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Um em cada dez estudantes brasileiros cursa ensino profissional

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Número é inferior à média dos países da OCDE


Pub­li­ca­do em 12/09/2023 — 06:33 Por Mar­i­ana Tokar­nia — Repórter da Agên­cia Brasil  — Rio de Janeiro

No Brasil, pelo menos um em cada dez estu­dantes, ou seja, 11% daque­les com idade entre 15 e 24 anos, fazem cur­sos profis­sion­al­izantes. Esse número é infe­ri­or à média dos país­es da Orga­ni­za­ção para a Coop­er­ação e Desen­volvi­men­to Econômi­co (OCDE), que varia de 35% entre os estu­dantes de 15 a 19 anos a 65% entre aque­les com 20 a 24 anos. Os dados são do relatório Edu­ca­tion at a Glance 2023, lança­do nes­ta terça-feira (12), que reúne dados da edu­cação dos país­es-mem­bros da OCDE e de país­es par­ceiros, como o Brasil.  

O foco do relatório deste ano é a edu­cação profis­sion­al, con­sideran­do o “mín­i­mo necessário para uma par­tic­i­pação bem-suce­di­da no mer­ca­do de tra­bal­ho”, de acor­do com o estu­do.

No Brasil, a edu­cação profis­sion­al e tec­nológ­i­ca é uma modal­i­dade pre­vista na Lei de Dire­trizes e Bases da Edu­cação Nacional (LDB), com o obje­ti­vo de preparar para o exer­cí­cio das profis­sões e para a inserção no mer­ca­do de tra­bal­ho. Essa modal­i­dade pode ser cur­sa­da jun­to com a edu­cação de jovens e adul­tos (EJA), o ensi­no médio ou após a con­clusão da eta­pa esco­lar.

De acor­do com o relatório, a edu­cação profis­sion­al varia bas­tante de país para país. Exis­tem, no entan­to, car­ac­terís­ti­cas comuns que con­tribuem para uma edu­cação profis­sion­al de qual­i­dade. “Uma das mais impor­tantes é a inclusão da apren­diza­gem basea­da no tra­bal­ho. Isso ofer­ece muitas van­ta­gens, inclu­sive per­mi­tir que os alunos apliquem suas habil­i­dades em um ambi­ente práti­co e facil­i­tar a tran­sição da esco­la para o tra­bal­ho”, diz a OCDE.

Emb­o­ra a edu­cação profis­sion­al seja impor­tante na tran­sição da esco­la para o mun­do do tra­bal­ho, os dados mostram que, em toda a OCDE, menos da metade (44%) de todos os estu­dantes do ensi­no médio está matric­u­la­da no ensi­no profis­sion­al. Em alguns país­es, como a Repúbli­ca Tcheca e os País­es Baixos, esse per­centu­al sobe para mais de dois terços. “Ape­sar dessa ele­va­da por­cent­agem, os pro­gra­mas profis­sion­ais em muitos país­es ain­da são vis­tos como últi­mo recur­so”, diz o tex­to.

No Brasil, de acor­do com os dados da OCDE, 11% daque­les que têm de 15 a 19 anos cur­sam o ensi­no profis­sion­al. O mes­mo índice, 11%, com idade entre 20 e 24 anos, está matric­u­la­do ness­es cur­sos. A por­cent­agem de matrícu­las no Brasil ness­es cur­sos chega a ser quase seis vezes menor do que a da média dos país­es da orga­ni­za­ção, con­sid­er­a­da a faixa de 20 a 24 anos.

Formação

As taxas de con­clusão do ensi­no profis­sion­al jun­to com o ensi­no médio são semel­hantes à média da OCDE. No Brasil, 62% dos estu­dantes con­cluem o ensi­no profis­sion­al den­tro do pra­zo esper­a­do e 70% con­cluem após mais dois anos. Em média, entre país­es da OCDE e out­ros par­tic­i­pantes com dados disponíveis, 62% dos estu­dantes do ensi­no profis­sion­al con­cluem os estu­dos no tem­po esper­a­do e 73% den­tro de mais dois anos.

O relatório mostra ain­da que, em média, entre os país­es da OCDE, 14% dos jovens adul­tos não con­cluíram sequer o ensi­no médio.

O Brasil tem ain­da alta taxa de jovens que não estu­dam e nem tra­bal­ham, os chama­dos nem-nem. Em média, nos país­es da OCDE, 14,7% dos jovens adul­tos com idade entre 18 e 24 anos não estu­dam, não tra­bal­ham nem seguem qual­quer for­mação, enquan­to no Brasil o índice cor­re­spon­dente é de 24,4%.

“A redução das taxas de nem-nem entre os jovens adul­tos é um desafio par­tic­u­lar­mente impor­tante em todos os país­es, porque aque­les que se tor­nam nem-nem enfrentam piores resul­ta­dos no mer­ca­do de tra­bal­ho mais tarde na vida do que os seus pares que per­manece­r­am no ensi­no ou for­mação nes­ta idade”, diz o relatório.

As taxas são mais ele­vadas entre as mul­heres. No Brasil, 30% das mul­heres de 18 a 24 anos são nem-nem, enquan­to 18,8% dos home­ns estão nes­sa situ­ação. As taxas médias de nem-nem de jovens de 18 a 24 anos para mul­heres e home­ns nos país­es da OCDE são, respec­ti­va­mente, de 14% e 15%.

Education at a Glance

O relatório Edu­ca­tion at a Glance reúne infor­mações sobre o esta­do da edu­cação em todo o mun­do. Fornece dados sobre estru­tu­ra, finanças e o desem­pen­ho dos sis­temas educa­tivos nos país­es da OCDE e em país­es can­didatos e par­ceiros da orga­ni­za­ção. A edição de 2023 cen­tra-se no ensi­no e for­mação profis­sion­al. A edição inclui tam­bém um novo capí­tu­lo — Garan­tir a apren­diza­gem con­tínua aos refu­gia­dos ucra­ni­anos — que apre­sen­ta os resul­ta­dos de pesquisa fei­ta este ano, que col­heu dados sobre as medi­das tomadas pelos país­es da orga­ni­za­ção para inte­grar os refu­gia­dos ucra­ni­anos nos seus sis­temas educa­tivos.

Edição: Graça Adju­to

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