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Sem combustível, hospital em Gaza encerra atividades essenciais

Repro­dução: © Reuters

Todas as cirurgias foram canceladas em Al Quds, no norte do enclave


Pub­li­ca­do em 09/11/2023 — 11:13 Por Lucas Pordeus León – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Com com­bustív­el para ape­nas duas horas de elet­ri­ci­dade por dia, o Hos­pi­tal Al Quds, na cidade de Gaza, anun­ciou nes­sa quar­ta-feira (8) que encer­rou vários serviços essen­ci­ais presta­dos pela unidade, den­tre os quais as cirur­gias, segun­do o Escritório para Assun­tos Human­itários das Nações Unidas (Ocha). Com isso, a ener­gia lim­i­ta­da servirá ape­nas para os refu­gia­dos que se abrigam nas insta­lações da unidade de saúde.  

“O Hos­pi­tal Al Quds, na cidade de Gaza, anun­ciou que o seu ger­ador prin­ci­pal tin­ha sido desli­ga­do e que uti­liza­va um ger­ador menor para reduzir o con­sumo de com­bustív­el. Como resul­ta­do, a enfer­maria cirúr­gi­ca, a unidade de ger­ação de oxigênio e a enfer­maria de ressonân­cia mag­néti­ca tiver­am que fechar”, diz o informe.

O escritório da ONU acres­cen­tou que as áreas próx­i­mas desse hos­pi­tal foram bom­bardeadas. “Bom­bardeio inten­so cau­sou danos sig­ni­fica­tivos ao edifí­cio e fer­i­men­tos em pacientes e em dezenas de pes­soas deslo­cadas inter­na­mente”, infor­mou a Sociedade do Cres­cente Ver­mel­ho Palesti­no (PRCS), orga­ni­za­ção human­itária que atua na Palesti­na.

Ain­da nes­ta quin­ta-feira, out­ro hos­pi­tal, o Al Awda, indi­cou que seu estoque de com­bustív­el deve se esgo­tar em 30 horas. “Este hos­pi­tal pres­ta serviços de emergên­cia e cirur­gias espe­cial­izadas, sendo o úni­co presta­dor de serviços de mater­nidade no norte da Faixa de Gaza”, diz o Ocha.

Des­de o iní­cio das hos­til­i­dades, 14 dos 35 hos­pi­tais de Gaza com capaci­dade de inter­nações foram fecha­dos e 71% de todas as insta­lações de cuida­dos primários foram encer­radas por causa dos bom­bardeios ou fal­ta de com­bustív­el, infor­ma a Ocha.

Diarreia e contaminações

A Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde (OMS) aler­tou hoje para o aumen­to da propa­gação de doenças à medi­da que os sis­temas de saúde, de água e de sanea­men­to estão sendo inter­rompi­dos.

Des­de out­ubro, foram noti­fi­ca­dos mais de 33 mil casos de diar­reia, sendo mais da metade em cri­anças menores de cin­co anos. Para efeitos de com­para­ção, nos anos 2021 e 2022 a média de casos de diar­reia reg­istra­da foi de 2 mil casos em cri­anças menores de cin­co, ain­da segun­do a OMS.

“A fal­ta de com­bustív­el lev­ou ao encer­ra­men­to de fábri­c­as de dessalin­iza­ção, aumen­tan­do sig­ni­fica­ti­va­mente o risco de infecções bac­te­ri­anas, como a diar­reia, que se espal­ham à medi­da que as pes­soas con­somem água con­t­a­m­i­na­da. A fal­ta de com­bustív­el tam­bém com­pro­m­e­teu a cole­ta de resí­du­os sóli­dos, crian­do um ambi­ente propí­cio à pro­lif­er­ação ráp­i­da e gen­er­al­iza­da de inse­tos, roe­dores que podem trans­portar e trans­mi­tir doenças”, infor­mou.

O Escritório da ONU para Assun­tos Human­itários desta­cou ain­da que a aju­da que entra pelo Egi­to atende a uma peque­na fração da sociedade palesti­na. “A água potáv­el trazi­da serve ape­nas 4% dos res­i­dentes de Gaza, enquan­to o com­bustív­el deses­per­ada­mente necessário con­tin­ua proibido [pelas autori­dades israe­lens­es]”, infor­mou.

Edição: Denise Griesinger

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