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União de agremiações defende parque industrial do carnaval

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Fenasamba realiza Assembleia Geral Anual neste fim de semana


Pub­li­ca­do em 07/10/2023 — 08:15 Por Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A imen­sa var­iedade de mate­ri­ais necessários para mon­tar fan­tasias, adereços e out­ros ele­men­tos que encan­tam o públi­co nos sam­bó­dro­mos do país movi­men­ta um mer­ca­do que hoje depende fre­quente­mente de impor­tações, muitas vezes atre­ladas ao dólar. Para o pres­i­dente da Fed­er­ação Nacional das Esco­las de Sam­ba (Fenasam­ba), Kax­i­tu Ricar­do Cam­pos, a solução pode estar no fomen­to a um par­que indus­tri­al volta­do a aten­der essa enorme, per­ma­nente e col­ori­da deman­da. 

De acor­do com Cam­pos, esse é um dos temas em que será pre­ciso avançar durante a Assem­bleia Ger­al Anu­al da Fenasam­ba, que será real­iza­da neste fim de sem­ana na Cidade do Sam­ba, no Rio de Janeiro.  A pro­pos­ta de garan­tir a cri­ação de um par­que indus­tri­al para pro­dução dos mate­ri­ais usa­dos na preparação do car­naval das agremi­ações foi lança­da des­de a cri­ação da Fenasam­ba, em 2017. “Às vezes, tem que com­prar na Chi­na, porque não tem no Brasil. Se com­pra em dólar, fica mais caro. Fica uma roda gigante que vai giran­do, e a gente com cada vez mais difi­cul­dades”.

A fil­i­ação nacional de esco­las de sam­ba e blo­cos car­navale­scos tradi­cionais do Brasil em uma enti­dade se propõe a con­tribuir com o avanço de políti­cas públi­cas para o setor. Fun­da­da em 15 de jul­ho de 2017, a Fenas­sam­ba reúne 87 lig­as e agremi­ações car­navalescas de todo o país, rep­re­sen­tan­do mais de 1.000 blo­cos temáti­cos e esco­las de sam­ba. Atual­mente, a fed­er­ação rep­re­sen­ta esco­las de sam­ba e blo­cos em 18 esta­dos.

“Na ver­dade, nós somos uma con­fed­er­ação, e a gente recebe a fil­i­ação das lig­as basi­ca­mente munic­i­pais, porque o car­naval é orga­ni­za­do nas cidades. A gente rep­re­sen­ta do pon­to de vista políti­co o seg­men­to car­navale­sco e faz um diál­o­go com as instân­cias fed­erais para a cri­ação de políti­cas públi­cas para o car­naval”, expli­ca Cam­pos.

Segun­do Cam­pos, a ideia de união, orga­ni­za­ção e de um pen­sa­men­to nacional sobre as esco­las de sam­ba surgiu em 2013. Naque­le momen­to, hou­ve uma audiên­cia públi­ca na Câmara dos Dep­uta­dos para dis­cu­tir a econo­mia do car­naval.

“A maio­r­ia das ações que a gente tem con­segui­do andou por causa do Con­gres­so, des­de a cri­ação da Fenasam­ba. A Câmara dos Dep­uta­dos provo­cou o gov­er­no fed­er­al, que par­ticipou e mon­tou um grupo de tra­bal­ho, e em 2016, o gov­er­no caiu [impeach­ment da pres­i­dente Dil­ma Rouss­eff] e a gente perdeu com­ple­ta­mente a relação com o Exec­u­ti­vo. A par­tir daí foi só a relação com o Par­la­men­to. Em 2023, a gente voltou a se rela­cionar com o gov­er­no fed­er­al”, lem­bra Cam­pos.

Um exem­p­lo de políti­ca públi­ca de impacto pos­i­ti­vo para o setor apon­ta­do por Cam­pos foi a sanção, em maio deste ano, pelo pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, da lei que recon­heceu des­files, músi­ca, práti­cas e tradições das esco­las de sam­ba como man­i­fes­tação da cul­tura nacional. De acor­do com a leg­is­lação, o poder públi­co tem que garan­tir a livre ativi­dade das esco­las e a real­iza­ção dos des­files.

Na visão do pres­i­dente da Fenasam­ba, a sanção da lei foi uma con­quista com apoio políti­co da fed­er­ação. O diri­gente lem­brou ain­da que nas leis emer­gen­ci­ais Paulo Gus­ta­vo e Aldir Blanc, cri­adas para reduzir os efeitos econômi­cos e soci­ais decor­rentes da pan­demia da covid-19 no setor cul­tur­al, ini­cial­mente deixaram de fora as esco­las de sam­ba.

“Não eram pen­sadas para o seg­men­to do car­naval. Em 2021 não teve des­file, mas as esco­las de sam­ba têm ativi­dades e pre­cisam viv­er. A gente fez uma inter­locução para que tivesse um pará­grafo [na lei] que pudesse con­tem­plar as esco­las de sam­ba. Na época foi incluí­do, as esco­las con­seguiram, a Liesa inclu­sive fez lives com aportes da [Lei] Aldir Blanc e out­ras lig­as como aqui de São Paulo”, lem­bra o pres­i­dente da Fenasam­ba, acres­cen­tan­do que a fed­er­ação tam­bém par­ticipou da reg­u­la­men­tação da Lei Paulo Gus­ta­vo, para que as esco­las de sam­ba pudessem ser con­tem­pladas como qual­quer out­ra man­i­fes­tação cul­tur­al do país.

“Uma coisa é o des­file da esco­la de sam­ba, que nor­mal­mente são ações que têm recur­sos porque o car­naval impacta nas cidades. Mas as esco­las de sam­ba têm uma série de out­ros tra­bal­hos que pre­cisam de apoio. Na cabeça das pes­soas parece que as esco­las fun­cionam só para os des­files, mas tam­bém são um organ­is­mo cul­tur­al e social vivo, que faz ativi­dades”.

O pres­i­dente da Fenasam­ba disse que, como a capi­lar­i­dade do car­naval é muito grande, tem bus­ca­do entendi­men­tos com a Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC) para a trans­mis­são de even­tos do setor.

“Um dos maiores car­navais do Brasil é em Corum­bá, na fron­teira com a Bolívia. A gente tem dialo­ga­do e a EBC tem aber­to um canal de con­ver­sa com a gente. [Já] Trans­mi­tiu vários des­files este ano. Da nos­sa parte, as pes­soas têm acom­pan­hado muito”.

Temas

Na Assem­bleia Ger­al Anu­al deste ano serão dis­cu­ti­dos temas como mer­ca­do e opor­tu­nidades para o profis­sion­al do car­naval 365 dias; exper­iên­cias car­navalescas na gestão públi­ca e des­files das esco­las de sam­ba e o tur­is­mo.

Além de car­navale­scos e jor­nal­is­tas, par­tic­i­pam dos debates par­la­mentares e rep­re­sen­tantes do gov­er­no fed­er­al. Estão pre­vis­tas as pre­senças do asses­sor da Sec­re­taria-Exec­u­ti­va do Min­istério da Cul­tura, Yuri Soares; do dire­tor de Políti­cas para os Tra­bal­hadores da Cul­tura do Min­istério da Cul­tura, Derek San­tana; e do coor­de­nador de atenção à pop­u­lação negra do Min­istério da Saúde, Mar­cos Mor­eira da Cos­ta.

No primeiro dia da Assem­bleia Ger­al Anu­al da Fenasam­ba, às 16h30 vai ocor­rer a eleição para a ren­o­vação da dire­to­ria exec­u­ti­va da enti­dade para o triênio 2023–2025. No dia seguinte será fei­ta a entre­ga do Grande Prêmio do Car­naval Brasileiro 2023, nas cat­e­go­rias Ben­eméri­ta da Folia, Musa Cidadã, Social Nota 10, Mestre da Admin­is­tração, Bam­bas do Sam­ba (M), Bam­bas do Sam­ba (F), Resistên­cia Car­navalesca, às 16h. A Portela será uma das hom­e­nageadas com o Prêmio Resistên­cia Car­navalesca pelo seu cen­tenário.

Edição: Vini­cius Lis­boa

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