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Torcedores lamentam derrota do Brasil diante da França

Repro­dução: © Paulo Pinto/Agência Brasil

Museu do Futebol, em São Paulo, exibe partida pela TV


Pub­li­ca­do em 29/07/2023 — 12:18 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

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A der­ro­ta por 2 a 1 da seleção brasileira de fute­bol fem­i­ni­no neste sába­do (29), diante da França, não tirou a con­fi­ança quan­to a uma clas­si­fi­cação do Brasil para a próx­i­ma fase do Mundi­al. Em São Paulo, a tor­ci­da que com­pare­ceu ao  Museu do Fute­bol, no está­dio do Pacaem­bu, para acom­pan­har a par­ti­da pela tele­visão, saiu triste com o resul­ta­do, mas con­fi­ante. O Mundi­al é dis­puta­do na Aus­trália e Nova Zelân­dia.

Para ess­es torce­dores, a der­ro­ta no Brasil ocor­reu  prin­ci­pal­mente porque a téc­ni­ca Pia Sund­hage demor­ou a faz­er mudanças na seleção canarin­ha.

“O Brasil hoje foi lamen­táv­el. Achei que não foi uma boa exibição, infe­liz­mente”, disse Bruno Fer­rari, 32 anos, que foi ao museu com a namora­da e alguns ami­gos para torcer pelo Brasil.

Para ele, fal­tou “dinamis­mo” da téc­ni­ca Pia Sund­hage para faz­er uma mudança táti­ca e ten­tar obter uma  nova vitória hoje, a exem­p­lo do que ocor­reu na primeira par­ti­da, quan­do o Brasil venceu o Panamá por 4 a 0.

Ape­sar da der­ro­ta para a França, Fer­rari acred­i­ta que o Brasil vai se clas­si­ficar para a segun­da fase da com­petição. “Vai se clas­si­ficar, sim. Mas aí estare­mos meio fer­ra­dos depois [pegan­do seleções mais difí­ceis, como a Ale­man­ha]”, disse ele. “Fiquei um pouco mais desan­i­ma­do hoje, mas acho que o Brasil tem chance [de gan­har essa Copa]. É um dos favoritos”, opinou.

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A jogado­ra Tamires Sil­va, 24 anos, que par­tic­i­pa do pro­je­to social Com­plexo Pedreira e que hoje foi ao Museu do Fute­bol com as suas com­pan­heiras de time para torcer pela seleção, tam­bém cred­i­tou parte da der­ro­ta a fal­has táti­cas da equipe.

“Foi um jogo difí­cil por ser a seleção da França. Não é fácil, as meni­nas [france­sas] jogam muito bem. Porém, a téc­ni­ca [Pia Sund­hage] fal­hou muito. Demor­ou muito a faz­er sub­sti­tu­ições. Algu­mas meni­nas tiver­am fal­has, não tocavam muito [a bola]. Foi [algo] muito indi­vid­ual, enquan­to o fute­bol é cole­ti­vo, não é só um. Tive­mos algu­mas fal­has, mas ago­ra é tra­bal­har para mel­ho­rar”, obser­vou ela.

“A seleção brasileira errou muitos pass­es e foi muito indi­vid­u­al­ista. Dava para dar um passe em pro­fun­di­dade, mas [as jogado­ras] preferi­ram segu­rar a bola. Per­diam a bola e não voltavam. Mas ago­ra é cor­ri­gir essas fal­has para o próx­i­mo jogo”, disse ela, que tem con­fi­ança na clas­si­fi­cação do Brasil para a próx­i­ma fase. “Acred­i­to no títu­lo. Sou brasileira, ten­ho que acred­i­tar”, acen­tu­ou.

“Hoje foi um jogo difí­cil, mas foi a França. Sabíamos que seria difí­cil e queríamos que o Brasil tivesse con­segui­do segu­rar o empate, pelo menos. Mas jogou boni­to. Mas ain­da bem que esta­mos no começo e a gente con­tin­ua ani­ma­da”, com­ple­tou Mar­il­ia Bonas, dire­to­ra-téc­ni­ca do Museu do Fute­bol.

Torcendo junto

Neste sába­do, dezenas de pes­soas acor­daram bem cedo para torcer pela seleção brasileira no Museu do Fute­bol. Para Tamires, torcer jun­to pela seleção fem­i­ni­na tem um imen­so sig­nifi­ca­do. “Eu digo que fute­bol não é só chutar. É resistên­cia, tan­to social quan­to den­tro de cam­po. Então, é impor­tante a gente dar uma força para o fute­bol fem­i­ni­no. Todo mun­do acha que fute­bol fem­i­ni­no é só chutar a bola, é só trave, é só gol. Mas não, tem toda uma resistên­cia por trás”, salien­tou.

No Brasil, o fute­bol fem­i­ni­no é uma história de resistên­cia. Prin­ci­pal­mente para a seleção brasileira, já que as mul­heres eram proibidas de jog­ar fute­bol no país. O decre­to de proibição foi pub­li­ca­do no dia 14 de abril de 1941 e só 38 anos depois a lei viria a cair.

Nes­ta Copa do Mun­do de Fute­bol Fem­i­ni­no, por exem­p­lo, é a primeira vez que o gov­er­no fed­er­al  dec­re­ta pon­to fac­ul­ta­ti­vo nos dias de jogos do Brasil, medi­da ado­ta­da há anos para a com­petição mas­culi­na.

São Paulo (SP), 29.07.2023- Torcida brasileira acompanhou o jogo da Seleção Brasileira contra a França no Museu do Futebol. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Repro­dução: São Paulo (SP), 29.07.2023- Tor­ci­da brasileira acom­pan­hou o jogo da Seleção Brasileira con­tra a França no Museu do Fute­bol. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil — Paulo Pinto/Agência Brasil

“O Museu do Fute­bol tem esse com­pro­mis­so com o fute­bol fem­i­ni­no, com o fute­bol de mul­heres, que vem gan­han­do cada vez mais espaço e importân­cia. Essa é uma modal­i­dade que foi proibi­da por lei por quase 40 anos. Então, para a gente, é uma ale­gria essa Copa de 2023 ter muito mais tor­ci­da. E faze­mos questão de rece­ber todo mun­do aqui com café da man­hã”, disse Mar­il­ia Bonas, dire­to­ra téc­ni­ca do museu, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

No museu, segun­do Marília, a trans­mis­são dos jogos do Brasil será gra­tui­ta e ain­da dará o dire­ito ao torce­dor de vis­i­tar as insta­lações do museu.

“Além dis­so, tam­bém temos uma cam­pan­ha, denom­i­na­da Chuteira para Todas. Então, se você troux­er uma chuteira usa­da, você tam­bém gan­ha um ingres­so [para vis­i­tar o museu]”, expli­cou ela.

“É um horário difí­cil, mas você viu que lotou. A ideia é a gente con­tin­uar exibindo os jogos a par­tir das 7h, para que cada vez mais as pes­soas ten­ham essa exper­iên­cia de torcer jun­tas pelo fute­bol fem­i­ni­no, que é algo rel­a­ti­va­mente novo para uma boa parte dos brasileiros, mais habit­u­a­dos a se reunir e torcer para o [fute­bol] mas­culi­no”.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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