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Valor da produção primária florestal aumenta 11,2% em 2023

Apesar de inferior a 2022, crescimento é recorde

Ana Cristi­na Cam­pos — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­da em 26/09/2024 — 10:02
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O açaí foi o produto da extração vegetal não madeireira brasileira com maior valor de produção no ano passado
© Gior­gio Venturieri/Embrapa

Em 2023, a pesquisa Pro­dução da Extração Veg­e­tal e da Sil­vi­cul­tura (PEVS 2023) reg­istrou pro­dução primária flo­re­stal em 4.924 municí­pios brasileiros, que, jun­tos, totalizaram R$ 37,9 bil­hões em val­or da pro­dução, o que rep­re­sen­tou um aumen­to de 11,2% em relação ao ano ante­ri­or. Esse cresci­men­to é infe­ri­or ao ver­i­fi­ca­do em 2022, que foi de 13,4%, porém rep­re­sen­ta um recorde no val­or da pro­dução do setor.

A pesquisa foi divul­ga­da nes­ta quin­ta-feira (26) pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE).

O val­or da pro­dução da sil­vi­cul­tura super­ou o da extração veg­e­tal, o que ocorre des­de o ano de 1998. Em 2023, hou­ve cresci­men­to de 13,6% no val­or da pro­dução da sil­vi­cul­tura e diminuição de R$ 132 mil na extração veg­e­tal. Em ter­mos pro­por­cionais, obser­va-se que a sil­vi­cul­tura aumen­tou 1,8% sua par­tic­i­pação no val­or da pro­dução primária flo­re­stal (83,6%) frente ao extra­tivis­mo veg­e­tal, que pas­sou a respon­der por 16,4% desse total.

A sil­vi­cul­tura é a explo­ração de flo­restas plan­tadas para fins com­er­ci­ais e o extra­tivis­mo veg­e­tal é a explo­ração dos recur­sos veg­e­tais nat­u­rais.

A par­tic­i­pação dos pro­du­tos madeireiros segue pre­pon­der­ante no setor sil­vi­cul­tur­al, rep­re­sen­tan­do 98,2% do val­or da pro­dução flo­re­stal. O con­jun­to dos pro­du­tos madeireiros com origem em áreas plan­tadas para fins com­er­ci­ais reg­istrou aumen­to de 15,4% no val­or da pro­dução, enquan­to naque­les decor­rentes da extração veg­e­tal o aumen­to foi de 0,5%. Ess­es resul­ta­dos rat­i­fi­cam a tendên­cia de cresci­men­to dos pro­du­tos madeireiros ori­un­dos da sil­vi­cul­tura e reg­is­tra-se uma esta­bil­i­dade nos da extração des­de 2021.

Entre os pro­du­tos madeireiros da sil­vi­cul­tura, hou­ve reg­istro de cresci­men­to do val­or da pro­dução em todos os gru­pos, sendo mais acen­tu­a­do na lenha, que aumen­tou 20,6%. O val­or da pro­dução da madeira des­ti­na­da à fab­ri­cação de papel e celu­lose cresceu 19,4%; do carvão veg­e­tal, 6,5%; e da madeira em tora para out­ras final­i­dades, 16,2%.

A extração veg­e­tal reg­istrou aumen­to no val­or ger­a­do em 2019 (6,8%), 2020 (5,8%) e 2021 (31,6%), porém, em 2022, reg­istrou redução de 0,3% e, em 2023, apre­sen­tou peque­na diminuição de R$ 132,0 mil em val­ores cor­rentes. Enquan­to os pro­du­tos madeireiros respon­dem pela quase total­i­dade do val­or da pro­dução da sil­vi­cul­tura (98,2%), na extração veg­e­tal esse grupo rep­re­sen­ta 64,2%, segui­do pelos ali­men­tí­cios (29,9%), ceras (3,6%), oleagi­nosos (1,6%) e out­ros (0,7%).

Entre os pro­du­tos extra­tivos não madeireiros, o açaí, com R$ 853,1 mil­hões, e a erva-mate, com R$ 589,6 mil­hões, são os pro­du­tos que mais ger­am val­or da pro­dução a preços cor­rentes. Entre o grupo de pro­du­tos ali­men­tí­cios, o açaí, a erva-mate, a cas­tan­ha-do-pará ou cas­tan­ha-do-brasil, o pequi (fru­to) e o pin­hão rep­re­sen­tam 46,0%, 31,8%, 9,3%, 3,5% e 3,3%, respec­ti­va­mente, do val­or da pro­dução nacional.

As regiões Sul e Sud­este con­cen­tram grande parte da pro­dução flo­re­stal do país. Jun­tas, respon­der­am por 69,1% do val­or total da pro­dução nacional. Con­sideran­do ape­nas o seg­men­to das flo­restas plan­tadas, esse val­or é ain­da mais con­cen­tra­do (79,7%). O esta­do de Minas Gerais con­tin­ua reg­is­tran­do o maior val­or da pro­dução para esse seg­men­to, atingin­do R$ 8,3 bil­hões em 2023, o que rep­re­sen­ta 26% do val­or da pro­dução nacional da sil­vi­cul­tura, segui­do pelo esta­do do Paraná, com R$ 5,1 bil­hões, 16% do total nacional.

A área esti­ma­da de flo­restas plan­tadas total­i­zou 9,7 mil­hões de hectares, dos quais 68,8% encon­travam-se nas regiões Sul e Sud­este. Estavam plan­ta­dos no Brasil 7,6 mil­hões de hectares de eucalip­to e 1,8 mil­hão de hectares de pinus. As áreas com cober­tu­ra de eucalip­to cor­re­spon­der­am a 78,1% das flo­restas plan­tadas para fins com­er­ci­ais no país. Enquan­to 44,7% das áreas de eucalip­to con­cen­traram-se na Região Sud­este, obser­vou-se pre­dom­inân­cia de flo­restas de pinus, cor­re­spon­dentes a 85,5%, na Região Sul.

“No Sud­este, o destaque é a plan­tação de eucalip­to. No Sul, a pre­dom­inân­cia é de pinus. No Nordeste, a gente tem o extra­tivis­mo madeireiro e o grupo de ali­men­tí­cios e ceras. No Norte, a gente tem extra­tivis­mo madeireiro e a pro­dução de açaí. E no Cen­tro-Oeste, a gente tem tan­to as plan­tações de eucalip­to quan­to o extra­tivis­mo madeireiro”, disse Car­los Alfre­do Guedes, ger­ente de Agri­cul­tura do IBGE.

Silvicultura

“Ver­i­fi­cou-se, em 2023, aumen­to do val­or nom­i­nal da pro­dução da sil­vi­cul­tura, que atingiu R$ 31,7 bil­hões, o que rep­re­sen­ta cresci­men­to de 13,6% em relação ao ano ante­ri­or, con­fir­man­do a tendên­cia de ampli­ação no setor que, em 2022, reg­istrou aumen­to de 16,9% em relação a 2021. Todos os pro­du­tos do setor madeireiro apre­sen­taram cresci­men­to, com destaque para a madeira em tora para papel e celu­lose (19,4%) e a lenha (20,6%). No grupo dos não madeireiros, dois pro­du­tos reg­is­traram que­da na pro­dução — cas­cas secas de acá­cia-negra (-22,2%) e resina (-40,3%), enquan­to a pro­dução de fol­has de eucalip­to aumen­tou 68,3%, diz o IBGE.

O Brasil, que reg­is­tra os maiores índices de pro­du­tivi­dade de bio­mas­sa flo­re­stal com origem em áreas plan­tadas, desta­ca-se, inter­na­cional­mente, no mer­ca­do de papel e celu­lose. De acor­do com dados da Sec­re­taria de Comér­cio Exte­ri­or, do Min­istério do Desen­volvi­men­to, Indús­tria, Comér­cio e Serviços, a celu­lose ocupou o 10º lugar no rank­ing das expor­tações totais do país em 2023 (2,3%), com 19,1 mil­hões de toneladas expor­ta­dos, que ger­aram US$ 7,9 bil­hões, uma redução de 5,3% frente ao ano ante­ri­or. O setor da madeira em tora para papel e celu­lose per­manece com tendên­cia de alta, atingin­do o val­or de R$ 11,7 bil­hões, cresci­men­to de 19,4% no val­or da pro­dução, após o cresci­men­to de 35,4% reg­istra­do em 2022.

A segun­da colo­cação no val­or da pro­dução da sil­vi­cul­tura foi ocu­pa­da pela madeira em tora para out­ras final­i­dades, que cresceu 16,2% em relação a 2022. Com isso, o carvão veg­e­tal pas­sou a ocu­par a ter­ceira posição na ger­ação de val­or da sil­vi­cul­tura, com 23,6% do total do setor, soman­do R$ 7,5 bil­hões, o que indi­ca aumen­to de 6,5% em relação ao ano ante­ri­or. Em ter­mos de vol­ume pro­duzi­do, hou­ve retração de 4,9%.

Entre os pro­du­tos madeireiros da sil­vi­cul­tura, apre­sen­taram aumen­to na quan­ti­dade pro­duzi­da a lenha (5,8%), a madeira em tora para papel e celu­lose (3,0%) e a madeira em tora para out­ras final­i­dades (2,6%).

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