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Transplante com HIV: ex-secretário é parente de sócios de laboratório

Dr. Luizinho nega envolvimento na contratação de empresa

Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil*
Pub­li­ca­do em 11/10/2024 — 19:42
Rio de Janeiro
Banco de tecido do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro
© Divulgação/Ministério da Saúde

O mari­do da tia do ex-secretário de Saúde do Esta­do do Rio de Janeiro, Dr. Luiz­in­ho, é um dos sócios do lab­o­ratório Patolo­gia Clíni­ca Doutor Saleme (PCS Lab), inves­ti­ga­do como respon­sáv­el pela infecção por HIV de seis pacientes após trans­plantes de órgãos no Rio de Janeiro.

Nat­ur­al de Nova Iguaçu, Dr. Luiz­in­ho foi Secretário de Esta­do de Saúde entre fevereiro e setem­bro de 2023. Fil­i­a­do ao PP, exerce atual­mente o segun­do manda­to como dep­uta­do fed­er­al. O PCS Lab foi con­trata­do no mes­mo ano em que Dr. Luiz­in­ho diri­gia a pas­ta, após a sua saí­da do car­go, em dezem­bro de 2023.

Nes­ta sex­ta-feira (11), foi rev­e­la­do pela Band News, e con­fir­ma­do pela Agên­cia Brasil, que pacientes foram infec­ta­dos por HIV ao rece­berem órgão trans­plan­ta­do no Rio de Janeiro. O lab­o­ratório pri­va­do PCS Lab era respon­sáv­el pelos testes para cer­ti­ficar a saúde do órgão doa­do. O lab­o­ratório foi con­trata­do pela Fun­dação Saúde, sob a respon­s­abil­i­dade da Sec­re­taria de Esta­do de Saúde do Rio de Janeiro (SES) para atendi­men­to ao pro­gra­ma de trans­plantes no esta­do

O PCS Lab teve o serviço sus­pen­so logo após a ciên­cia do caso e foi inter­di­ta­do caute­lar­mente, de acor­do com a própria SES. Com isso, os exam­es pas­saram a ser real­iza­dos pelo Hemorio. Entre os sócios-admin­istradores do lab­o­ratório estão Wal­ter Vieira e o fil­ho, Matheus Sales Teix­eira Ban­doli Vieira.

Defesa

Em nota, o dep­uta­do fed­er­al Dr. Luiz­in­ho diz que lamen­ta pro­fun­da­mente a situ­ação gravís­si­ma e ina­ceitáv­el envol­ven­do o sis­tema estad­ual de trans­plantes do Rio de Janeiro. O dep­uta­do diz ain­da que não par­ticipou da escol­ha do lab­o­ratório.

“Quan­do foi secretário de esta­do de Saúde, Dr. Luiz­in­ho man­teve a equipe do Pro­gra­ma Estad­ual de Trans­plantes da gestão ante­ri­or e jamais par­ticipou da escol­ha deste ou de qual­quer lab­o­ratório. A con­tratação, ocor­ri­da em dezem­bro de 2023, quan­do ele não era mais secretário, par­tiu de uma con­cor­rên­cia públi­ca real­iza­da pela Fun­dação Saúde, que tem gestão admin­is­tra­ti­va inde­pen­dente, na modal­i­dade de pregão eletrôni­co, sujei­ta ao cri­vo dos órgãos de con­t­role”, diz a nota.

Dr. Luiz­in­ho afir­ma ain­da que con­hece o lab­o­ratório Saleme “há mais de 30 anos, que foi dirigi­do pelo Dr. Mon­tano e pos­te­ri­or­mente por seu fil­ho Dr. Val­ter Viera e suas irmãs. E esclarece que Val­ter é casa­do com a irmã de sua mãe”.

O dep­uta­do defende ain­da que “uma apu­ração rig­orosa do caso deve ser fei­ta com iden­ti­fi­cação e punição dos respon­sáveis”.

Sindicância

O lab­o­ratório tam­bém divul­gou nota nes­ta sex­ta dizen­do que abriu sindicân­cia inter­na para apu­rar as respon­s­abil­i­dades do caso. Afir­ma que se tra­ta de um episó­dio “sem prece­dentes na história da empre­sa, que atua no mer­ca­do des­de 1969”. O lab­o­ratório tam­bém diz que dará suporte médi­co e psi­cológi­co aos pacientes infec­ta­dos com HIV e seus famil­iares; e reit­era que está à dis­posição das autori­dades poli­ci­ais, san­itárias e de classe que inves­tigam a situ­ação..

O caso foi con­sid­er­a­do grave pelo Min­istério da Saúde, que com­pro­m­e­teu-se a prestar toda assistên­cia aos pacientes infec­ta­dos por HIV. A pas­ta reafir­mou o com­pro­mis­so de garan­tir a segu­rança, a efe­tivi­dade e a qual­i­dade do Sis­tema Nacional de Trans­plantes no Brasil, recon­heci­do como um dos mais trans­par­entes, seguros e con­sol­i­da­dos do mun­do.

O Min­istério tam­bém garan­tiu que será insta­l­a­da uma audi­to­ria urgente pelo Depar­ta­men­to Nacional de Audi­to­ria do Sis­tema Úni­co de Saúde no sis­tema de trans­plante do Rio de Janeiro para a apu­ração de even­tu­ais irreg­u­lar­i­dades na con­tratação do referi­do lab­o­ratório.

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