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Saiba como títulos verdes possibilitam reflorestamento na Amazônia

Repro­dução: © Agên­cia Brasil

Títulos verdes no valor de US$ 225 milhões serão emitidos pelo Bird


Publicado em 19/08/2024 — 07:36 Por Fabíola Sinimbú — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Com o obje­ti­vo de atrair inves­ti­men­tos para reflo­resta­men­to na Amazô­nia, o Ban­co Inter­na­cional para Recon­strução e Desen­volvi­men­to (Bird) anun­ciou na últi­ma sem­ana a emis­são de títu­los verdes no val­or de US$ 225 mil­hões, equiv­a­lente a cer­ca de R$ 1,2 bil­hão. Os papéis serão disponi­bi­liza­dos na modal­i­dade títu­lo de impacto (out­come bond em inglês), um instru­men­to finan­ceiro usa­do para finan­ciar pro­je­tos com resul­ta­dos socioam­bi­en­tais. De acor­do com o anún­cio, essa é a maior emis­são vin­cu­la­da a resul­ta­do já real­iza­da pela insti­tu­ição.

Segun­do o gestor de fun­dos estru­tu­ra­dos cer­ti­fi­ca­do pela Asso­ci­ação Brasileira das Enti­dades dos Mer­ca­dos Finan­ceiro e de Cap­i­tais (Anbi­ma), Alexan­der Mar­in­ho, essa modal­i­dade fun­ciona semel­hante às out­ras nego­ci­ações de títu­los de dívi­das, onde uma parte deman­da recur­so e out­ra tem disponi­bil­i­dade para inves­ti­men­to. Há ain­da a atu­ação de agentes inter­mediários que anal­isam os pro­je­tos, estru­tu­ram o finan­cia­men­to e nego­ci­am recur­sos entre as fontes disponíveis.

Mar­in­ho expli­ca que esse movi­men­to gera um emprés­ti­mo ofer­ta­do pelo investi­dor em tro­ca de remu­ner­ação paga pelo deman­dante, com uma pactu­ação prévia. “Nesse acor­do que for­mal­iza o emprés­ti­mo várias questões são pactu­adas, como pra­zo de paga­men­to, peri­od­i­ci­dade das parce­las, taxa de juros, garan­tias, gov­er­nança, entre out­ras”, expli­ca.

O acor­do pre­vis­to para os títu­los verdes anun­ci­a­dos tem duração de nove anos, para ser liq­uida­do em 2033. As condições ofer­tadas são juros de 1,745% ao ano e um acrésci­mo var­iáv­el que pode chegar a mais 4,362% de paga­men­to anu­al. O espe­cial­ista expli­ca que esse é o prin­ci­pal difer­en­cial na modal­i­dade títu­lo de impacto. “Além da remu­ner­ação fixa, existe uma var­iáv­el que depen­derá do resul­ta­do do pro­je­to. É uma espé­cie de prêmio pelo suces­so do pro­je­to, o que tam­bém se tor­na um ele­men­to nego­cial ou con­tra­parti­da para se bus­car taxas de juros menores”, diz.

O resul­ta­do esper­a­do é o reflo­resta­men­to de áreas des­matadas na Amazô­nia por um start­up brasileira, obje­ti­van­do lucro a par­tir da Remoção de Car­bono (CRUs) prove­nientes das áreas recu­per­adas com veg­e­tação nati­va. A oper­ação tam­bém é a primeira asso­ci­a­da a um pro­je­to que vai além de ações para reduzir as emis­sões e pre­vê a reti­ra­da de gas­es do efeito est­u­fa já emi­ti­dos na atmos­fera.

Dos US$225 mil­hões, o pro­je­to pre­vê o inves­ti­men­to de cer­ca de 16% nas ações de reflo­resta­men­to. O restante garan­tirá o paga­men­to dos juros aos investi­dores até que as árvores plan­tadas pos­sam cumprir o serviço ecos­sistêmi­co capaz de ger­ar novos recur­sos no mer­ca­do de car­bono.

Os títu­los emi­ti­dos pelo Bird já chegam ao mer­ca­do com o inter­esse man­i­fes­ta­do por grandes investi­dores inter­na­cionais que bus­cam além do retorno finan­ceiro, asso­ciar suas mar­cas aos impactos socioam­bi­en­tais ofer­ta­dos. Mas, por ser um pro­je­to ino­vador tam­bém apre­sen­ta riscos de não alcançar os resul­ta­dos esper­a­dos e ger­ar um retorno finan­ceiro muito abaixo do mer­ca­do.

Segun­do Mar­in­ho, o aval do Bird, que inte­gra o Ban­co Mundi­al, tor­na os papéis mais atraentes. “É uma for­ma muito inteligente de traz­er mais recur­sos para pro­je­tos de impacto diz”. O gestor com­ple­men­ta ain­da que toda a emis­são é pre­vi­a­mente plane­ja­da pelos agentes inter­mediários de for­ma a qual­i­ficar e cap­tar o maior número de investi­dores, con­forme as regras do mer­ca­do públi­co de títu­los. “Geral­mente equipes alta­mente qual­i­fi­cadas de insti­tu­ições do mer­ca­do finan­ceiro e de cap­i­tais anal­isam como títu­lo deve ser estru­tu­ra­do para a obtenção do maior número de investi­dores e fontes de finan­cia­men­to pos­síveis”, con­clui.

Edição: Valéria Aguiar

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