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Sociedade de Dermatologia lança Guia de Cuidados e Higiene

Repro­dução: © Arquivo/Juca Varella/Agência Brasil

Objetivo é evitar doenças que afetam pele, cabelo e unhas


Pub­li­ca­do em 28/08/2022 — 18:52 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

Ouça a matéria:

A Sociedade Brasileira de Der­ma­tolo­gia (SBD) lança nes­ta segun­da-feira (29) o Guia de Cuida­dos e Higiene, visan­do esclare­cer a pop­u­lação em relação a hábitos sim­ples, mas sobre os quais muitas pes­soas têm dúvi­das.

A pub­li­cação, que estará disponív­el gra­tuita­mente no site da enti­dade, rev­ela os cuida­dos bási­cos e diários com a higiene do cor­po que podem evi­tar micoses e out­ras doenças con­ta­giosas que afe­tam a pele, o cabe­lo e as unhas. O guia tem lin­guagem acessív­el e didáti­ca e traz esclarec­i­men­tos sobre infor­mações fal­sas e, muitas vezes, dis­tor­ci­das, que são veic­u­ladas em redes soci­ais. A SBD preparou tam­bém dois pod­casts (con­teú­dos em áudio) com ori­en­tações sobre os prob­le­mas cau­sa­dos por fun­gos na for­ma de micoses que afe­tam pele e unhas, prin­ci­pal­mente.

Como maior órgão do cor­po humano, a pele aca­ba sendo suscetív­el a doenças, como infecções cau­sadas por fun­gos ou bac­térias que, se não forem diag­nos­ti­cadas e tratadas, podem se agravar e atin­gir  órgãos inter­nos. Neste con­tex­to, a higiene é o mel­hor cam­in­ho para uma pele saudáv­el, adverte a enti­dade.

Banhos

Coor­de­nado­ra do Depar­ta­men­to de Micolo­gia da SBD e auto­ra do guia, Rosane Orofi­no disse que, com a pub­li­cação, as pes­soas vão saber, por exem­p­lo, que tomar ban­ho uma vez por dia é sufi­ciente para a limpeza cor­po­ral. “Pelo menos uma vez. Tem gente que não toma nen­hu­ma”, aler­ta.

Ela criti­cou, por out­ro lado, a mania de limpeza exces­si­va, que con­sid­era tão prej­u­di­cial como a fal­ta de limpeza. “A men­sagem é essa: não exagere nem para um lado, nem para o out­ro. Lavar o ros­to com­pul­si­va­mente várias vezes ao dia, tomar ban­ho três, qua­tro vezes ao dia, isso não faz bem. Não é bene­fí­cio à pele nem à saúde.”

Ain­da em relação ao ban­ho, ela afir­ma que o ide­al é que seja com água mor­na, próx­i­ma de 37°C, a tem­per­atu­ra nor­mal do cor­po, uma vez que ban­hos muito quentes resse­cam a pele. Se a intenção for tomar uma ducha antes de sair para faz­er exer­cí­cios, o ban­ho pode ter a tem­per­atu­ra de mor­na para fria. “Ban­hos mais frios podem ser toma­dos se a intenção é des­per­tar o cor­po para um exer­cí­cio”, sug­eriu.

Out­ra dica é secar bem, logo após o ban­ho, as regiões da pele com dobras. Segun­do a médi­ca, fun­gos e bac­térias gostam muito de ambi­ente quente e úmi­do e, por isso, infecções de pele são tão fre­quentes em país­es de cli­ma trop­i­cal e sub­trop­i­cal.

“A gente deve man­ter todas essas regiões de dobras bem are­jadas. É por isso tam­bém que não se deve repe­tir uma meia, antes de lavá-la. Suas esca­mas estão naque­la meia e você vai se rein­fec­tar. As esca­mas são invisíveis. A gente tro­ca a pele diari­a­mente, só que a gente não vê. E os fun­gos ficam ali, vivos, vamos diz­er assim, por muito tem­po, porque a pele é uma comid­in­ha para o fun­go. A quer­ati­na, cama­da mais super­fi­cial da pele, é comi­da para o fun­go. Ess­es são chama­dos de quer­ati­nofíli­cos, eles gostam de quer­ati­na. E a quer­ati­na tem no solo, na veg­e­tação, na pele dos ani­mais e na pele do ser humano. Os fun­gos se ali­men­tam dis­so tam­bém”.

Ambientes coletivos

Os cuida­dos com a higiene evi­tam que as pes­soas ten­ham prob­le­mas como micoses que, em ger­al, são adquiri­das em ambi­entes cole­tivos. A médi­ca citou locais como vestiários, ban­heiros e pisci­nas públi­cas, em acad­e­mias de ginás­ti­ca onde a pes­soa mis­tu­ra esca­mas de sua pele, que são invisíveis, com as de out­ras pes­soas que podem con­ter fun­gos ou bac­térias. “O cuida­do é impor­tante. Não só os locais higi­en­izarem os pisos, mas tam­bém a gente ter pre­caução.”

No entorno de uma pisci­na, deve-se usar chine­los de dedo. Quan­do for faz­er ginás­ti­ca ou pilates, em acad­e­mias, é recomendáv­el usar pro­teção para o pé, seja tênis ou meia anti­der­ra­pante. Em cadeiras uti­lizadas em pisci­nas, o ide­al é que elas sejam higi­en­izadas com fre­quên­cia ou que a pes­soa, na hora de deitar, coloque uma toal­ha sobre ela para que seu cor­po não ten­ha con­ta­to dire­to com aque­le móv­el. “A micose ou a sar­na podem ser pegas em locais onde a pes­soa fica muito tem­po, sem pro­teção, com a pele em con­ta­to dire­to com ess­es locais”.

O mes­mo ocorre em relação a col­chonetes ou apar­el­hos em acad­e­mias de ginás­ti­ca ou mus­cu­lação. “A pele úmi­da já tirou a bar­reira. A bar­reira físi­ca dela vai emb­o­ra. Por isso, a gente usa creme hidratante depois do ban­ho. Se a gente está suan­do em um lugar onde uma pes­soa tem uma micose, deixou as esca­mas ali e a gente está atri­tan­do com uma pele úmi­da, é capaz de adquirir uma doença de pele. A solução é higi­en­izar os apar­el­hos e col­chonetes com hipoclori­to, colo­car uma toal­ha ou estar vesti­do. A roupa tam­bém pro­tege”.

Roupas

Roupas ínti­mas, como cal­cin­has e cue­cas, devem ser lavadas diari­a­mente. Deve-se tro­car a roupa de cama pelo menos uma vez por sem­ana, porque as pes­soas suam e têm uma flo­ra de bac­térias. As colchas podem ser sub­sti­tuí­das em inter­va­l­os maiores, de três em três meses. Para os trav­es­seiros, a recomen­dação é que sejam usa­dos pro­te­tores e que sejam lava­dos a cada três meses. O ide­al, porém, é tro­car os trav­es­seiros a cada ano.

No caso de roupas, como blusas e camisas, vale usar uma vez e lavar. No caso de calças jeans, o cor­re­to seria lavar com fre­quên­cia. Em dias muito quentes, no verão, por exem­p­lo, como a umi­dade e o calor são ali­men­tos para bac­térias e fun­gos, é mel­hor lavar a peça após usar, por con­ta do suor.

Compartilhamento

Out­ro cuida­do essen­cial para a saúde da pele é não com­par­til­har toal­has e sabonetes em bar­ra. Os espe­cial­is­tas aler­tam: só é pos­sív­el dividir pro­du­tos de higiene para o cor­po quan­do não há con­ta­to dire­to da sub­stân­cia com as mãos, como em sabonetes líqui­dos ou em gel. Mes­mo no caso de mari­do e mul­her, ess­es itens não devem ser com­par­til­ha­dos. Rosane aler­tou que uma pes­soa pode ter sar­na e, se out­ra usar a mes­ma toal­ha, pode adquirir essa doença, que tam­bém é infec­ciosa. O mes­mo deve ser feito em relação a esco­vas de dente. “A regra bási­ca é que obje­tos de uso pes­soal não devem ser com­par­til­ha­dos com ninguém, nem com a pes­soa que é ínti­ma sua”, ressaltou a der­ma­tol­o­gista.

Ain­da em relação a sabonetes, o guia da SBD desta­ca ser necessário cuida­do com o tipo que é uti­liza­do, porque o uso indis­crim­i­na­do de pro­du­tos anti­s­sép­ti­cos provo­ca o resse­ca­men­to da pele e a remoção da cama­da pro­te­to­ra de gor­du­ra. Por­tan­to, arti­gos desse tipo só devem ser uti­liza­dos sob recomen­dação médi­ca, de prefer­ên­cia do der­ma­tol­o­gista, e usa­dos durante um tem­po especí­fi­co. “Eles são remé­dios, não são só sabonetes”.

Calçados

Em relação a calça­dos, se forem laváveis podem ir na máquina de lavar ou ficar de mol­ho em balde com água e sabão. Já os não laváveis devem ser deix­a­dos em área are­ja­da por 24 horas. Se a pes­soa estiv­er tratan­do de micose nos pés ou nas unhas, o Guia acon­sel­ha o uso de desin­fe­tante em spray, deixan­do depois em área are­ja­da por 24 horas antes do próx­i­mo uso. O ide­al é usar tênis e calça­dos fecha­dos com meias, que podem ser lavadas nor­mal­mente sem con­t­a­m­i­nar o calça­do.

Remédios

O Guia da SBD adverte ain­da que a automed­icação pre­cisa ser evi­ta­da. Nen­hum remé­dio deve ser usa­do sem indi­cação médi­ca. O uso de antifúngi­cos ou out­ros medica­men­tos sem ter um diag­nós­ti­co cor­re­to pode mas­carar a doença de base, haven­do tam­bém risco de desen­volver aler­gia ao medica­men­to.

A ori­en­tação ger­al é que, quan­do sur­girem irri­tações, incô­mo­d­os ou coceiras, entre out­ros sin­tomas, a pes­soa deve se con­sul­tar com um médi­co der­ma­tol­o­gista o mais rápi­do pos­sív­el. Essa ação pro­por­cionará o mel­hor diag­nós­ti­co e o trata­men­to ime­di­a­to, desta­cou o pres­i­dente da SBD, Mau­ro Enok­i­hara.

Edição: Lílian Beral­do

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