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Saiba as diferenças entre o vírus sincicial respiratório e a influenza

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal/Agência Brasil

Casos das duas doenças têm crescido no Brasil nas últimas semanas


Publicado em 04/04/2024 — 16:47 Por Alana Gandra — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Com sin­tomas pare­ci­dos, os casos de vírus sin­ci­cial res­pi­ratório (VSR) e de influen­za têm cresci­do no Brasil nas últi­mas sem­anas. Ape­sar de os dois vírus se com­portarem de for­ma semel­hante, exis­tem par­tic­u­lar­i­dades que aju­dam a faz­er a dis­tinção entre eles.

O vírus sin­ci­cial res­pi­ratório, por exem­p­lo, acomete com mui­ta fre­quên­cia os bebês pequenos, nos primeiros meses de vida. “Ele tem uma alta prevalên­cia nesse perío­do da vida. Tan­to é que os estu­dos mostram que até que a cri­ança com­plete um ou dois anos de idade, mais de 95% delas já terão sido expostas a esse vírus”, expli­ca o pres­i­dente do Depar­ta­men­to Cien­tí­fi­co de Infec­tolo­gia da Sociedade Brasileira de Pedi­a­tria (SBP), Mar­co Aurélio Sáfa­di.

O VSR tem uma man­i­fes­tação clíni­ca clás­si­ca que é a bron­quio­lite, doença que começa com febre, tosse, igual a out­ras doenças res­pi­ratórias, mas que pro­gride para um quadro de cansaço e insu­fi­ciên­cia res­pi­ratória, chama­do com­pro­me­ti­men­to do tra­to res­pi­ratório infe­ri­or, que abrange os pul­mões, os bron­quío­los. “Essa é uma man­i­fes­tação que não é exclu­si­va do VSR, mas é muito típi­ca dele”.

Já o vírus Influen­za, de for­ma ger­al, tem ger­a­do sur­tos em cri­anças de idades maiores, ado­les­centes e adul­tos jovens. “É bem sin­tomáti­co nesse grupo, provo­ca febre de iní­cio súbito, dores no cor­po, dor de gar­gan­ta, sin­tomas de tosse, coriza. Ness­es gru­pos etários – cri­anças maiores, ado­les­centes, adul­tos jovens, o vírus sin­ci­cial rara­mente vai provo­car sin­tomas. Então, a idade aca­ba sendo um fator para se sus­peitar de um ou de out­ro”, expli­cou o espe­cial­ista.

Entre os idosos, tan­to o vírus da influen­za como o sin­ci­cial podem ser prob­lemáti­cos. Ambos provo­cam quadros pare­ci­dos nos idosos, muito difí­ceis de serem dis­tin­gui­dos.

Riscos

Segun­do Mar­co Aurélio Sáfa­di, os riscos dess­es dois vírus são claros. Por exem­p­lo, o VSR é respon­sáv­el por 80% das bron­quio­lites e por um per­centu­al impor­tante das pneu­mo­nias em bebês pequenos. “Ele é o vírus que mais hos­pi­tal­iza bebês. É a causa número um de hos­pi­tal­iza­ção por quadros res­pi­ratórios, ou sín­drome res­pi­ratória agu­da grave, como relatam dados do Min­istério da Saúde. No primeiro ano de vida, o campeão é o VSR”.

Já nas cri­anças maiores, ado­les­centes e adul­tos, a pre­dom­inân­cia pas­sa a ser do vírus Influen­za e do Sars-Cov­‑2, vírus que causa a covid-19.

“Tem estu­dos que mostram que ter infecção pelo sin­ci­cial nos primeiros meses de vida, e de for­ma mais grave e sin­tomáti­ca, pode se traduzir por tornar essa cri­ança uma cri­ança chi­ado­ra crôni­ca, com episó­dios recor­rentes de sibilân­cia, ou chi­a­do no peito”. De acor­do com Sáfa­di, ess­es são impactos no lon­go pra­zo do fato de ter a infecção em idade ten­ra e de for­ma sin­tomáti­ca mais grave.

Estratégias

O dire­tor da SBP desta­ca duas estraté­gias já aprovadas pela Agên­cia Nacional de Vig­ilân­cia San­itária (Anvisa), mas ain­da não disponíveis, para diminuir a car­ga de doenças provo­cadas pelo VSR. A primeira é a vaci­nação da ges­tante con­tra a VSR, que pro­tege o bebê ain­da no útero, e a segun­da é um medica­men­to, um anti­cor­po mon­o­clon­al, que pode ser apli­ca­do no bebê ao nascer e pro­tege com uma úni­ca dose a cri­ança por, pelo menos, cin­co meses, que é o perío­do de for­mas mais graves desse vírus.

Segun­do Sáfa­di, esse medica­men­to já está sendo uti­liza­do em alguns país­es da Europa e nos Esta­dos Unidos, com redução dramáti­ca das taxas de hos­pi­tal­iza­ção.

“Ambas as estraté­gias são muito promis­so­ras e devem, obri­ga­to­ri­a­mente, faz­er parte dos debates do Min­istério da Saúde para intro­duzir uma ou as duas estraté­gias no Brasil para pro­te­ger as nos­sas cri­anças dessa doença”, man­i­festou o pedi­atra.

Como os estu­dos já provaram efi­ciên­cia, ele esti­mou que a intro­dução dessas novi­dades no país vai depen­der de ini­cia­ti­va, disponi­bil­i­dade de dos­es e avali­ação de cus­to.

Edição: Sab­ri­na Craide

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