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UNE discute estratégias de comunicação contra extrema-direita

Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Debate ocorreu durante a 13ª Bienal da UNE


Pub­li­ca­do em 04/02/2023 — 17:51 Por Vladimir Platonow — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A dis­pu­ta políti­ca que visa bar­rar a extrema-dire­i­ta no país pas­sa pela comu­ni­cação e as redes soci­ais. Essa foi a con­clusão de espe­cial­is­tas, durante a 13ª Bien­al da União Nacional dos Estu­dantes (UNE), neste sába­do (4), no Rio de Janeiro. O encon­tro foi real­iza­do no pré­dio da Fundição Pro­gres­so, nos Arcos da Lapa.

O deputado federal (Avante-MG), André Janones fala durante debate sobre comunicação na Bienal da Une, no Rio de Janeiro
Repro­dução: André Janones diz que democ­ra­cia corre riscos — Tomaz Silva/Agência Brasil

“A dis­pu­ta que está em cur­so é a de nar­ra­ti­vas. Infe­liz­mente, a nos­sa democ­ra­cia corre riscos, sim. E a gente pre­cisa, para enfrentar esse debate, enten­der isso”, argu­men­tou o dep­uta­do fed­er­al André Janones (Avante-MG).

O dep­uta­do acres­cen­tou que “nada é mais essen­cial do que a comu­ni­cação, que é um tema trans­ver­sal, que tra­bal­ha e toca nas emoções das pes­soas”. “Os nos­sos estu­dantes estão ante­na­dos para isso. É a juven­tude, tam­bém através das redes soci­ais, que vai for­t­ale­cer a comu­ni­cação para a gente vencer essa batal­ha”, acres­cen­tou o dep­uta­do.

A jornalista integrante do Fórum Nacional de comunicação (FNDC), Renata Mielli fala durante debate sobre comunicação na Bienal da Une, no Rio de Janeiro
Repro­dução: Repro­dução: Rena­ta Miel­li diz que extrema-dire­i­ta não foi der­ro­ta­da no Brasil — Tomaz Silva/Agência Brasil

Visão semel­hante tem a jor­nal­ista e pesquisado­ra em comu­ni­cação Rena­ta Miel­li, ex-coor­de­nado­ra-ger­al do Fórum Nacional pela Democ­ra­ti­za­ção da Comu­ni­cação (FNDC). Para ela, a der­ro­ta do bol­sonar­is­mo nas urnas não sig­nifi­ca o fim do extrem­is­mo políti­co.

“No dia 30 de out­ubro, a gente der­ro­tou o Bol­sonaro, mas nós não der­ro­ta­mos a extrema-dire­i­ta no Brasil. E qual­quer dis­cussão que a gente ten­ha que faz­er hoje sobre comu­ni­cação, econo­mia ou infraestru­tu­ra, tem que par­tir des­ta real­i­dade. É neste con­ceito que a gente tem que enten­der o debate da comu­ni­cação hoje. Porque nós não der­ro­ta­mos uma extrema-dire­i­ta que tomou con­ta dos corações e mentes de uma grande parcela da pop­u­lação do nos­so país”, adver­tiu Rena­ta.

Segun­do Rena­ta Miel­li, é necessário inves­ti­men­to no sis­tema públi­co de comu­ni­cação: “Garan­tir a com­ple­men­tariedade do sis­tema públi­co, pri­va­do e estatal, pre­vis­to na Con­sti­tu­ição. For­t­ale­cer a Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação. Pre­cisamos for­t­ale­cer a comu­ni­cação públi­ca em nos­so país. For­t­ale­cer as rádios comu­nitárias, a mídia alter­na­ti­va. A comu­ni­cação é um dire­ito”.

Infraestrutura

O historiador e youtuber Jones Manoel fala durante debate sobre comunicação na Bienal da Une, no Rio de Janeiro
Repro­dução: His­to­ri­ador e youtu­ber Jones Manoel  — Tomaz Silva/Agência Brasil

Para o his­to­ri­ador e youtu­ber Jones Manoel, que tam­bém par­ticipou do debate, é pre­ciso pen­sar e inve­stir em um sis­tema de infor­máti­ca e comu­ni­cação nacional, que torne o país inde­pen­dente dos grandes con­glom­er­a­dos dig­i­tais estrangeiros, que atual­mente deci­dem e mod­u­lam, por algo­rit­mos próprios, o dis­cur­so nas redes.

“Um pro­gra­ma de comu­ni­cação em que a infraestru­tu­ra téc­ni­ca, o proces­sa­men­to e a posse dos dados fiquem no Brasil, a par­tir de um con­t­role democráti­co com pro­tag­o­nis­mo de empre­sas públi­cas”, defend­eu.

Ele acres­cen­tou que o aces­so à inter­net gera infor­mações que são proces­sadas por empre­sas estrangeiras. “Toda vez que a gente aces­sa a inter­net, está pro­duzin­do bil­hões de dados, sobre gos­tos, tendên­cias com­er­ci­ais e políti­cas. Isso não pode ser proces­sa­do por empre­sas estrangeiras, à serviço de out­ros gov­er­nos”, disse Jones.

Edição: Kel­ly Oliveira

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