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União de esforços busca conter incêndio na Serra dos Órgãos, no Rio

Repro­dução: © Divulgação/Parnaso/Todos Dire­itos Reser­va­dos

Clima seco, relevo e fortes ventos facilitam disseminação do fogo


Publicado em 15/09/2024 — 13:31 Por Léo Rodrigues ‑Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Uma união de esforços bus­ca con­ter incên­dios que atingem o Par­que Nacional da Ser­ra dos Órgãos (Par­na­so), na região ser­rana do Rio de Janeiro. Segun­do a unidade de con­ser­vação, que abrange áreas dos municí­pios de Guapimir­im, Magé, Petrópo­lis e Teresópo­lis,  as chamas atingem locais de difí­cil aces­so.

Informe divul­ga­do nesse sába­do (14) pela admin­is­tração, por meio de suas redes soci­ais, esclarece que a oper­ação mobi­liza o Cor­po de Bombeiros e brigadis­tas do próprio par­que, do Insti­tu­to Brasileiro do Meio Ambi­ente e dos Recur­sos Nat­u­rais Ren­ováveis (Iba­ma) e ain­da do Par­que Nacional da Tiju­ca. Ima­gens gravadas por drones tam­bém foram com­par­til­hadas, mostran­do a exten­são dos focos e a inten­si­dade da fumaça.

De acor­do com a unidade de con­ser­vação, dev­i­do à difi­cul­dade de aces­so, uma equipe espe­cial­iza­da pre­cisou subir a mon­tan­ha para faz­er o recon­hec­i­men­to da situ­ação. “O plano ini­cial era lançar brigadis­tas por meio de helicóptero em locais onde o com­bate a pé fos­se viáv­el. No entan­to, essas condições não foram encon­tradas, impos­si­bil­i­tan­do o trans­porte. Um pesquisador que esta­va na área foi res­gata­do em segu­rança, rece­beu hidratação e foi trans­porta­do para a base sem com­pli­cações”, acres­cen­ta o informe.

O Par­que Nacional da Ser­ra dos Órgãos tem a maior rede de tril­has do Brasil. É tam­bém um dos locais mais bus­ca­dos para a práti­ca de esportes de mon­tan­ha, como escal­a­da, cam­in­ha­da e rapel. O Insti­tu­to Chico Mendes de Con­ser­vação da Bio­di­ver­si­dade (ICBM­Bio), que admin­is­tra o par­que, já pre­cisou mobi­lizar seus brigadis­tas em difer­entes ocasiões des­de o mês pas­sa­do.

O incên­dio atu­al atinge a área do Mor­ro do Cobiça­do e Ven­ta­nia. O fogo começou na noite de terça-feira (10) e propagou-se de for­ma mais inten­sa na sex­ta-feira (13). O cli­ma seco, o rele­vo da região e os fortes ven­tos facili­tam a dis­sem­i­nação do fogo. O aces­so à região atingi­da está restri­to e a unidade aler­ta que tril­has não devem ser real­izadas. “Essas regiões se tor­nam muito perigosas na pre­sença do fogo e pre­cisam ser iso­ladas para que o com­bate seja real­iza­do de for­ma segu­ra e efi­caz”.

Incêndios no Rio

Segun­do dados que con­stam em nota divul­ga­da pelo Cor­po de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) neste domin­go (15), mais de mil incên­dios flo­restais no esta­do foram extin­tos des­de a cri­ação do gabi­nete de crise na últi­ma quin­ta-feira (12). “A cor­po­ração atua, por ar e por ter­ra, no com­bate às ocor­rên­cias de fogo em veg­e­tação. O CBMERJ uti­liza drones com câmera tér­mi­ca para mon­i­tora­men­to das áreas afe­tadas, além de aeron­aves com capaci­dade para trans­porte de até 1.200 litros de água para ataque dire­to aos focos em locais de difí­cil aces­so”, diz o tex­to.

Dados do mon­i­tora­men­to por satélite feito pelo Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe) endos­sam as pre­ocu­pações no esta­do. As ima­gens cap­tadas da atmos­fera per­mitem mapear os maiores focos de queimadas. Des­de o iní­cio do ano, são 960 reg­istros. Já é o maior número de ocor­rên­cias em um úni­co ano des­de 2014, quan­do hou­ve 1.283 reg­istros. Somente em setem­bro, foram detec­ta­dos até o momen­to 255 focos de queimadas no esta­do. É o maior número reg­istra­do para o mês des­de 2011, quan­do hou­ve 504 ocor­rên­cias.

Serra dos Órgãos
Repro­dução: Ser­ra dos Órgãos — Arquivo/Flávio Varricchio/Ministério do Tur­is­mo

O exces­so de queimadas no Brasil vem resul­tan­do em que­da na qual­i­dade do ar em diver­sas regiões, geran­do pre­ocu­pações com a saúde da pop­u­lação. Nas últi­mas sem­anas, viralizaram nas redes soci­ais ima­gens que mostram pais­agens encober­tas por fumaça  em algu­mas cap­i­tais, como Brasília, São Paulo e Belo Hor­i­zonte. Isso tam­bém ocor­reu em municí­pios da região ser­rana do Rio de Janeiro, como Petrópo­lis e Teresópo­lis.

Espe­cial­is­tas têm apon­ta­do que os ecos­sis­temas ficam mais vul­neráveis a incên­dios em momen­tos de seca, como a que o país está enfrentan­do. Esse cenário pode estar sendo influ­en­ci­a­do por difer­entes fatores, como o aque­c­i­men­to glob­al impul­sion­a­do pela ação humana e pelos efeitos do fenô­meno climáti­co El Niño, segui­do da La Niña.

Ape­sar de o cli­ma seco deixar áreas de mata mais suscetíveis a queimadas, a origem delas está na maio­r­ia das vezes rela­ciona­da com o com­por­ta­men­to humano. Segun­do o Cor­po de Bombeiros do Rio de Janeiro, em 95% dos casos, as chamas começam pela ação do homem, seja de for­ma aci­den­tal ou mes­mo vol­un­tária. Já há inves­ti­gações aber­tas em diver­sos locais do país que apu­ram indí­cios de incên­dios crim­i­nosos. Prisões já foram real­izadas nos últi­mos dias, por exem­p­lo, nos esta­dos de São Paulo e de Goiás.

Edição: Graça Adju­to

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