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Seca de rios favorece caça e pesca ilegais na Amazônia

Com as águas baixas, animais ficam mais visíveis e expostos

Fabío­la Sin­im­bú – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­da em 27/09/2024 — 09:05
Brasília
Manaus (AM), 22/11/2023, Posto de combustível flutuante para barcos encalhado na comunidade de Nossa Senhora de Fátima, devido ao nível baixo do rio Igarapé Tarumã-açu, na maior seca em 121 anos que Manaus vem sofrendo. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O dire­tor de fis­cal­iza­ção ambi­en­tal do Insti­tu­to Brasileiro do Meio Ambi­ente e dos Recur­sos Nat­u­rais Ren­ováveis (Iba­ma), Johnatan San­tos, declar­ou em entre­vista à TV Brasil, que a esti­agem inten­si­fi­ca­da pela mudança climáti­ca tem favore­ci­do a inten­si­fi­cação da caça e pesca ile­gais de espé­cies amazôni­cas ameaçadas de extinção.

“Em vir­tude da baixa da água, a visu­al­iza­ção se tor­na mais fácil pelos crim­i­nosos que con­seguem cap­turar os ani­mais de for­ma ráp­i­da”, diz.

A declar­ação foi fei­ta após a apreen­são de um de peixe-boi-da-amazô­nia (Trichechus inun­guis) abati­do na orla do Rio Tefé, no esta­do do Ama­zonas.

A oper­ação pro­movi­da pelo órgão ambi­en­tal, na últi­ma terça-feira (24), apreen­deu ain­da 422 kg de carne de piraru­cu (Ara­paima gigas) que estaria sendo com­er­cial­iza­da na Feira Munic­i­pal de Tefé, sem com­pro­vação de pro­cedên­cia de mane­jo autor­iza­do.

De acor­do com San­tos, a inten­si­fi­cação da ação pre­datória rep­re­sen­ta uma ameaça de extinção efe­ti­va dess­es ani­mais em médio e lon­go pra­zo.

“Se o peixe-boi for extin­to, oca­sion­ará um dese­qui­líbrio enorme no ecos­sis­tema aquáti­co. Uma vez que o peixe-boi tem [seu papel na] cadeia ali­men­tar”, expli­ca.

A denún­cia dos crimes par­tiu de orga­ni­za­ções não gov­er­na­men­tais e da unidade do Insti­tu­to Chico Mendes de Con­ser­vação da Bio­di­ver­si­dade (ICM­Bio) que atua na região e segun­do o Iba­ma, já resul­taram na apli­cação de R$ 12 mil em autu­ações.

“O Iba­ma mon­i­to­ra os rios em con­jun­to com out­ros órgãos, mon­i­toran­do a qual­i­dade da água, a tem­per­atu­ra e receben­do infor­mações da vazão dess­es rios. Além dis­so, é claro, real­izan­do a fis­cal­iza­ção de ações que pos­sam pio­rar a situ­ação, não somente dos níveis da água, mas prin­ci­pal­mente da fau­na aquáti­ca e do garim­po ile­gal que tem mod­i­fi­ca­do o cur­so dos rios onde oper­am”, expli­ca San­tos.

O tra­bal­ho dos órgãos de fis­cal­iza­ção tem apon­ta­do que os infratores uti­lizam redes de pesca mal­hadeira, arpões, marte­los e até armas de fogo na caça e pesca ile­gais. Depois, a carne dess­es ani­mais é lev­a­da para o corte em locais sem autor­iza­ção san­itária, para ser disponi­bi­liza­da no comér­cio.

“O Iba­ma tem real­iza­do ações de fis­cal­iza­ção em pon­to estratégi­cos onde a caça tem maior número e riscos ao equi­líbrio de vida desse ani­mais”, diz o dire­tor.

Segun­do San­tos, dev­i­do às dimen­sões da Bacia do Ama­zonas é necessário que volte a chover em toda a região, para que os rios recu­perem o vol­ume de água e super­em a mín­i­ma históri­ca obser­va­da em várias regiões da Amazô­nia.

“Esper­amos que a par­tir de fim de out­ubro a chu­va chegue e os rios pos­sam voltar aos seus níveis nor­mais”, con­clui San­tos.

 

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