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STF mantém lei que proíbe reajuste para servidores até dezembro

Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal - STF
© Mar­cel­lo Casal JrA­gên­cia Bra­sil (Repro­du­ção)

Decisão do plenário da Corte foi unânime, em sessão virtual


Publi­ca­do em 15/03/2021 — 10:03 Por Feli­pe Pon­tes — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

Por una­ni­mi­da­de, o ple­ná­rio do Supre­mo Tri­bu­nal Fede­ral (STF) jul­gou cons­ti­tu­ci­o­nal toda a Lei Com­ple­men­tar 173/2020 que, no con­tex­to da pan­de­mia, ficou conhe­ci­da como Lei de Socor­ro aos Esta­dos, incluin­do o tre­cho que proí­be o rea­jus­te no salá­rio de ser­vi­do­res fede­rais, esta­du­ais e muni­ci­pais até 31 de dezem­bro de 2021.

O assun­to foi jul­ga­do na ses­são que se encer­rou na noi­te de sex­ta-fei­ra (12) do ple­ná­rio vir­tu­al. Nes­sa moda­li­da­de de jul­ga­men­to, os minis­tros têm uma jane­la de tem­po para votar somen­te por escri­to, sem deba­te oral.

O con­ge­la­men­to de salá­ri­os era ques­ti­o­na­do no Supre­mo em três ações dire­tas de incons­ti­tu­ci­o­na­li­da­de (ADI), aber­tas por PT, PDT e Pode­mos, todas rela­ta­das pelo minis­tro Ale­xan­dre de Mora­es. A medi­da foi pre­vis­ta na lei como for­ma de com­pen­sar os gas­tos públi­cos extras com a pan­de­mia de covid-19.

Para os par­ti­dos, no entan­to, ao con­ge­lar os salá­ri­os de todos os ser­vi­do­res do país, os arti­gos 7º e 8º da LC 173/2020 vio­la­ram alguns prin­cí­pi­os cons­ti­tu­ci­o­nais, como o de auto­no­mia admi­nis­tra­ti­va dos entes fede­ra­ti­vos e o de irre­du­ti­bi­li­da­de sala­ri­al, bem como pre­ju­di­ca­ram a efi­ci­ên­cia dos ser­vi­ços públi­cos.

Mora­es, con­tu­do, enten­deu que nenhum dos argu­men­tos se sus­ten­tam. Em seu voto, o rela­tor con­si­de­rou que a legis­la­ção está intei­ra­men­te de acor­do com a Cons­ti­tui­ção. Ele negou, por exem­plo, que haja vio­la­ção à irre­du­ti­bi­li­da­de sala­ri­al dos ser­vi­do­res públi­cos.

“No caso, veri­fi­ca-se que não hou­ve uma redu­ção do valor da remu­ne­ra­ção dos ser­vi­do­res públi­cos, uma vez que ape­nas proi­biu-se, tem­po­ra­ri­a­men­te, o aumen­to de des­pe­sas com pes­so­al para pos­si­bi­li­tar que os entes fede­ra­dos enfren­tem as cri­ses decor­ren­tes da pan­de­mia de Covid-19, bus­can­do sem­pre a manu­ten­ção do equi­lí­brio fis­cal”, escre­veu o minis­tro.

Ele des­ta­cou que o obje­ti­vo da lei foi evi­tar a irres­pon­sa­bi­li­da­de fis­cal, sobre­tu­do de esta­dos e muni­cí­pi­os, que ao rece­ber ver­bas extras da União para o com­ba­te à pan­de­mia, ficam assim impe­di­dos de tomar medi­das popu­lis­tas, usan­do os recur­sos para “fazer cor­te­sia com cha­péu alheio”.

“A situ­a­ção fis­cal viven­ci­a­da pelos Esta­dos e Muni­cí­pi­os bra­si­lei­ros, sobre­tu­do nes­sa con­jun­tu­ra de pan­de­mia, deman­da uma mai­or aten­ção em rela­ção aos gas­tos públi­cos e, no par­ti­cu­lar, ao gas­to com o fun­ci­o­na­lis­mo públi­co”, acres­cen­tou Mora­es, que foi acom­pa­nha­do por todos os outros dez minis­tros do Supre­mo.

Uma quar­ta ADI con­tra outro tre­cho da LC 173/2020, que impu­nha con­di­ções para a sus­pen­são no paga­men­to da dívi­da de esta­dos com a União, tam­bém foi rejei­ta­da por una­ni­mi­da­de.

Edi­ção: Deni­se Gri­e­sin­ger

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