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Saúde cria sala de situação para monitorar hepatite aguda em crianças

Repro­dução: © Mar­cel­lo Casal Jr / Agên­cia Brasil

Brasil tem 41 casos notificados da doença em nove estados


Pub­li­ca­do em 14/05/2022 — 13:30 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

O Min­istério da Saúde instalou uma sala de situ­ação para mon­i­torar casos de hepatite agu­da infan­til de origem descon­heci­da. Segun­do a pas­ta, a pro­pos­ta é apoiar a inves­ti­gação de casos da doença noti­fi­ca­dos em todo Brasil, além de lev­an­tar evidên­cias para iden­ti­ficar pos­síveis causas para a enfer­mi­dade.

Na últi­ma atu­al­iza­ção real­iza­da pela Sec­re­taria de Vig­ilân­cia em Saúde do min­istério, 44 casos da doença havi­am sido noti­fi­ca­dos no país. Dess­es, três foram descar­ta­dos e os demais per­manecem em mon­i­tora­men­to. Os casos foram repor­ta­dos nos esta­dos de São Paulo (14), Minas Gerais (7), Rio de Janeiro (6), Paraná (2), Per­nam­bu­co (3), San­ta Cata­ri­na (3), Rio Grande do Sul (3), Mato Grosso do Sul (2) e Espíri­to San­to (1).

A sala de situ­ação foi aber­ta nes­ta sex­ta-feira (13), vai fun­cionar todos os dias da sem­ana e con­ta com a par­tic­i­pação de téc­ni­cos da pas­ta, da Orga­ni­za­ção Pan-Amer­i­cana da Saúde (Opas) e de espe­cial­is­tas con­vi­da­dos.

Além de mon­i­tora­men­to, a sala vai padronizar infor­mações e ori­en­tar os flux­os de noti­fi­cação e inves­ti­gação dos casos para todas as sec­re­tarias estad­u­ais e munic­i­pais de saúde, bem como para os lab­o­ratórios cen­trais e de refer­ên­cia de saúde públi­ca. “O obje­ti­vo tam­bém é con­tribuir para o esforço inter­na­cional na bus­ca de iden­ti­fi­cação do agente eti­ológi­co respon­sáv­el pela ocor­rên­cia da hepatite agu­da de causa ain­da descon­heci­da”, infor­mou o min­istério.

No últi­mo dia 10, a pas­ta par­ticipou de reunião com um grupo de espe­cial­ista jun­to à Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) e rep­re­sen­tantes de oito país­es (Reino Unido, Espan­ha, Esta­dos Unidos, Canadá, França, Por­tu­gal, Colôm­bia e Argenti­na) nas áreas téc­ni­cas de emergên­cias em saúde públi­ca, infec­tolo­gia, pedi­a­tria e epi­demi­olo­gia, para dis­cu­tir evidên­cias disponíveis até o momen­to.

Um dia antes, a pas­ta pub­li­cou uma nota téc­ni­ca com ori­en­tação para sec­re­tarias estad­u­ais e munic­i­pais de saúde sobre a noti­fi­cação, a inves­ti­gação e o fluxo lab­o­ra­to­r­i­al de casos prováveis de hepatite agu­da de eti­olo­gia descon­heci­da em cri­anças e ado­les­centes. Como as evidên­cias sobre a doença ain­da são muito dinâmi­cas, a sala de situ­ação deve atu­alizar peri­odica­mente as ori­en­tações.

O que se sabe

A hepatite de origem descon­heci­da já acome­teu cri­anças em, pelo menos, 20 país­es. A doença se man­i­fes­ta de for­ma muito sev­era e não tem relação dire­ta com os vírus con­heci­dos da enfer­mi­dade. Em cer­ca de 10% dos casos, foi necessário realizar trans­plante de fíga­do.

Segun­do a OMS, mais de 200 casos, até o últi­mo dia 29, havi­am sido repor­ta­dos no mun­do, a maio­r­ia (163) no Reino Unido. Hou­ve relatos tam­bém na Espan­ha, em Israel, nos Esta­dos Unidos, na Dina­mar­ca, na Irlan­da, na Holan­da, na Itália, na Norue­ga, na França, na Romê­nia, na Bél­gi­ca e na Argenti­na. A doença atinge prin­ci­pal­mente cri­anças com um mês de vida aos 16 anos. Até o momen­to, foi relata­da a morte de um paciente.

Em comu­ni­ca­do divul­ga­do no dia 23 de abril, a OMS disse que não há relação entre a doença e as vaci­nas uti­lizadas con­tra a covid-19. “As hipóte­ses rela­cionadas aos efeitos colat­erais das vaci­nas con­tra a covid-19 não têm sus­ten­tação pois a grande maio­r­ia das cri­anças afe­tadas não rece­beu a vaci­nação con­tra a covid-19”.

Em nota divul­ga­da no iní­cio de abril, a Agên­cia Nacional de Saúde do Reino Unido, país com maior número de casos relata­dos, tam­bém infor­mou que não há evidên­cias de qual­quer lig­ação da doença com a vaci­na con­tra o coro­n­avírus. “A maio­r­ia das cri­anças afe­tadas tem menos de 5 anos, jovens demais para rece­ber a vaci­na”.

Sintomas

De acor­do com a Opas, braço da OMS nas Améri­c­as e no Caribe, os pacientes com hepatite agu­da apre­sen­taram sin­tomas gas­troin­testi­nais, incluin­do dor abdom­i­nal, diar­reia, vômi­tos e icterí­cia (quan­do a pele e a parte bran­ca dos olhos ficam amare­ladas). Não hou­ve reg­istro de febre.

O trata­men­to atu­al bus­ca aliviar os sin­tomas e esta­bi­lizar o paciente se o caso for grave. As recomen­dações de trata­men­to devem ser apri­moradas assim que a origem da infecção for deter­mi­na­da.

Os pais devem ficar aten­tos a sin­tomas como diar­reia ou vômi­to e a sinais de icterí­cia. Ness­es casos, deve-se procu­rar atendi­men­to médi­co ime­di­ata­mente.

O detal­hamen­to dos sin­tomas da doença pode ser encon­tra­do no site da Opas.

Edição: Paula Labois­sière

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