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Um terço dos aprovados no CNU são pessoas negras, indígenas e PCD

Homens ficaram com 63% das vagas disponibilizadas

Daniel­la Almei­da — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 04/02/2025 — 19:30
Brasília
Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo
Repro­dução: © Rove­na Rosa/Agência Brasil/Arquivo

Os primeiros dados de per­fis de can­didatos e can­di­datas aprova­dos no Con­cur­so Públi­co Nacional Unifi­ca­do (CNU) mostram que cer­ca de um terço são pes­soas negras, indí­ge­nas e pes­soas com defi­ciên­cia (PCD).

O cer­tame tam­bém reg­is­tra brasileiros aprova­dos em todos os 26 esta­dos, mais o Dis­tri­to Fed­er­al para as 6.640 vagas disponi­bi­lizadas em 21 órgãos da admin­is­tração públi­ca fed­er­al.

As infor­mações foram divul­gadas pelo Min­istério da Gestão e da Ino­vação em Serviços Públi­cos (MGI) na tarde des­ta terça-feira (4), após os resul­ta­dos indi­vid­u­ais de todos os can­didatos terem sido disponi­bi­liza­dos na man­hã des­ta terça-feira..

Para a min­is­tra da Gestão e da Ino­vação em Serviços Públi­cos, Esther Dweck, o com­pro­mis­so do primeiro CNU ser democráti­co e inclu­si­vo foi cumpri­do. “A lóg­i­ca da democ­ra­ti­za­ção, de ter mais diver­si­dade no serviço públi­co, con­seguir ter servi­dores públi­cos com a cara do Brasil. Esse era o nos­so grande obje­ti­vo com esse con­cur­so e con­seguimos cumprir.”

Em entre­vista cole­ti­va, Esther Dweck, adiantou que, em breve, o MGI anun­cia­rá a segun­da edição do Con­cur­so Públi­co Nacional Unifi­ca­do.

Ações afirmativas

O MGI desta­cou que o CNU trará diver­si­dade ao serviço públi­co pelo per­fil dos aprova­dos. Os dados mostram que as pes­soas autode­clar­adas negras foram 18,8% e, ago­ra, são 24,5% dos aprova­dos.

Os can­didatos autode­clar­a­dos indí­ge­nas eram 0,46% dos inscritos no CNU e chegaram a 2,29% dos aprova­dos.

Já as pes­soas com defi­ciên­cia somaram 2,06% das inscrições con­fir­madas e os aprova­dos com este per­fil alcançaram 6,79% do total.

A min­is­tra reforçou a importân­cia das ações afir­ma­ti­vas e de inclusão tam­bém a par­tir dos con­cur­sos públi­cos para a trans­for­mação do esta­do brasileiro. Esther Dweck evi­den­ciou que hou­ve aprovação para todas as vagas disponíveis para cotas afir­ma­ti­vas. “A cota já nos dá um piso [mín­i­mo de vagas], o que é muito impor­tante. Mas fomos além dis­so, inclu­sive em com­para­ção a pro­porção de inscritos, sem con­tar o cadas­tro de reser­va, que tem uma pro­porção impor­tante.”

Gênero

Quan­do con­sid­er­a­dos os dados de gênero dos can­didatos aprova­dos, 63% são do gênero mas­culi­no e de 37% são mul­heres. Ape­sar do dese­qui­líbrio nos gêneros dos aprova­dos, a min­is­tra Dueck desta­ca que, se com­para­do a out­ros con­cur­sos, o CNU reg­istrou maior número de mul­heres aprovadas que out­ros cer­tames.

A min­is­tra do MGI lem­brou, ain­da, que mes­mo que o per­centu­al de inscritos no proces­so sele­ti­vo ten­ha sido maior entre as mul­heres, as can­di­datas tam­bém rep­re­sen­taram a maior taxa de não com­parec­i­men­to no dia da pro­va, em 18 de agos­to.

A gesto­ra expli­ca que na divisão dos blo­cos temáti­cos, no entan­to, o blo­co 5, com­pos­to de car­reiras públi­cas rela­cionadas à edu­cação, saúde, desen­volvi­men­to social e dire­itos humanos, as mul­heres equiv­alem a 60,3% das vagas e os home­ns, 39,7%.

Na out­ra pon­ta, o blo­co 2, de tec­nolo­gia, dados e infor­mação, os aprova­dos são, em sua maio­r­ia, do sexo mas­culi­no (91,6%).

De acor­do com a min­is­tra, este é um reflexo da real­i­dade da sociedade brasileira. “Há uma baixa par­tic­i­pação de mul­heres nes­tas áreas, assim como nas áreas dos setores econômi­cos de reg­u­lação que, his­tori­ca­mente, tam­bém, é baixa a par­tic­i­pação de mul­heres, seja nos cur­sos de grad­u­ação, seja, tam­bém, no mer­ca­do de tra­bal­ho. Isso se refletiu aqui [no con­cur­so] tam­bém”, realçou a min­is­tra.

Localidades

Os aprova­dos no chama­do Enem dos Con­cur­sos são de 908 municí­pios brasileiros. A min­is­tra comem­o­rou a decisão toma­da no momen­to de elab­o­ração des­ta primeira edição do CNU de inte­ri­orizar o con­cur­so, a par­tir da apli­cação das provas obje­ti­vas e dis­ser­ta­ti­vas em 218 municí­pios de todas as 27 unidades da fed­er­ação. A min­is­tra tam­bém comen­tou o porte dos municí­pios. “Lem­bran­do que municí­pios aci­ma de 200 mil [habi­tantes] são pouco mais de cem [102, de acor­do com o Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca – IBGE]. Então, ter 908 municí­pios sig­nifi­ca o con­cur­so pegou pes­soas de municí­pios médios, tam­bém, e talvez pequenos.”

Entre os can­didatos aprova­dos, 26% são da Região Nordeste. A região Norte abri­ga 5,6% dos aprova­dos. Jun­tas, as duas regiões somam 31,6% dos aprova­dos. O Cen­tro-oeste tem 25,6% dos aprova­dos, destaque para os can­didatos do Dis­tri­to Fed­er­al, que teve a maior par­tic­i­pação no con­cur­so e a menor taxa de evasão. O Sud­este – região mais pop­u­losa do país – reg­is­tra 32,9%, aprox­i­mada­mente um terço dos aprova­dos no cer­tame. Por fim, o Sul reg­istrou 9,8% dos quais 4,4% são aprova­dos do Rio Grande do Sul.

A unidade da fed­er­ação com o maior per­centu­al de aprova­dos é o Dis­tri­to Fed­er­al, com 20,12%, segui­do por e Rio de Janeiro, 11,3%. Na sequên­cia, apare­cem São Paulo, com 10,44% dos aprova­dos; e Minas Gerais, 9,32%.

Faixa etária

Um em cada sete aprova­dos no con­cur­so unifi­ca­do tem entre 25 e 40 anos. Se con­sid­er­a­da a faixa etária entre 25 a 35 anos, este grupo equiv­ale a 46% dos aprova­dos.

A análise ini­cial do gov­er­no fed­er­al é que essa dis­tribuição etária seria fru­to do repre­sa­men­to, ou seja, da ausên­cia de con­cur­sos públi­cos fed­erais na últi­ma déca­da. “Quem se for­mou dez anos atrás tin­ha expec­ta­ti­va de virar servi­dor públi­co e não hou­ve con­cur­so neste tem­po. Eles pud­er­am faz­er só o con­cur­so ago­ra. Então, hou­ve uma con­cen­tração bas­tante rel­e­vante [de can­didatos] entre 30 e 35 anos. E tem a faixa de 25 a 30, que é nor­mal­mente de pes­soas recém-for­madas que estão ingres­san­do no mer­ca­do de tra­bal­ho”, anal­isou a min­is­tra.

Opções de cargos

Por últi­mo, o MGI apon­ta que 76,8% dos aprova­dos con­quis­taram vaga em uma de suas três opções de car­gos indi­cadas no momen­to de inscrição do cer­tame, no primeiro semes­tre de 2024.

Os per­centu­ais de aprova­dos estão dis­tribuí­dos da seguinte for­ma:

·         47,97% foram aprova­dos para a primeira opção de car­go fei­ta e, por­tan­to, estes aprova­dos não farão parte de qual­quer cadas­tro reser­va do con­cur­so;

·         17,45% foram aprova­dos na segun­da opção de car­go;

·         11,39% aprova­dos na ter­ceira opção.

O MGI con­sid­era que estes resul­ta­dos podem indicar com­pro­mis­so com a futu­ra car­reira e sat­is­fação no tra­bal­ho. “Mui­ta gente está bem con­tem­pla­da com suas escol­has. Então, essa metade que já está bem sat­is­fei­ta não vai quer­er mudar de profis­são, de car­reira depois dessa roda­da”, pre­vê a min­is­tra.

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