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Saiba como evitar contato com o carrapato que causa a febre maculosa

Repro­dução: © Prefeitu­ra de Jun­di­aí

Doença provocou a morte de quatro pessoas nesta última semana


Pub­li­ca­do em 16/06/2023 — 06:22 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil* — São Paulo

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A febre mac­u­losa é uma doença infec­ciosa, cau­sa­da por uma bac­téria do gênero Rick­ettsia e que é trans­mi­ti­da pela pic­a­da de car­ra­p­a­to infec­ta­do, prin­ci­pal­mente pelo car­ra­p­a­to estrela. Nes­ta últi­ma sem­ana, a doença provo­cou a morte de qua­tro pes­soas que estiver­am em uma fazen­da na cidade de Camp­inas, no inte­ri­or paulista.

“A febre mac­u­losa é uma doença infec­ciosa agu­da, provo­ca­da pela pic­a­da de um car­ra­p­a­to que vai trans­mi­tir a bac­téria para a pes­soa”, expli­cou a infec­tol­o­gista San­dra Gomes de Bar­ros, pro­fes­so­ra do cur­so de Med­i­c­i­na da Uni­ver­si­dade San­to Amaro (Unisa), em entre­vista à TV Brasil. “Ela pode se man­i­fes­tar des­de uma for­ma leve até for­mas mais graves, provo­can­do hemor­ra­gias e o com­pro­me­ti­men­to de vários órgãos de nos­so sis­tema”, ressaltou.

Dicas

A doença não é trans­mi­ti­da de pes­soa para pes­soa, mas por meio da pic­a­da do car­ra­p­a­to. Por isso, para pre­veni-la, o ide­al é evi­tar estar em locais onde haja exposição a ess­es bichos ou ado­tar algu­mas medi­das para quan­do estiv­er vis­i­tan­do algu­ma dessas regiões sil­vestres, de mata, fazen­das, tril­has ecológ­i­cas ou de veg­e­tação alta.

O Min­istério da Saúde indi­ca que, ao vis­i­tar uma dessas regiões de maior risco, a pes­soa uti­lize roupas claras, que aju­dam a iden­ti­ficar mais rap­i­da­mente o car­ra­p­a­to, que tem cor escu­ra. Tam­bém é impor­tante usar calças e blusas com man­gas com­pri­das e uti­lizar botas. Se pos­sív­el, diz o min­istério, deve-se pren­der a bar­ra da calça à meia com fita ade­si­va.

Out­ra indi­cação da pas­ta é que pes­soa uti­lize repe­lentes, prin­ci­pal­mente os que ten­ham como princí­pio ati­vo DEET, IR3535 e Icarid­i­na. Out­ra medi­da impor­tante é evi­tar car­ra­p­atos nos ani­mais de esti­mação.

Em visi­ta a áreas de risco, o min­istério aler­ta para que as pes­soas ver­i­fiquem se há pre­sença de car­ra­p­atos sobre suas roupas ou pele a cada duas ou três horas, removen­do-os ime­di­ata­mente para reduzir o rico de trans­mis­são da doença. Segun­do o min­istério, é impor­tante aten­tar-se inclu­sive para os micuins, a for­ma jovem do car­ra­p­a­to e que são mais difí­ceis de serem visu­al­iza­dos, mas tam­bém podem trans­mi­tir a doença.

Caso encon­tre car­ra­p­atos aderi­do ao cor­po, é impor­tante que a remoção seja fei­ta com uma pinça, e não com os dedos. Tam­bém é impor­tante não encostar obje­tos aque­ci­dos ou agul­has para reti­rar o bicho. “Não aperte ou esmague o car­ra­p­a­to, mas puxe com cuida­do e firmeza. Depois de remover o car­ra­p­a­to inteiro, lave a área da mor­di­da com álcool ou sabão e água. Quan­to mais rápi­do reti­rar os car­ra­p­atos do cor­po, menor será o risco de con­trair a doença”, infor­ma o min­istério.

Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colo­cadas em água fer­vente para a reti­ra­da dos car­ra­p­atos.

Febre maculosa

O Brasil reg­istrou 2.059 casos de febre mac­u­losa de janeiro de 2013 a 14 de jun­ho de 2023, de acor­do com dados do Min­istério da Saúde. Desse total, 1.292 casos foram na Região Sud­este. Des­de o iní­cio deste ano, 53 casos ocor­reram em todo o país, dos quais 30 se con­cen­traram no Sud­este.

Arte febre maculosa
Repro­dução: Arte/Agência Brasil

A Região Sud­este é um dos locais que con­cen­tra o maior número de casos do país, prin­ci­pal­mente nas regiões de Camp­inas, Piraci­ca­ba, Assis e Soro­ca­ba. “Está muito longe de várias out­ras doenças endêmi­cas. Mas ela dá muito na Região Sud­este. As pes­soas pre­cisam ter cuida­do ao entrar em região de mata, de gra­ma­do, com gra­mas altas, fazen­das, tril­has ecológ­i­cas. Exis­tem regiões em que a doença é sabida­mente fre­quente, como em Camp­inas, onde a febre mac­u­losa é muito comum, já que tem muitas capi­varas. Ess­es car­ra­p­atos gostam de ani­mais de sangue quente”, disse a infec­tol­o­gista e epi­demi­ol­o­gista Gerusa Figueire­do, em entre­vista à TV Brasil.

O perío­do de maior trans­mis­são da doença é entre os meses de jun­ho e novem­bro.

 “Para o indi­ví­duo adoe­cer é necessário que se ten­ha con­ta­to com esse car­ra­p­a­to por um perío­do mais pro­lon­ga­do, de 4 a 10 horas, para que pos­sa ocor­rer a trans­mis­são dessa bac­téria pela pic­a­da do car­ra­p­a­to”. expli­ca San­dra Gomes de Bar­ros

Sintomas

Os sin­tomas da doença estão rela­ciona­dos fre­quente­mente à febre, dor pelo cor­po, dor de cabeça e man­chas aver­mel­hadas, quadro muito pare­ci­do com os sin­tomas de dengue e de lep­tospirose. Por isso, é impor­tante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profis­sion­al seja infor­ma­do de que a pes­soa esteve em região de risco para a doença ou com incidên­cia de car­ra­p­atos.

“Ela é uma doença que tem sin­tomas inespecí­fi­cos como febre, mal estar, dor de cabeça, náusea, vômi­to e dores mus­cu­lares, que podem con­fundir com out­ras doenças. O que vai faz­er o difer­en­cial é o indi­ví­duo infor­mar que esteve em uma área sil­vestre, onde tin­ha a pre­sença do car­ra­p­a­to”, expli­ca San­dra Gomes de Bar­ros.

A procu­ra pelo serviço médi­co deve ocor­rer rap­i­da­mente, assim que sur­girem os primeiros sin­tomas da doença, que cos­tu­mam apare­cer entre 2 e 14 dias após a pic­a­da pelo car­ra­p­a­to infec­ta­do.

“Ao apre­sen­tar ess­es sin­tomas, procu­rar atendi­men­to médi­co o mais rápi­do pos­sív­el”, aler­tou Elen Fagun­des, biólo­ga e coor­de­nado­ra da Unidade de Vig­ilân­cia de Zoonoses de Camp­inas, em entre­vista à TV Brasil. Segun­do ela, se o trata­men­to for ini­ci­a­do rap­i­da­mente, “é muito pos­sív­el que a evolução da doença ten­ha um cur­so favoráv­el, com cura”.

* Com infor­mações da TV Brasil

Edição: Aline Leal

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