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Semanas de Inovação Suécia-Brasil discutirão ações para o clima

Repro­duçaõ: © Min­istério da Defesa/Divulgação

Evento busca integração de iniciativas sustentáveis entre países


Pub­li­ca­do em 24/10/2021 — 16:00 Por Agên­cia Brasil — Brasília

Começa nes­ta segun­da-feira (25) e vai até 12 de novem­bro a 10ª edição do even­to Sem­anas de Ino­vação Sué­cia-Brasil. Com foco em ino­vação e sus­tentabil­i­dade, o even­to será trans­mi­ti­do ao vivo e acon­tece de for­ma online dev­i­do à pan­demia de covid-19. 

O even­to é orga­ni­za­do pela Embaix­a­da da Sué­cia em parce­ria com o Busi­ness Swe­den, a Câmara de Comér­cio Sue­co-Brasileira (Swed­Cham), o Cen­tro de Pesquisa e Ino­vação Sue­co-Brasileiro (CISB), o Insti­tu­to Sue­co-Brasileiro de Econo­mia Cir­cu­lar e Desen­volvi­men­to Sus­ten­táv­el (ISBE) e os con­sula­dos gerais da Sué­cia no Rio de Janeiro e em São Paulo.

No decor­rer do even­to serão pro­movi­dos debates sobre temas estratégi­cos para ambos os país­es, como os impactos da chega­da da tec­nolo­gia 5G, mod­e­los de desen­volvi­men­to sus­ten­táv­el e de bioe­cono­mia, mobil­i­dade urbana inteligente, min­er­ação e aeronáu­ti­ca — a Sué­cia é respon­sáv­el pela tec­nolo­gia dos Caças Gripen, que equipam a Força Aérea Brasileira.

As Sem­anas de Ino­vação Sué­cia-Brasil con­tarão com a par­tic­i­pação da vice-min­is­tra de Indús­tria e Ino­vação da Sué­cia, Sti­na Billinger, do secretário exec­u­ti­vo do Min­istério da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vação (MCTIC), Ser­gio Fre­itas de Almei­da, da embaix­ado­ra da Sué­cia no Brasil, Johan­na Bris­mar Skoog e de rep­re­sen­tantes de negó­cios e empre­sas de ambos os país­es.

O min­istro da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vações (MCTI), Mar­cos Pontes, tam­bém está na lista de expos­i­tores, e dev­erá debater com o pro­fes­sor e astro­nau­ta sue­co Chris­ter Fugle­sang sobre o futuro da ino­vação aeroe­s­pa­cial na Sué­cia e no mun­do.

Agên­cia Brasil entre­vis­tou, com exclu­sivi­dade, a embaix­ado­ra da Sué­cia no Brasil, Johan­na Bris­mar Skoog, sobre os laços com­er­ci­ais, diplomáti­cos e de coop­er­ação em áreas estratég­i­cas para ambos os país­es. Con­fi­ra:

ABr — Exis­tem ideias ino­vado­ras vin­das do Brasil que pode­ri­am impactar na maneira como a Sué­cia lida com o cli­ma? Quais mod­e­los brasileiros estão sendo expor­ta­dos?
Johan­na Skoog - O Brasil tem mui­ta exper­iên­cia no cam­po de pesquisa climáti­ca e alguns mundial­mente con­heci­dos pesquisadores de mod­e­los climáti­cos. Só para men­cionar alguns, os três irmãos Nobres e José Anto­nio Maren­go Orsi­ni, e insti­tu­ições respeitadas como o Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe). Essa é a beleza da colab­o­ração inter­na­cional para pesquisas: cien­tis­tas inspi­ram uns aos out­ros, tro­cam ideias e soluções, e adap­tam ao con­tex­to local. Brasil e Sué­cia tem muitas difer­enças impor­tantes, mas enfrenta­mos o mes­mo desafio glob­al de mudanças climáti­cas. O impacto será difer­ente para cada um, mas as con­se­quên­cias serão igual­mente desas­trosas.

ABr — O Brasil está prestes a imple­men­tar o mais novo padrão de dados móveis, o 5G. Quais são os planos da Sué­cia — que está à frente na tec­nolo­gia 5G — para tro­car exper­iên­cias com um país que ain­da não está inseri­do nes­ta tec­nolo­gia?
Johan­na Skoog - O Brasil não é um país tec­no­logi­ca­mente atrasa­do. Acred­i­to que muitos setores e gru­pos aguardam ansiosa­mente pela intro­dução do 5G e seus bene­fí­cios. As opor­tu­nidades e exper­iên­cias do 5G trans­for­marão a indús­tria e exper­iên­cias do dia-a-dia. Para o Brasil, vemos impor­tantes avanços no agronegó­cio e na indús­tria.

Durante as Sem­anas de Ino­vação haverá várias ativi­dades envol­ven­do a Eric­s­son, que terão como tema os bene­fí­cios do 5G no Brasil. Um exem­p­lo é o painel que acon­te­cerá no dia 26, chama­do Cam­in­ho para a COP26 [Road to COP26, em tradução livre], que apre­sen­tará exem­p­los de como a indús­tria está apoian­do a tran­sição necessária para um futuro mais seguro e sus­ten­táv­el no mun­do.

ABr — Exis­tem planos no cam­po educa­ti­vo para insti­gar a curiosi­dade cien­tí­fi­ca na juven­tude brasileira?
Johan­na Skoog - Ao lon­go dos anos inves­ti­mos bas­tante tem­po e esforços para que jovens brasileiros con­sid­erassem a Sué­cia como des­ti­no para suas futuras jor­nadas. Esse tra­bal­ho foi coor­de­na­do pela Embaix­a­da da Sué­cia e out­ros órgãos, no nos­so escritório de Ciên­cia e Ino­vação. Ten­ho muito praz­er em diz­er que isso lev­ou a resul­ta­dos bas­tante con­cre­tos, é o que mostra um relatório recente da Fun­dação Sue­ca de Coop­er­ação Inter­na­cional em Edu­cação Supe­ri­or (STINT, na sigla em inglês). O número de arti­gos de pesquisa colab­o­ra­tivos entre Sué­cia e Brasil aumen­tou de cer­ca de 100 ao ano na déca­da de 1990 para 1200 ao ano em 2019. Esta­mos con­fi­antes que esse número con­tin­uará a crescer.

Vale men­cionar, ain­da, que damos apoio de difer­entes maneiras, e que os jovens brasileiros são clas­si­fi­ca­dos em um grupo-alvo espe­cial: o Stock­holm Junior Water Price e o Prêmio Queen Sil­via Nurs­ing. O primeiro é des­ti­na­do a estu­dantes do ensi­no médio para estim­u­lar o pen­sa­men­to ino­vador na preser­vação de água e tem uma edição brasileira exclu­si­va des­de 2017. Em 2021, o jovem estu­dante Gabriel Fer­nan­des, de Ita­jaí, foi o vence­dor.

O segun­do prêmio é novo no Brasil, mas visa estim­u­lar estu­dantes de enfer­magem e enfer­meiras em ativi­dade a pen­sar em for­mas novas — mais humanas — para tratar pacientes e traz­er con­sci­en­ti­za­ção sobre ideias mais pro­gres­sis­tas, que aju­dem a enfrentar o prob­le­mas de saúde mais urgentes, em espe­cial de pes­soas idosas com diag­nós­ti­co de demên­cia.

ABr — Quais são as mel­hores práti­cas que o Brasil pode­ria traz­er da Sué­cia para as áreas urbanas e serviços públi­cos?
Johan­na Skoog - Há diver­sas áreas nas quais Brasil e Sué­cia podem se inspi­rar mutu­a­mente. A Sué­cia lançou uma platafor­ma aber­ta que agre­ga infor­mação sobre cidades sus­ten­táveis para mel­ho­rar a dis­sem­i­nação de con­hec­i­men­to e exper­iên­cia, servin­do como fonte de inspi­ração para mostrar exem­p­los con­cre­tos de pro­je­tos urbanos viáveis. O Cidades Inteligentes Sué­cia [Smart City Swe­den, no orig­i­nal] recebe del­e­gações de todo o mun­do que ten­ham inter­esse nas soluções. Várias del­e­gações brasileiras já par­tic­i­param.

Qua­tro agên­cias sue­cas tra­bal­ham em parce­ria com o gov­er­no brasileiro em áreas rela­cionadas à práti­cas sus­ten­táveis e pre­ocu­pações ambi­en­tais. Um exem­p­lo inter­es­sante é a Agên­cia Sue­ca de Pro­teção Ambi­en­tal [SEPA, na sigla em inglês], que lida com o geren­ci­a­men­to de resí­du­os urbanos e fornece treina­men­tos para par­ceiros.

ABr — E quais são as mel­hores exper­iên­cias brasileiras que podem ser lev­adas para esse inter­câm­bio cul­tur­al entre os país­es?
Johan­na Skoog — Para a Sué­cia, é muito impor­tante coop­er­ar inter­na­cional­mente. Nos­so país é pequeno, depen­demos de inter­ações com o resto do mun­do. Empre­sas e insti­tu­ições só podem pro­gredir obser­van­do além de nos­sas fron­teiras. A coop­er­ação traz novos apren­diza­dos, novas pos­si­bil­i­dades de tra­bal­ho, novos mer­ca­dos e novas soluções. Por exem­p­lo, o Brasil tem cen­tros extra­ordinários de pesquisa e ino­vação, como Senai, Embrapii, Embra­pa, o lab­o­ratório Sir­ius, além de várias out­ras insti­tu­ições e uni­ver­si­dades que têm infraestru­tu­ra, capaci­dade téc­ni­ca, condições de finan­cia­men­to e von­tade de con­tribuir com o mun­do.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

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