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Sônia Guajajara diz que povos indígenas vivem crise humanitária

Repro­dução: © Val­ter Campanato/Agência Brasil

Deputada federal eleita assume inédito Ministério dos Povos Indígenas


Pub­li­ca­do em 11/01/2023 — 19:38 Por Pedro Rafael Vilela — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Em uma cer­imô­nia car­rega­da de emoção, ape­nas três dias após os atos ter­ror­is­tas que depredaram os pré­dios da Repúbli­ca, Sônia Gua­ja­jara assum­iu, nes­ta quar­ta-feira (11), no Palá­cio do Planal­to, o Min­istério dos Povos Indí­ge­nas e Anielle Fran­co, o Min­istério da Igual­dade Racial.

As cer­imô­nias de ambas, que não seri­am real­izadas con­jun­ta­mente, tiver­am que ser remar­cadas em uma só solenidade após o van­dal­is­mo golpista do domin­go (8). A união acabou geran­do um encon­tro sim­bóli­co da riqueza ances­tral que com­põe a iden­ti­dade brasileira. Povos de ter­reiro, e sua her­ança africana, ao lado de indí­ge­nas de difer­entes etnias, colo­ri­am o Salão Nobre do Palá­cio do Planal­to e emo­cionaram as cen­te­nas de pre­sentes.

Des­ta vez, a assunção min­is­te­r­i­al con­tou com a pre­sença do próprio pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, que não acom­pan­hou as de out­ros aux­il­iares ao lon­go da sem­ana pas­sa­da. Ele esta­va acom­pan­hado da primeira-dama, Jan­ja da Sil­va, do vice-pres­i­dente Ger­al­do Alck­min e min­istros.

Violações

Em seu dis­cur­so de posse, Sônia Gua­ja­jara, a primeira indí­ge­na a ocu­par um car­go de min­is­tra, afir­mou que os povos orig­inários vivem uma crise human­itária no Brasil. Ele citou como causas as invasões de ter­ritórios, o des­mata­men­to, o garim­po ile­gal, a fal­ta de assistên­cia ade­qua­da em saúde e sanea­men­to, entre out­ros.

“Não é mais pos­sív­el con­viver­mos com povos indí­ge­nas sub­meti­dos a toda sorte de males, como desnu­trição infan­til e de idosos, malária, vio­lação de mul­heres e meni­nas e altos índices de suicí­dio. Pres­i­dente Lula, arrisco diz­er, sem exagero, que muitos povos indí­ge­nas vivem uma ver­dadeira crise human­itária em nos­so país e ago­ra estou aqui para tra­bal­har­mos jun­tos, para acabar com a nor­mal­iza­ção deste esta­do incon­sti­tu­cional que se agravou nestes últi­mos anos”, afir­mou.

Questão climática e ambiental

Gua­ja­jara tam­bém falou da emergên­cia climáti­ca e de como os ter­ritórios indí­ge­nas são essen­ci­ais no com­bate ao aque­c­i­men­to glob­al.

“Se, antes, as demar­cações tin­ham enfoque sobre­tu­do na preser­vação da nos­sa cul­tura, novos estu­dos vêm demon­stran­do que a manutenção dessas áreas tem uma importân­cia ain­da mais abrangente, sendo fun­da­men­tais para a esta­bil­i­dade de ecos­sis­temas em todo o plan­e­ta, asse­gu­ran­do qual­i­dade de vida, inclu­sive nas grandes cidades. Daí a importân­cia de recon­hecer os dire­itos orig­inários dos povos indí­ge­nas sob as ter­ras em que vivem”, disse a min­is­tra.

A nova min­is­tra tam­bém chamou a atenção da sociedade para a preser­vação do plan­e­ta. “Nós não somos os úni­cos que neces­si­tam aqui viv­er. Nós ape­nas coabita­mos a mãe Ter­ra jun­to com mil­hões de out­ras espé­cies. O despre­zo por essas out­ras for­mas de vida, as práti­cas de des­mata­men­to inten­so feitas sem­pre em nome da econo­mia de cur­to pra­zo, têm efeitos dev­as­ta­dores para o futuro de todos nós”, aler­tou.

Gua­ja­jara aproveitou para anun­ciar a recri­ação do Con­sel­ho Nacional de Políti­ca Indi­genista, extin­to em 2019, pelo gov­er­no ante­ri­or. “[O con­sel­ho] garante a par­tic­i­pação par­itária entre rep­re­sen­tações indí­ge­nas de todos os esta­dos brasileiros e órgãos do exec­u­ti­vo fed­er­al”, enfa­ti­zou a min­is­tra.

Ao final do dis­cur­so da min­is­tra dos Povos Indí­ge­nas, o povo Ter­e­na fez uma apre­sen­tação da Dança da Ema.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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