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UFRJ cria aplicativo gratuito para acompanhar peso de gestantes

Repro­dução: © Fotorech/Pixabay

Ferramenta está disponível para sistemas Android e IOS


Pub­li­ca­do em 31/08/2023 — 07:42 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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Pesquisadores da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ) desen­volver­am o aplica­ti­vo gra­tu­ito Peso­Gest­Br para que as ges­tantes brasileiras pos­sam acom­pan­har seu próprio esta­do nutri­cional durante a gravidez.

A fer­ra­men­ta foi elab­o­ra­da pela estu­dante Thais Rangel, quan­do fazia doutora­do no Insti­tu­to de Nutrição Josué de Cas­tro da UFRJ. Atual­mente, ela faz pós-doutora­do no Canadá. Thaís expli­cou à Agên­cia Brasil que o aplica­ti­vo (app) é um pro­du­to do pro­je­to que vin­ha sendo toca­do des­de 2005 por Gilber­to Kac, pro­fes­sor tit­u­lar do insti­tu­to, tam­bém coor­de­nador do Obser­vatório de Epi­demi­olo­gia Nutri­cional da uni­ver­si­dade.

A ideia era cri­ar um instru­men­to novo para mon­i­torar o gan­ho de peso na ges­tação para ser usa­do no Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS). No ano pas­sa­do, o pro­fes­sor con­seguiu colo­car na cader­ne­ta das ges­tantes as novas cur­vas de gan­ho de peso gesta­cional. “A gente está falan­do de cin­co mil­hões de ges­tantes que são avali­adas anual­mente”, desta­cou Gilber­to Kac, à Agên­cia Brasil. As cur­vas foram pub­li­cadas em 2011 e sub­stituem os parâmet­ros ante­ri­ores, que eram chilenos e amer­i­canos e, por­tan­to, não adap­ta­dos para a real­i­dade brasileira.

Os pesquisadores defini­ram tam­bém, den­tro do pro­je­to, as novas recomen­dações de gan­ho de peso das mul­heres brasileiras, a par­tir de evidên­cias cien­tí­fi­cas e de dis­cussão com espe­cial­is­tas e rep­re­sen­tantes do Min­istério da Saúde. “Com base nes­sas duas fas­es – cur­vas e recomen­dações, a gente criou esse instru­men­to para mon­i­torar o gan­ho de peso durante a ges­tação”, disse Thaís. Em um primeiro momen­to, a ideia era que o aplica­ti­vo fos­se uti­liza­do ape­nas por profis­sion­ais de saúde. Em segui­da, decidi­ram esten­der o uso do aplica­ti­vo tam­bém para as ges­tantes.

Aplicativo da UFRJ para acompanhamento de peso de gestantes. Foto: PesoGestBR
Repro­dução: Aplica­ti­vo da UFRJ para acom­pan­hamen­to de peso de ges­tantes. Foto: Peso­Gest­BR — Peso­Gest­BR

Orientações

O aplica­ti­vo per­mite que a ges­tante mon­i­tore o seu gan­ho de peso a cada sem­ana, usan­do a cur­va para acom­pan­hamen­to nutri­cional que ela rece­ba infor­mações se o seu peso está ade­qua­do ou não, de acor­do com as recomen­dações, além de algu­mas ori­en­tações bási­cas sobre ali­men­tação e nutrição, baseadas no Guia Ali­men­tar da Pop­u­lação Brasileira.

Thaís Mendes esclare­ceu que o aplica­ti­vo não sub­sti­tui o acom­pan­hamen­to pré-natal. “A ideia era que fos­se ape­nas uma fer­ra­men­ta que per­mi­tisse empoder­ar a ges­tante, para que con­seguisse acom­pan­har seu peso”. A fer­ra­men­ta é toda offline, não armazena os dados da ges­tante em lugar nen­hum, pen­san­do na pro­teção de dados e em éti­ca em pesquisa. “Mas que fos­se uma pos­si­bil­i­dade de ela ter os seus dados em um celu­lar ou tablet e pudesse se acom­pan­har”. Quan­do está fora de peso, ela recebe um avi­so para procu­rar o profis­sion­al de saúde que está fazen­do o seu acom­pan­hamen­to pré-natal e con­ver­sar com ele sobre isso.

Foram intro­duzi­das várias fun­cional­i­dades no aplica­ti­vo para facil­i­tar seu uso. Uma delas per­mite que a ges­tante pos­sa, por exem­p­lo, acom­pan­har uma ami­ga e com­parar os dados das duas. “Ela pode acres­cen­tar mais de uma pes­soa no aplica­ti­vo. Se ela tiv­er mais de uma ges­tação, con­segue tam­bém con­tin­uar usan­do o app”. Thaís men­cio­nou que, ao mes­mo tem­po, essas fun­cional­i­dades per­mitem que a fer­ra­men­ta seja uti­liza­da pelo profis­sion­al de saúde tam­bém. “Aí, pas­sa a ser respon­s­abil­i­dade dele os dados da ges­tante que ele está guardan­do no seu celu­lar. A gente não tem juris­dição sobre isso”, desta­cou a pesquisado­ra.

O app aca­ba de ser paten­tea­do pela Ino­va UFRJ, núcleo de ino­vação tec­nológ­i­ca que cui­da de toda a políti­ca de ino­vação da uni­ver­si­dade. “A agên­cia de ino­vação foi fun­da­men­tal para que pudésse­mos faz­er toda a doc­u­men­tação desse aplica­ti­vo. A Ino­va nos deu esse suporte, tan­to de reg­istro de patente do códi­go, como da parte jurídi­ca. Graças à Ino­va, a gente con­seguiu faz­er uma parte jurídi­ca impor­tante para poder colo­car o aplica­ti­vo nas lojas da Google e da Apple”, disse Thaís. O app está disponív­el para sis­temas Android e IOS.

Atualizações

Segun­do o pro­fes­sor Gilber­to Kac, o aplica­ti­vo tem impacto na políti­ca de saúde porque envolve, sobre­tu­do, novas recomen­dações de acom­pan­hamen­to e de gan­ho de peso e resul­tou de um lon­go perío­do de estu­do. No entan­to, o app pre­cisa sofr­er atu­al­iza­ções con­stantes quan­do ocor­rem mudanças nos sis­temas Android e IOS.

“Hoje, a gente não tem como man­ter o aplica­ti­vo atu­al­iza­do por muito tem­po, porque não tem recur­sos do pro­je­to para isso”. Para ele, se o Min­istério da Saúde encam­par a fer­ra­men­ta e pas­sar a gerir o aplica­ti­vo, “será muito bom”. O endos­so da pas­ta aumen­taria muito a dis­sem­i­nação do instru­men­to, reforçou.

O pro­fes­sor infor­mou que a cader­ne­ta da ges­tante já tem as novas cur­vas brasileiras des­de maio de 2022. De acor­do com Thaís Mendes, o Min­istério da Saúde está tra­bal­han­do para que as cur­vas entrem no pron­tuário eletrôni­co até o final deste ano.

No ano que vem, o órgão deve ofer­e­cer uma capac­i­tação para profis­sion­ais de saúde da rede “e deve­mos incluir o aplica­ti­vo nes­sa capac­i­tação”. Segun­do Thaís, a ideia é que o app seja mais uma fonte pos­sív­el, além do pron­tuário eletrôni­co, para o profis­sion­al de saúde usar as cur­vas na práti­ca, com as ges­tantes.

Edição: Maria Clau­dia

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