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Temporais no Sul e seca no Norte; entenda efeitos de El Niño no Brasil

Repro­dução: © Prefeitu­ra POA/Divulgação

Fenômeno deve se manter até o fim deste ano, diz Inmet


Pub­li­ca­do em 30/09/2023 — 13:51 Por Car­oli­na Pimentel – Repórter da Agên­cia Brasil* — Brasília

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Nas últi­mas sem­anas, muitos brasileiros viram os ter­mômet­ros das cidades atin­girem mar­cas recordes aci­ma de 40ºC por causa de uma onda de calor escal­dante. No Rio Grande do Sul, tem­po­rais inun­daram cen­te­nas de municí­pios. O Ama­zonas pede por água diante de uma das secas mais sev­eras do Rio Negro.

Afi­nal, por que cada região do país está enfrentan­do situ­ações climáti­cas difer­entes? O que está acon­te­cen­do é expli­ca­do pelos efeitos do fenô­meno El Niño.

O fenô­meno ocorre quan­do as águas do Pací­fi­co, próx­i­mas à Lin­ha do Equador, pas­sam por um aque­c­i­men­to aci­ma do nor­mal por um perío­do de no mín­i­mo seis meses. Ele altera a for­mação de chu­vas, a cir­cu­lação dos ven­tos e a tem­per­atu­ra e impacta de for­ma difer­ente as regiões da Améri­ca do Sul, con­se­quente­mente do Brasil, como infor­ma o Insti­tu­to Nacional de Mete­o­rolo­gia (Inmet).

Sai­ba o que é o El Niño

Chuvas no Sul

Um dos efeitos de El Niño é o aumen­to de chu­vas no Sul do país. Isso porque há uma grande cir­cu­lação de ven­tos, que aca­ba inter­ferindo no movi­men­to de out­ros ven­tos, impedin­do o avanço de frentes frias pelo ter­ritório brasileiro. Com isso, as frentes ficam esta­cionadas por mais tem­po na Região Sul, diz o Inmet.

Um bole­tim, divul­ga­do neste mês, rev­ela que as chu­vas no Rio Grande do Sul chegaram a aprox­i­mada­mente 450 milímet­ros, de 1º a 19 de setem­bro, quan­do a média históri­ca no esta­do varia de 70 mm a 150 mm.

Para out­ubro, novem­bro e dezem­bro, a tendên­cia de chu­vas aci­ma do nor­mal na região per­manece.

“Nos primeiros 19 dias de setem­bro, a pre­cip­i­tação acu­mu­la­da está aci­ma da média em todo o esta­do do Rio Grande do Sul. Entre­tan­to, nos demais esta­dos do país, há um déficit de pre­cip­i­tação, com vol­umes supe­ri­ores a 50 mm abaixo da média históri­ca na Região Norte. Esta pre­visão reflete as car­ac­terís­ti­cas típi­cas de El Niño sobre o Brasil. Já a pre­visão de tem­per­atu­ra indi­ca maior prob­a­bil­i­dade de val­ores aci­ma da faixa nor­mal na maior parte do país”, diz o relatório pro­duzi­do pelo Inmet, em parce­ria com o Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe), a Agên­cia Nacional de Águas e Sanea­men­to Bási­co (ANA) e o Cen­tro Nacional de Geren­ci­a­men­to de Riscos e Desas­tre (Cenad).

Em razão dos fortes tem­po­rais, o Lago Guaí­ba, em Por­to Ale­gre, subiu mais de 3 met­ros e trans­bor­dou, ala­gan­do ruas e avenidas. A prefeitu­ra pre­cisou fechar com­por­tas e reforçar a con­tenção das águas com sacos de areia.

Seca no Norte

Enquan­to o Sul enfrenta enchentes, esta­dos do Norte sofrem com a esti­agem. No Ama­zonas, a cap­i­tal, Man­aus, decre­tou, nes­ta quin­ta-feira (28), situ­ação de emergên­cia em razão da seca do Rio Negro, que está em 16,11 met­ros (m), nív­el mais baixo para o perío­do. Já são 17 municí­pios ama­zo­nens­es em aler­ta por causa da esti­agem.

A seca inten­sa e pro­lon­ga­da tem relação com El Niño. Durante o fenô­meno climáti­co, chove com inten­si­dade e fre­quên­cia no meio do Oceano Pací­fi­co. Nes­sas chu­vas, o ar quente e seco con­tin­ua cir­cu­lan­do, porém desce no norte da Améri­ca do Sul, difi­cul­tan­do a for­mação de nuvens car­regadas e de chu­vas nas regiões Norte de Nordeste do Brasil.

“A pre­visão climáti­ca para o Brasil para Out­ubro-Novem­bro-Dezem­bro 2023 indi­ca maior prob­a­bil­i­dade de chu­va abaixo da faixa nor­mal entre o leste, o cen­tro e a faixa norte do Brasil, com maiores prob­a­bil­i­dades sobre o norte do país”, infor­ma bole­tim do Inmet.

De acor­do com nota téc­ni­ca do Cen­tro Nacional de Mon­i­tora­men­to e Aler­tas de Desas­tres Nat­u­rais (Cemaden), com base na quan­ti­dade de chu­vas obser­va­da nos meses de setem­bro e out­ubro de 2015, quan­do foi reg­istra­do El Niño de grande inten­si­dade, o número de municí­pios do Norte do país que irão sofr­er com seca sev­era este ano deve ser maior, pelo menos 34% supe­ri­or maior em a agos­to de oito anos atrás.

Até quando vai El Niño?

As pre­visões indicam grande prob­a­bil­i­dade de El Niño se man­ter até, pelo menos, o fim de 2023.

“Esper­a­va-se que este El Niño não fos­se muito inten­so, nem pro­lon­ga­do. Pois nós enfrenta­mos um perío­do pro­lon­ga­do do La Niña, que resul­tou em efeitos inver­sos, ou seja, no res­fri­a­men­to das águas do Paci­fi­co por um bom tem­po. Esse res­fri­a­men­to tam­bém resul­tou em mudanças nos padrões climáti­cos.  E, antes que nos recu­perásse­mos dos efeitos do La Niña, já esta­mos enfrentan­do um El Niño mais forte”, afir­mou o espe­cial­ista em gestão de recur­sos hídri­cos da Uni­ver­si­dade Estad­ual Paulista (Une­sp), Rodri­go Lil­la Manzione, em reportagem pub­li­ca­da pelo Jor­nal da Une­sp.

Veja aqui os efeitos pre­vis­tos de El Niño para cada região do país:

Região Norte: secas de mod­er­adas a inten­sas

Região Nordeste: secas de diver­sas inten­si­dades

Região Sud­este: aumen­to mod­er­a­do das tem­per­at­uras médias, prin­ci­pal­mente, no inver­no e no verão.

Região Cen­tro-Oeste: chu­vas aci­ma da média e tem­per­at­uras mais altas

Região Sul: chu­vas aci­ma do nor­mal

*Com infor­mações do Inmet

Edição: Nádia Fran­co

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