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Voos clandestinos Voos clandestinos em terra yanomami caem 90% após operação especialem terra yanomami caem 90% após operação especial

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Forças Armadas apreenderam R$ 30,9 milhões em objetos


Pub­li­ca­do em 27/06/2023 — 22:22 Por Well­ton Máx­i­mo — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Os voos clan­des­ti­nos na Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi caíram 90% em cin­co meses de com­bate ao garim­po ile­gal na região. Segun­do bal­anço divul­ga­do nes­ta terça-feira (27) pelas Forças Armadas em Boa Vista, a Oper­ação Ága­ta Fron­teira Norte apreen­deu R$ 30,9 mil­hões em obje­tos, entre os quais 42 toneladas de cas­si­teri­ta, óxi­do nat­ur­al do qual se extrai minério de estanho.

Além da cas­si­teri­ta, as Forças Armadas apreen­der­am ou inuti­lizaram os seguintes itens: com­bustív­el, ouro, mer­cúrio, bar­ra­cas, motores, celu­lares, bal­sas, embar­cações, aeron­aves, munição e armas. Real­izadas pelo Coman­do Opera­cional Con­jun­to Amazô­nia, as ações envolvem parce­rias entre Exérci­to, Mar­in­ha e Força Aérea Brasileira.

Segun­do o chefe do Esta­do-Maior do Coman­do Con­jun­to, brigadeiro André Gus­ta­vo Fer­nan­des Peçan­ha, o val­or total das apreen­sões e inuti­liza­ções soma R$ 30.972.825. Ele lem­brou que a oper­ação lida com grandes desafios, como uma área grande, de 57,43 mil quilômet­ros quadra­dos, que requer o uso de meios aére­os; e chu­vas fre­quentes e inten­sas, que se con­cen­tram de abril a agos­to.

O gen­er­al Ricar­do Augus­to Cos­ta Neves anun­ciou a redução em 90% do garim­po ile­gal. Além das apreen­sões, a oper­ação destru­iu 19 garim­pos ile­gais den­tro do ter­ritório indí­ge­na e iden­ti­fi­cou 70 pis­tas de pouso clan­des­ti­nas. Os sobrevoos em mis­sões de Inteligên­cia, Vig­ilân­cia e Recon­hec­i­men­to (IVR) somaram 35 mil quilômet­ros.

“Temos a opor­tu­nidade de mostrar o esforço que o Esta­do brasileiro vem fazen­do para resolver, solu­cionar os prob­le­mas na Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi e, prin­ci­pal­mente, como nós faze­mos isso de uma for­ma coor­de­na­da, de uma for­ma impecáv­el com as agên­cias, com os órgãos fed­erais. Isso tudo nos garante uma sin­er­gia de esforços, que é fun­da­men­tal para que nós cumpramos com suces­so as próx­i­mas ativi­dades”, disse Neves.

A oper­ação tam­bém envolve ações de assistên­cia às comu­nidades indí­ge­nas e de saúde. Segun­do o Exérci­to, 23.438 ces­tas bási­cas foram entregues aos yanoma­mi e 2.424 atendi­men­tos médi­cos foram real­iza­dos no ter­ritório.

Ampliação

Recen­te­mente, a atu­ação das Forças Armadas foi ampli­a­da na região. No últi­mo dia 22, o pres­i­dente em exer­cí­cio Ger­al­do Alck­min assi­nou um decre­to que deter­mi­na que o Min­istério da Defe­sa atue dire­ta­mente em ações de pre­venção e repressão a “crimes trans­fron­teir­iços e ambi­en­tais”, com autor­iza­ção para faz­er patrul­hamen­tos, revis­tar pes­soas e veícu­los e até efe­t­u­ar prisões em fla­grante.

Ante­ri­or­mente, o Min­istério da Defe­sa atu­a­va ape­nas na área de inteligên­cia e de logís­ti­ca, trans­portan­do os agentes públi­cos respon­sáveis pela expul­são de garimpeiros da Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi. O decre­to per­mite a atu­ação ampli­a­da tan­to na faixa de fron­teira ter­restre como em áreas de águas inte­ri­ores do ter­ritório.

Perigos do mercúrio

Ao lon­go do segun­do semes­tre, o Insti­tu­to Brasileiro do Meio Ambi­ente e dos Recur­sos Nat­u­rais Ren­ováveis (Iba­ma) anal­is­ará a con­t­a­m­i­nação de mer­cúrio na Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi. Ima­gens aéreas mostradas pelo Exérci­to durante a entre­vista mostraram a diminuição dos garim­pos e da con­t­a­m­i­nação por mer­cúrio nos rios, mas o met­al per­manece no meio ambi­ente.

“Mes­mo que o garim­po acabe, ain­da pode ter movi­men­tação de mer­cúrio ao lon­go do tem­po”, declar­ou o super­in­ten­dente do Iba­ma em Roraima, Diego Mil­léo Bueno. Além de con­t­a­m­i­nar rios e solos, o mer­cúrio pode ser encon­tra­do em peix­es con­t­a­m­i­na­dos. Entre as seque­las do met­al pesa­do, estão mudanças na pressão arte­r­i­al, prob­le­mas renais e doenças cardía­cas. Na ges­tação ou nos primeiros anos de vida, o con­ta­to pode provo­car déficit no desen­volvi­men­to, prob­le­mas de apren­diza­do, déficit de atenção, cegueira e par­al­isia cere­bral.

Uma pesquisa apre­sen­ta­da na sem­ana pas­sa­da pelo médi­co Paulo Bas­ta, pesquisador em saúde públi­ca da Fun­dação Oswal­do Cruz, detec­tou con­cen­trações de mer­cúrio em todas as amostras de mem­bros da comu­nidade Yanoma­mi. De 4 a 14 de out­ubro do ano pas­sa­do, o pesquisador cole­tou pedaços de cabe­lo de 287 indí­ge­nas e 47 amostras de pesca­do na Ter­ra Indí­ge­na Yanoma­mi.

Os resul­ta­dos pre­lim­inares da pesquisa foram apre­sen­ta­dos na sem­ana pas­sa­da à pres­i­den­ta da Fun­dação Nacional dos Povos Indí­ge­nas (Funai), Joe­nia Wapichana. A entre­vista cole­ti­va não teve a pre­sença de rep­re­sen­tantes de comu­nidades indí­ge­nas. Par­tic­i­param ape­nas inte­grantes das Forças Armadas e os super­in­ten­dentes da Polí­cia Rodoviária Fed­er­al em Roraima, Marce­lo Aguiar da Sil­va, e Diego Bueno, do Iba­ma.

Lista dos objetos apreendidos ou inutilizados:

• Cas­si­teri­ta: 42.029 quilo­gra­mas

• Com­bustív­el: 8,8 mil litros

• Ouro: 1.742 gra­mas

• Man­gote: 1.570 met­ros

• Mer­cúrio: 1.158 gra­mas

• Ali­men­tos: 1 mil quilo­gra­mas

• Munição: 726

• Bar­ra­ca: 514

• Motor e máquina: 415

• Celu­lares: 133

• Bal­sa: 112

• Ger­ador: 90

• Arma de fogo: 39

• Embar­cação e aeron­ave: 41

• Tonéis de com­bustíveis: 16

• Out­ros: 67

Fonte: Min­istério da Defe­sa

Edição: Marce­lo Brandão

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