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São Paulo anuncia mais restrições para conter avanço da covid-19

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© Divulgação/Prefeitura de Araraquara (Repro­dução)

Governo estadual proíbe cultos, fecha escolas e suspende futebol


Pub­li­ca­do em 11/03/2021 — 14:43 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

Com recorde no número de pes­soas inter­nadas por covid-19, prin­ci­pal­mente em esta­do grave, e risco de colap­so no sis­tema de saúde, o gov­er­no de São Paulo anun­ciou hoje (11) mais restrições à cir­cu­lação de pes­soas. Cul­tos e cer­imô­nias reli­giosas, que estavam lib­er­a­dos como serviços essen­ci­ais, serão ago­ra proibidos. Aulas pres­en­cias, que tam­bém seri­am per­mi­ti­das nes­sa fase, serão sus­pen­sas na rede estad­ual, cujas esco­las ficarão aber­tas ape­nas para casos mais emer­gen­ci­ais como ali­men­tação e dis­tribuição de mate­ri­ais.

A dis­pu­ta de jogos de fute­bol e a real­iza­ção de out­ros even­tos esportivos serão sus­pen­sas.

Lojas de mate­r­i­al de con­strução e serviços de reti­ra­da nos esta­b­elec­i­men­tos (take away) tam­bém terão fun­ciona­men­to proibido. Órgãos públi­cos e escritórios devem insti­tuir home office (tra­bal­ho em casa). Serão per­mi­ti­dos, no entan­to, os sis­temas dri­ve-thru, em que os serviços são presta­dos sem que o cliente pre­cise sair do car­ro, e deliv­ery, quan­do os pro­du­tos são entregues no local indi­ca­do pelo com­prador. Os dri­ve-thrus, porém, só poderão fun­cionar no perío­do entre as 5h e as 20h.

Haverá ain­da toque de recol­her em todo o esta­do das 20h às 5h. Será proibi­da tam­bém a fre­quên­cia de par­ques e de pra­ias.

Out­ra medi­da anun­ci­a­da nes­ta quin­ta-feira pelo gov­er­no paulista é o escalon­a­men­to para uso do trans­porte públi­co pelos tra­bal­hadores de serviços con­sid­er­a­dos essen­ci­ais. A sug­estão é que tra­bal­hadores da indús­tria usem o trans­porte públi­co das 5h às 7h da man­hã. Os demais tra­bal­hadores em serviços essen­ci­ais devem usar o trans­porte públi­co das 7h às 9h e, os do comér­cio essen­cial, no perío­do entre as 9h e as 11h.

As novas restrições, que valem a par­tir de segun­da-feira (15) e valem até o dia 30, fazem parte de uma nova fase do Plano São Paulo, cri­a­da hoje: a fase emer­gen­cial. É uma eta­pa ain­da mais restri­ti­va que a Fase 1‑Vermelha, em vig­or atual­mente no esta­do. A expec­ta­ti­va do Cen­tro de Con­tingên­cia do Coro­n­avírus de São Paulo é que, com as novas medi­das, mais 4 mil­hões de pes­soas sejam adi­cionadas às restrições já exis­tentes e que a taxa de iso­la­men­to supere os 50%.

Em vídeo divul­ga­do pouco antes do iní­cio de entre­vista nas redes soci­ais e nova­mente apre­sen­ta­do na cole­ti­va, o gov­er­nador João Doria disse saber que as medi­das são impop­u­lares, mas ressaltou que pre­cisam ser tomadas neste momen­to de maior gravi­dade da pan­demia. “Cheg­amos ao momen­to mais críti­co da pan­demia. Mes­mo com todos os esforços, esta­mos chegan­do ao lim­ite máx­i­mo de ocu­pação [de leitos hos­pi­ta­lares]”, afir­mou Doria. “Não é fácil tomar essa decisão, uma decisão impop­u­lar, difí­cil, dura. Nen­hum gov­er­nante gos­ta de parar ativi­dades econômi­cas de seu esta­do, mas só há duas alter­na­ti­vas para con­tro­lar o con­tá­gio pelo vírus neste momen­to: a vaci­na e o dis­tan­ci­a­men­to social.”

Durante a cole­ti­va, real­iza­da no iní­cio da tarde de hoje, o gov­er­no tam­bém apre­sen­tou ima­gens de hos­pi­tais do esta­do com ocu­pação ultra­pas­san­do os 95%. E chamou a pop­u­lação para aju­dar a diminuir a cir­cu­lação do vírus pelo esta­do. “Saiam somente se for necessário”, aler­tou o secretário estad­ual da Saúde, Jean Gor­inchteyn.

Des­de o últi­mo sába­do (6), todo o esta­do esta­va na Fase 1‑Vermelha, em que somente serviços essen­ci­ais pode­ri­am fun­cionar, mas isso não aumen­tou o iso­la­men­to das pes­soas da for­ma esper­a­da pelo gov­er­no. Com isso, São Paulo con­tin­ua baten­do recordes no número de mortes e de pes­soas inter­nadas em unidades de ter­apia inten­si­va (UTI) e de mortes por causa da covid-19.

Hoje o número de pes­soas inter­nadas em esta­do grave soma­va 9.184 pes­soas, novo recorde. Segun­do Gor­inchteyn, 53 dos 645 municí­pios paulis­tas já chegaram a 100% de ocu­pação de leitos, o que sig­nifi­ca que não têm mais condições de aten­der novos pacientes com covid-19. Há, atual­mente, 1.065 pacientes aguardan­do a vez no Sis­tema de Reg­u­lação do esta­do, o que sig­nifi­ca que estão à espera de atendi­men­to. A ocu­pação média de leitos de UTI do esta­do, neste momen­to, é de 87,6%.

O gov­er­no ten­tou aumen­tar o número de leitos de UTI de 3,5 mil, antes da pan­demia, para 9,2 mil neste momen­to. Porém, não há médi­cos sufi­cientes para tra­bal­har em todos ess­es leitos e, mes­mo com a capaci­dade ampli­a­da, o sis­tema se encon­tra per­to do colap­so, já que a trans­mis­são do vírus, está ele­va­da. Segun­do o gov­er­no estad­ual, a úni­ca saí­da encon­tra­da neste momen­to, em que a vaci­nação ocorre de for­ma ain­da lenta, foi aumen­tar as restrições, para ten­tar diminuir a cir­cu­lação do vírus.

Edição: Nádia Fran­co

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