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Saúde anuncia criação de memorial para vítimas da covid-19

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Doença matou 710 mil brasileiros, segundo Ministério da Saúde


Publicado em 11/03/2024 — 12:01 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Em 11 de março de 2020, a Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) clas­si­fi­ca­va o cenário de covid-19 no mun­do como uma pan­demia. Qua­tro anos depois, nes­ta segun­da-feira (11), o Min­istério da Saúde anun­cia a cri­ação de um memo­r­i­al às víti­mas da doença que matou 710 mil brasileiros. O local escol­hi­do, de acor­do com a min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, é o Cen­tro Cul­tur­al do Min­istério da Saúde no Rio de Janeiro.

“Ao falar­mos de um memo­r­i­al e de uma políti­ca de memória, porque é isso que esta­mos pro­pon­do, não cir­cun­screve­mos a pan­demia de covid-19 ao pas­sa­do. Como todas as reflexões sobre memória, sabe­mos do com­po­nente pre­sente, políti­co, das ações de memória. E, ao mes­mo tem­po, lem­bramos que, a despeito de ter­mos super­a­do a emergên­cia san­itária, nós não super­amos a covid-19 como prob­le­ma de saúde públi­ca.”

Brasília, DF 11/03/2024 . A ministra da Saúde, Nisia Trindade, participa da abertura do Seminário para Concepção e Criação do Memorial da Pandemia da Covid-19 Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Nísia par­tic­i­pa da aber­tu­ra do Sem­i­nário para Con­cepção e Cri­ação do Memo­r­i­al da Pan­demia da Covid-19. Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Ao par­tic­i­par da aber­tu­ra do Sem­i­nário para Con­cepção e Cri­ação do Memo­r­i­al da Pan­demia da Covid-19, a min­is­tra lem­brou que a OMS dis­cute atual­mente a cri­ação de um instru­men­to para o enfrenta­men­to de emergên­cias e pan­demias que não per­mi­ta que cenários como o reg­istra­do em jun­ho de 2021 se repi­tam.

Neste perío­do, a vaci­na con­tra a covid-19 já havia sido reg­istra­da e era ampla­mente com­er­cial­iza­da, mas ape­nas 10% dos país­es tin­ham aces­so. “Não pelo nega­cionis­mo, como vive­mos no Brasil, mas pela desigual­dade na dis­tribuição e pro­dução de vaci­nas e out­ros insumos.”

“Ao mes­mo tem­po, tem que faz­er parte desse apren­diza­do o for­t­alec­i­men­to do Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS). Porque só um sis­tema de saúde potente e resiliente pode faz­er frente a pos­síveis e futuras pan­demias que o mun­do todo dis­cute”, disse.

“Ao falar­mos do memo­r­i­al, falam­os da impor­tante relação entre memória e história. Não cir­cun­screve­mos ao pas­sa­do, mas pen­samos tam­bém em que pro­je­to nós quer­e­mos para a saúde, para o Brasil, para a democ­ra­cia e para o mun­do.”

Marcas

Para a rep­re­sen­tante da Rede Nacional das Enti­dades de Famil­iares e Víti­mas da Covid, Rosân­gela Dor­nelles, a pan­demia de covid-19 deixou mar­cas de pro­fun­do sofri­men­to na pop­u­lação brasileira. “No Brasil, ela foi agrava­da pela desre­spon­s­abi­liza­ção do Esta­do na coor­de­nação de medi­das para seu com­bate, pelo desmonte de serviços públi­cos e pelo nega­cionis­mo ao seu enfrenta­men­to”. Ela cita ain­da um proces­so de “nat­u­ral­iza­ção” de um número cada vez maior de mortes pela doença.

“Cabe lem­bramos da bravu­ra dos tra­bal­hadores do SUS, que enfrentaram com suas vidas essa doença. Antes mes­mo da covid-19 e mais ago­ra no pós-pan­demia, a defe­sa do SUS exige que apon­te­mos para o seu red­i­men­sion­a­men­to, de modo a dar respostas efe­ti­vas às atu­ais e futuras deman­das ori­en­ta­dos por um con­ceito ampli­a­do de saúde”, desta­cou a médi­ca de família, ao citar desafios como o repre­sa­men­to assis­ten­cial impos­to pela pan­demia, as desigual­dades soci­ais e a crise climáti­ca.

“A OMS nos lem­bra: ape­sar de pas­sa­da a situ­ação de emergên­cia, con­tin­u­amos a viv­er comum vírus que sofre mutações e pode seguir geran­do a doença e mortes. A pan­demia deixou mar­cas de pro­fun­do sofri­men­to na pop­u­lação brasileira. Um proces­so dramáti­co vivi­do pela maio­r­ia das famílias. Isso nos impõe pro­mover a defe­sa da dig­nidade humana e da vida. Respon­s­abi­lizar sim os gestores públi­cos e pri­va­dos, neg­li­gentes ou omis­sos, e recom­por as políti­cas de dire­itos e pro­teções soci­ais de for­ma artic­u­la­da, com ousa­dia e expec­ta­ti­vas ampli­adas.”

Edição: Maria Clau­dia

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