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Tragédia no RS é consequência de destruição humana, diz cacique Raoni

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Ele participou da Semana do Meio Ambiente no Museu do Amanhã, no Rio


Publicado em 07/06/2024 — 07:45 Por Rafael Cardoso — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

Aos 92 anos de idade, o Cacique Raoni é uma autori­dade quan­do o assun­to é preser­vação da natureza e defe­sa dos dire­itos de povos indí­ge­nas. Durante a Sem­ana do Meio Ambi­ente (Semeia), no Museu do Aman­hã, Rio de Janeiro, ele falou sobre o desas­tre climáti­co no Rio Grande do Sul, atingi­do por chu­vas fortes, inun­dações e desliza­men­tos. Segun­do Raoni, se quis­er evi­tar novas tragé­dias, a humanidade pre­cisa refle­tir sobre a própria respon­s­abil­i­dade em provo­car extremos da natureza.

“Eu não sei se as pes­soas vão acor­dar depois dis­so. Mas sugiro que, depois dessa tragé­dia cau­sa­da pelos próprios home­ns bran­cos, que destrói a natureza, faz casas onde não deve, que haja reflexão sobre o que está acon­te­cen­do. São eles que provo­cam e sofrem as con­se­quên­cias. Eu con­heci muitos espíri­tos de água e flo­res­ta. E o dis­cur­so deles é o mes­mo: se eles con­tin­uarem sendo ameaça­dos, vão atacar. Isso não é bom para nós. É pre­ciso cuidar mel­hor. Todos devem con­ver­sar para poder seguir o cam­in­ho cer­to”, disse o líder indí­ge­na caiapó.

Para ele, a luta em defe­sa do meio ambi­ente é lon­ga e pre­cisa ser ren­o­va­da com o for­t­alec­i­men­to de jovens lid­er­anças indí­ge­nas. E que o futuro do plan­e­ta depende da união dos difer­entes povos.

“Há muitos anos, nos­sos ances­trais, os dos home­ns bran­cos e dos povos indí­ge­nas, se mataram aqui nes­sa ter­ra, no Brasil. Teve guer­ra, vio­lên­cia. Deix­em o pas­sa­do para trás. Vamos pen­sar e nos pre­ocu­par ago­ra com o futuro. Para o nos­so bem, deve­mos pen­sar mais nas flo­restas, rios e em todo o meio ambi­ente”, afir­mou o cacique.

Semana do Meio Ambiente

Entre os dias 5 e 9 de jun­ho, o Museu do Aman­hã tem pro­gra­mação espe­cial­mente volta­do para a Sem­ana do Meio Ambi­ente. O tema deste ano é Tril­has da flo­resta­nia, uma visão de mun­do que colo­ca o ecos­sis­tema em per­spec­ti­va inte­gral.

“Esse con­ceito de flo­resta­nia, que é trazi­do pelo Ail­ton Kre­nak e o Cacique Raoni, tem muito a ver com a flo­res­ta que está den­tro de nós. Quem vive nas cidades tem ideia da flo­res­ta como algo exter­no. Mas, como somos natureza tam­bém, a flo­res­ta vive em nós. E a gente entende que um dess­es grandes desafios que o plan­e­ta pas­sa hoje e que a gente vem sentin­do na pele ago­ra no Rio Grande do Sul tem muito a ver com essa nos­sa sep­a­ração da natureza”, reflete Fabio Scara­no, curador do Museu do Aman­hã e pro­fes­sor de Ecolo­gia da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para Scara­no, há muito o que apren­der com os povos indí­ge­nas na for­ma como veem e cuidam do meio ambi­ente.

“Com esse even­to, há uma ten­ta­ti­va de moti­var as pes­soas a reen­con­trarem as flo­restas do mun­do e a flo­res­ta que está den­tro de si. Os povos que nun­ca se sep­a­raram dela, como os orig­inários e ances­trais, podem nos aju­dar a tril­har esse cam­in­ho de vol­ta para a natureza”, disse Fabio.

Edição: Graça Adju­to

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