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Suspeitas de leptospirose no RS devem receber tratamento imediato

Repro­dução: © REUTERS/Amanda Per­o­bel­li

Ministério da Saúde recomenda tratar antes da confirmação laboratorial


Publicado em 11/05/2024 — 10:00 Por Paula Laboissiere — repórter da Agência Brasil — Brasília

Casos sus­peitos de lep­tospirose no Rio Grande do Sul devem ini­ciar o trata­men­to con­tra a doença ime­di­ata­mente, sem a neces­si­dade de con­fir­mação lab­o­ra­to­r­i­al. A ori­en­tação é do Min­istério da Saúde em razão do risco aumen­ta­do provo­ca­do pelas enchentes no esta­do. “Profis­sion­ais de saúde devem estar aten­tos a isso”, aler­tou a pas­ta, ao recomen­dar “noti­fi­cação mais sen­sív­el” de casos sus­peitos na região.

Em nota, o min­istério desta­cou que a ocor­rên­cia de lep­tospirose está rela­ciona­da a condições precárias de infraestru­tu­ra san­itária e à alta infes­tação de roe­dores infec­ta­dos pela doença. “Em cenários de desas­tres climáti­cos, como inun­dações, a dis­sem­i­nação e a per­sistên­cia da bac­téria no ambi­ente podem facil­i­tar a ocor­rên­cia de sur­tos da doença”, reforçou o comu­ni­ca­do.

A recomen­dação da pas­ta é que pacientes que apre­sen­tem febre e dores, sobre­tu­do na região lom­bar e na pan­tur­ril­ha, e que tiver­am con­ta­to com água ou lama da inun­dação por um perío­do de até 30 dias antes do iní­cio dos sin­tomas rece­bam trata­men­to com quimio­pro­fi­lax­ia. “Dessa for­ma, o sis­tema de saúde con­seguirá cap­tar mais casos na fase ini­cial da doença”, desta­cou a nota.

“Além dis­so, dev­erão ser difun­di­das infor­mações a todas as pes­soas que tiver­am con­ta­to com água ou lama de enchentes, sobre os sinais e sin­tomas da doença e onde ela poderá procu­rar assistên­cia médi­ca. A pas­ta pede que seja esta­b­ele­ci­do diag­nós­ti­co difer­en­cial para doenças res­pi­ratórias, diar­re­icas agu­das, infecções do tra­to urinário, sepse e hepatite A”.

“É impor­tante con­sid­er­ar que casos podem ser aten­di­dos em municí­pios que não sofr­eram com as chu­vas, já que muitas famílias se abri­garam em casas de famil­iares ou ami­gos em municí­pios viz­in­hos. Por­tan­to, todos os agentes públi­cos devem estar sen­síveis e bus­car infor­mações da origem do local de residên­cia do paciente”, com­ple­tou o min­istério.

Tratamento preventivo

A quimio­pro­fi­lax­ia, por definição, é o uso de sub­stân­cias ou meios quími­cos para impedir o desen­volvi­men­to de uma doença ou infecção. O uso do trata­men­to para a lep­tospirose, segun­do a pas­ta, não é recomen­da­do como medi­da de pre­venção em saúde públi­ca, mes­mo “em casos de exposição pop­u­la­cional em mas­sa, por ocasião de desas­tres climáti­cos com enchentes”.

Já a pos­si­bil­i­dade de uso da quimio­pro­fi­lax­ia para pes­soas que atu­am nas oper­ações de res­gate no Rio Grande do Sul, de acor­do com a nota, pode ser con­sid­er­a­da em razão da exposição con­stante e do risco de infecção. “Neste caso, o méto­do poderá ser ado­ta­do con­forme decisão e flux­os definidos na gestão do nív­el local, a depen­der da disponi­bil­i­dade de medica­men­tos”.

A doença

A lep­tospirose é uma doença infec­ciosa febril agu­da trans­mi­ti­da a par­tir da exposição dire­ta ou indi­re­ta à uri­na de ani­mais, prin­ci­pal­mente ratos, infec­ta­dos pela bac­téria Lep­tospi­ra. A pen­e­tração da bac­téria ocorre a par­tir de lesões na pele, pelas mucosas ou pela pele ínte­gra imer­sa por lon­gos perío­dos em água con­t­a­m­i­na­da.

O perío­do de incubação, ou seja, o inter­va­lo de tem­po entre a trans­mis­são e o iní­cio dos sin­tomas pode vari­ar de um a 30 dias, mas nor­mal­mente ocorre entre sete a 14 dias após a exposição a situ­ações de risco. A doença apre­sen­ta ele­va­da incidên­cia em deter­mi­nadas áreas do país e o risco de letal­i­dade pode chegar a 40% nos casos mais graves.

A ocor­rên­cia está rela­ciona­da a condições precárias de infraestru­tu­ra san­itária e à alta infes­tação de roe­dores infec­ta­dos. Inun­dações como as reg­istradas no Rio Grande do Sul des­de o fim de abril prop­i­ci­am a dis­sem­i­nação e a per­sistên­cia da bac­téria no ambi­ente, facil­i­tan­do a ocor­rên­cia de sur­tos.

Edição: Vini­cius Lis­boa

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