas con­cessões são recentes, resul­ta­do de leilões real­iza­dos nos últi­mos dois anos. Com isso, segun­do ele, as novas empre­sas não tiver­am ain­da tem­po sufi­ciente para mel­ho­rar a qual­i­dade das con­ces­sion­adas.

“Por um lado, o setor con­ce­di­do rece­beu rodovias que não estavam boas e que deman­dam tem­po para colocá-las no padrão. E, por out­ro, o poder públi­co con­seguiu, prin­ci­pal­mente no últi­mo ano, inve­stir mais na recu­per­ação e manutenção das rodovias públi­cas”, disse.

Para que essa com­para­ção entre difer­entes rodovias, com menor ou maior exten­são, pos­sa ser fei­ta, o estu­do tra­bal­ha com taxas de aci­dentes (que descon­sid­er­am o vol­ume do tráfego) e taxas de sev­eri­dade (dan­do peso difer­ente para a gravi­dade do even­to). Essa estraté­gia bus­ca reduzir a influên­cia do vol­ume de veícu­los que cir­cu­lam a cada dia no tre­cho de ocor­rên­cia do aci­dente, já que rodovias mais movi­men­tadas ten­dem a apre­sen­tar maior número de casos. Isso tam­bém pre­tende elim­i­nar a difer­ença entre a quan­ti­dade de rodovias sob admin­is­tração públi­ca das que já foram con­ce­di­das.

Gravidade

Quan­do se con­sid­era a gravi­dade dos aci­dentes ocor­ri­dos entre os anos de 2022 e 2023, hou­ve aumen­to de 12,6% na taxa de casos com feri­dos. No entan­to, o estu­do demon­strou que hou­ve redução de 9,1% na classe de reg­istros envol­ven­do aci­dentes com mortes.

Do total de aci­dentes noti­fi­ca­dos no ano pas­sa­do, 47.840 tiver­am feri­dos e 4.640 ter­mi­naram com mortes. “Os aci­dentes estão fican­do menos severos”, ressaltou o pesquisador.

Isso pode estar ocor­ren­do, segun­do ele, dev­i­do a fatores como maior con­t­role de veloci­dade e mel­ho­rias na infraestru­tu­ra rodoviária, ente elas a dupli­cação de estradas, que reduz a col­isão frontal, maior cau­sado­ra de aci­dentes com mortes.

Acidentes

O esta­do brasileiro que reg­istrou o maior número de aci­dentes em rodovias fed­erais foi Minas Gerais, segui­do por San­ta Cata­ri­na e Paraná. No caso de sin­istros graves, o Paraná lid­era os reg­istros.

As rodovias brasileiras que apre­sen­taram maior número de aci­dentes de trân­si­to e maior taxa de gravi­dade dessas ocor­rên­cias foram a BR-101, que começa no Rio Grande do Norte e segue até o Rio Grande do Sul, e a BR-116, que vai de For­t­aleza ao Rio Grande do Sul.

Para diminuir o número de aci­dentes nas estradas fed­erais, disse o pro­fes­sor, é necessário não só mel­ho­rar a infraestru­tu­ra, mas tam­bém inve­stir em fis­cal­iza­ção e na edu­cação de trân­si­to. Ele defend­eu, além dis­so, que a leg­is­lação seja garan­ti­da. “Temos um bom Códi­go de Trân­si­to. O que não se pode é ten­tar afrouxá-lo. Temos que ter uma reg­u­lação séria, que não fique sendo mod­i­fi­ca­da em ter­mos pop­ulis­tas”, afir­mou.

Edição: Graça Adju­to

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