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TV Brasil estreia documentário sobre autismo nesta sexta

Dr. Antonia Hamilton (Senior Lecturer & leader of the Social Neuroscience group a the Institute of Cognitive Neuroscience, UCL) & Uta Frith
© Ollie Ford/Direitos reser­va­dos (Repro­du­ção)

Produção vai ao ar às 21h30


Publi­ca­do em 19/02/2021 — 12:23 Por EBC — Bra­sí­lia

Para refle­tir sobre o Dia Inter­na­ci­o­nal da Sín­dro­me de Asper­ger, lem­bra­do anu­al­men­te em 18 de feve­rei­ro, a TV Bra­sil lan­ça o docu­men­tá­rio iné­di­to Viven­do com o autis­mo nes­ta sex­ta (19), às 21h30. A pro­du­ção abor­da a visão cien­tí­fi­ca do trans­tor­no a par­tir da pers­pec­ti­va de pes­so­as com autis­mo.

Com 50 minu­tos de dura­ção, o fil­me ori­gi­nal da BBC apre­sen­ta infor­ma­ções sobre o autis­mo, mos­tra desa­fi­os de inte­ra­ção soci­al, traz expe­ri­ên­ci­as de con­ví­vio e des­ta­ca habi­li­da­des espe­ci­ais. Tam­bém abor­da o diag­nós­ti­co e os mis­té­ri­os rela­ci­o­na­dos a essa con­di­ção.

O docu­men­tá­rio é con­du­zi­do pela psi­có­lo­ga Uta Frith que dedi­cou 50 anos de sua tra­je­tó­ria pro­fis­si­o­nal à pes­qui­sa do autis­mo. A obra reve­la per­so­na­gens notá­veis e nuan­ces que revo­lu­ci­o­na­ram a com­pre­en­são cien­tí­fi­ca do cére­bro huma­no.

Após a exi­bi­ção na teli­nha, Viven­do com o autis­mo pode­rá ser assis­ti­do no apli­ca­ti­vo TV Bra­sil Play duran­te uma sema­na. A pro­du­ção inter­na­ci­o­nal fica­rá aces­sí­vel por esse perío­do gra­tui­ta­men­te na pla­ta­for­ma que está dis­po­ní­vel nas ver­sões Android e iOS, e no site da TV Bra­sil Play.

Descobertas com a pesquisa

Dr. Antonia Hamilton (Senior Lecturer & leader of the Social Neuroscience group a the Institute of Cognitive Neuroscience, UCL) & Uta Frith
Docu­men­tá­rio Viven­do com Autis­mo será exi­bi­do na TV Bra­sil  — Ollie Ford/Direitos reser­va­dos (Repro­du­ção)

A pro­du­ção ana­li­sa como os estu­dos trans­for­ma­ram a com­pre­en­são da soci­e­da­de sobre o trans­tor­no. A pro­fes­so­ra ale­mã Uta Frith mos­tra como as pes­so­as que têm autis­mo per­ce­bem o mun­do e inte­ra­gem com tudo que os cer­ca.

A espe­ci­a­lis­ta des­ta­ca talen­tos extra­or­di­ná­ri­os dos autis­tas e expli­ca por que mui­tas vezes eles não con­se­guem enten­der pia­das. Ape­nas na Grã-Bre­ta­nha, esti­ma-se que mais de meio milhão de pes­so­as tenham Trans­tor­no do Espec­tro Autis­ta.

A expe­ri­en­te pro­fis­si­o­nal come­çou a pes­qui­sar o assun­to depois de inte­ra­gir com cri­an­ças autis­tas duran­te seus estu­dos de psi­co­lo­gia clí­ni­ca. Na déca­da de 1960, as cri­an­ças come­ça­ram a ser diag­nos­ti­ca­das com uma con­di­ção carac­te­ri­za­da pela difi­cul­da­de de inte­ra­ção com outras pes­so­as. Os espe­ci­a­lis­tas ago­ra sabem que o autis­mo é uma dis­fun­ção cere­bral que dura a vida toda.

Voluntários com autismo participam do filme

Uta Frith with neurotypical child
Docu­men­tá­rio Viven­do com Autis­mo estreia nes­ta sex­ta-fei­ra na TV Bra­sil — Ollie Ford/Direitos reser­va­dos (Repro­du­ção)

Ima­gi­ne poder lis­tar todos os paí­ses do mun­do e suas capi­tais, lem­brar-se do que jan­tou no dia 9 de mar­ço de 2002 e saber todos os núme­ros pri­mos até 7.507. O docu­men­tá­rio expli­ca como cére­bros que per­ce­bem o mun­do de manei­ras dife­ren­tes aju­dam a des­ven­dar os segre­dos da men­te huma­na.

Mui­tos indi­ví­du­os autis­tas têm talen­tos extra­or­di­ná­ri­os. O doc mos­tra que apro­xi­ma­da­men­te um ter­ço das pes­so­as autis­tas têm habi­li­da­des inco­muns, como ouvi­do abso­lu­to.

Pes­so­as diag­nos­ti­ca­das com Trans­tor­no do Espec­tro Autis­ta veem as coi­sas de manei­ra dife­ren­te da de seus cole­gas. Duran­te o docu­men­tá­rio, a psi­có­lo­ga Uta Frith faz com que pes­so­as autis­tas e não autis­tas brin­quem de “Onde está Wally?” em uma foto caó­ti­ca. Pes­so­as com autis­mo loca­li­zam o per­so­na­gem ime­di­a­ta­men­te, o que indi­ca a sua aten­ção aos deta­lhes e a ten­dên­cia a per­der o pano­ra­ma geral.

Jules Robin­son, entre­vis­ta­do no docu­men­tá­rio, tem Sín­dro­me de Asper­ger. Embo­ra não tenha pro­ble­mas de fala, é difí­cil para ele envol­ver as pes­so­as na con­ver­sa. Aulas de tea­tro têm aju­da­do a melho­rar a capa­ci­da­de de comu­ni­ca­ção.

Ape­sar de as aulas bene­fi­ci­a­rem Jules a apren­der sobre as inte­ra­ções soci­ais, ele ain­da se sen­te des­con­for­tá­vel em con­ver­sas na vida real. A fal­ta de habi­li­da­de soci­al e o impul­so para dizer a ver­da­de sem qual­quer fil­tro o dife­ren­ci­am das pes­so­as sem a Sín­dro­me de Asper­ger.

A pes­qui­sa­do­ra Uta Frith usa duas bone­cas para con­tar uma his­tó­ria que ilus­tra as cren­ças, os dese­jos e as inten­ções indi­vi­du­ais. A mai­o­ria das pes­so­as enten­de que os outros têm von­ta­de pró­pria — uma capa­ci­da­de que ela cha­ma de “men­ta­li­za­ção”.

Na déca­da de 1980, a estu­di­o­sa mos­trou que cri­an­ças autis­tas são inca­pa­zes de enten­der que outras pes­so­as têm cren­ças e pers­pec­ti­vas dife­ren­tes. Isso expli­ca por que, mui­tas vezes, elas ficam frus­tra­das quan­do seus inter­lo­cu­to­res não sabem o que está em sua men­te.

Tam­bém volun­tá­ria no docu­men­tá­rio, a autis­ta Sarah expli­ca por que falar em públi­co é mais fácil do que con­ver­sas indi­vi­du­ais. Ela con­si­de­ra os encon­tros com estra­nhos assus­ta­do­res por­que não con­se­gue pre­ver o com­por­ta­men­to deles ou o resul­ta­do de sua inte­ra­ção.

Sarah apren­deu a imi­tar o com­por­ta­men­to soci­al para mas­ca­rar seu autis­mo. Cri­an­ças não autis­tas copi­am as ações dos adul­tos quan­do rece­bem uma tare­fa, mas as cri­an­ças autis­tas têm uma abor­da­gem mais dire­ta e lógi­ca.

Carac­te­rís­ti­cas autis­tas estão pre­sen­tes em mui­tos indi­ví­du­os, incluin­do gêni­os como Isa­ac New­ton. O fil­me elu­ci­da como os tra­ços autis­tas são medi­dos na popu­la­ção em geral. Os diag­nós­ti­cos clí­ni­cos são base­a­dos, em geral, no grau em que esses tra­ços inter­fe­rem na vida diá­ria.

Sobre os estudos de Uta Frith

Uta Frith, Emeritus Professor of Cognitive Development at UCL's Institute of Cognitive Neuroscience.
A pes­qui­sa­do­ra ale­mã Uta Frith é a res­pon­sá­vel pelo docu­men­tá­rio Viven­do com Autis­mo que será exi­bi­do nes­ta sex­ta-fei­ra (19), na TV Bra­sil — Jon Sayers/Direitos reser­va­dos (Repro­du­ção)

Pes­qui­sa­do­ra ale­mã pio­nei­ra dos estu­dos sobre desen­vol­vi­men­to, a pro­fes­so­ra Uta Frith come­çou seu trei­na­men­to na déca­da de 1960. Nes­sa épo­ca, a psi­có­lo­ga conhe­ceu um gru­po de cri­an­ças lin­das e de olhos bri­lhan­tes que pare­ci­am com­ple­ta­men­te dis­tan­tes do res­to do mun­do.

Esses jovens tinham aca­ba­do de rece­ber o então novo diag­nós­ti­co de autis­mo. A espe­ci­a­lis­ta que­ria saber mais sobre essas cri­an­ças. Elas a ins­pi­ra­ram a dedi­car sua car­rei­ra ao estu­do da men­te de pes­so­as autis­tas.

Con­si­de­ra­da uma das espe­ci­a­lis­tas mais impor­tan­tes na popu­la­ri­za­ção do diag­nós­ti­co de Sín­dro­me de Asper­ger, Uta Frith fez his­tó­ria com as pes­qui­sas sobre o autis­mo. A estu­di­o­sa tam­bém é reco­nhe­ci­da como uma das mais impor­tan­tes mulhe­res do Rei­no Uni­do.

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